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A Criptococose

Por:   •  1/12/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.184 Palavras (5 Páginas)  •  246 Visualizações

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Introdução

        A criptococose é uma micose sistêmica, oportunista, causada pela levedura Cryptococcus neoformans ou Cryptococcus gatii. A distribuição do Cryptococcus neoformans é mundial; está presente em solo contaminado com excrementos de pássaros, especialmente de pombos. A criptococose é uma infecção oportunista por AIDS (tipicamente associada com contagens de CD4 < 100/µl), embora pacientes com linfoma de Hodgkin, e outros linfomas, e aqueles que recebem terapia com corticoides em longo prazo também apresentem maior risco, bem como receptores de transplante de órgãos.

       Cryptococcus gattii está principalmente associado com árvores, sobretudo eucaliptos e, ao contrário do Cryptococcus neoformans, não está associado com aves e é mais provável que cause doença em hospedeiros imunocompetentes. A mortalidade por criptococose é estimada em 10% nos países desenvolvidos chegando a 43% nos países em desenvolvimento como a Tailândia em um tempo médio de sobrevida de 14 dias.

 

Desenvolvimento

 Micologia – estudo dos fungos

     Os fungos podem ser: Ubíquos, eucariotos, unicelulares (leveduras), pluricelulares (filamentosos), heterotróficos, aeróbios ou anaeróbios facultativos, sua reprodução pode ser sexuada e assexuada. Crescem em temperatura ambiente (25 – 37ºC) em meios ácidos.

     O Cryptococcus é encontrado em substratos de origem animal e vegetal, e a infecção ocorre com a inalação de basidiósporos ou leveduras desidratadas infectantes presentes no ambiente.

Fatores de virulência

  • Cápsula de polissacarídeo (fagocitose, inibição de IgG)
  • Produção de melanina (fenoloxidase)
  • Tropismo (Sistema Nervoso Central) á dopamina
  • Proteinases
  • Termotolerâncias (37ºc)
  • Parasitas intracelulares facultativos  

       Dentre os principais fatores de virulência do Cryptococcus neoformans destacam-se a termotolerância, os componentes da parede celular e da cápsula, a capacidade de adesão, os receptores de hormônios e a produção de enzimas. Entre os mecanismos imunossupressores induzidos pela presença da cápsula incluem-se: inibição da fagocitose, inibição da ligação de IgG, bloqueio da fixação de C3 e da via da ativação de complemento pela via clássica, supressão da proliferação da expressão das moléculas de adesão. Tanto a parede celular como a cápsula sintetizada pelos fungos, são estruturas que protegem os microrganismos dos ataques do hospedeiro. A produção de melanina que se deposita na parede do fungo é proveniente de substratos contendo dopamina e da ação de enzimas catalizadoras como a fenoloxidase. O cérebro é rico em substratos para a fenoloxidase tais como a dopamina e poderia ser responsável pela propensão destes organismos em infectarem o sistema nervoso.

     Após ter entrado no organismo do hospedeiro, os fungos encontram uma série de mecanismos, inespecíficos (da imunidade inata) e específicos (da imunidade adquirida) que tentam eliminá-los a qualquer custo, atuando através de um padrão de resposta Th1 e com liberação de citocinas por estímulos de macrófagos. Embora, muitos autores relatem comprometimento da imunidade celular em pacientes com criptococose, seria importante levar em consideração não apenas o comprometimento sistêmico do indivíduo, mas também a eficácia dessa resposta em diferentes órgãos. Existem evidências em estudos experimentais que o linfócito T possui eficácia reduzida no tecido cerebral, em comparação ao que se observa em outros órgãos como o pulmão e há um atraso no desenvolvimento da resposta inflamatória no tecido cerebral em comparação com outros órgãos.

Sinais e sintomas

A criptococose é um dos primeiros sinais da AIDS, podendo ser autolimitadas ou levar á falência respiratória.

As manifestações clínicas dependem do estado imunológico de cada indivíduo e do subtipo do fungo em questão. O surgimento de sinais e sintomas ocorre entre três semanas e três meses antes da internação hospitalar. Os sintomas podem variar de dois dias a mais de 18 meses. Na forma sistêmica, a criptococose apresenta frequentemente a meningite subaguda ou crônica, caracterizada por:

  • Febre;
  • Fraqueza;
  • Dor no peito;
  • Rigidez de nuca;
  • Dor de cabeça;
  • Náusea;
  • Vômito;
  • Sudorese noturna;
  • Confusão mental;
  • Alterações de visão;
  • Pode haver comprometimento ocular, pulmonar e ósseo.

Diagnóstico laboratorial

      A levedura pode ser vista no escarro, lavado brônquico, LCR, pus de abscesso, urina, aspirados de medula óssea e de gânglios, fragmentos de tecidos, com grande sensibilidade. No LCR, a microscopia é positiva quando há 103 ou 104 UFC/ml de células fúngicas, não sendo preditora de evolução. A potassa com tinta Black (tinta da China) ou solução de 0,1% de branco de calcoflúor (microscópio de imunofluorecência) facilitam a visualização dos elementos fúngicos. O exame do líquor através da nigrosina (tinta da China) demonstra, em contraste negativo, as leveduras encapsuladas com uma sensibilidade em torno de 80%, especialmente nos pacientes com AIDS, e em torno de 50% dos pacientes não infectados pelo HIV. A centrifugação do LCR por 10 minutos aumenta a sensibilidade.

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