A Historia da Poliomielite

A poliomielite é uma doença viral contagiosa, que pode ser causada por três tipos de vírus da família Picornaviridae: poliovírus I, II e III, transmitidos de uma pessoa para outra através de secreções nasais ou através de objetos, água ou alimentos contaminados por fezes de portadores. Possui características específicas como paralisia súbita, geralmente nos membros inferiores e a diminuição ou perda dos reflexos na área paralisada. A poliomielite foi uma doença de alta incidência, deixando muitos deficientes físicos em todo o mundo, inclusive no Brasil, até ser erradicada do país por volta do ano de 1990 (SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2006).

     O vírus entra pela boca e afeta células nervosas, no qual, ao se replicarem, ocasionam a morte celular. Afeta somente humanos (principalmente crianças) e em sua forma mais grave ocorre uma inflamação cerebral que pode progredir para um caso de paralisia aguda com potencialidade de avanço para sequelas motoras permanentes (Rev. Med Saude Brasilia, 2013).

     A doença tem maneira epidêmica, sendo referidos surtos regulares desde o final do século XIX, no qual devastou países como os EUA, Inglaterra, Suécia, Índia, Somália, a República Federativa do Congo, entre outros (Scielo, 2015). Porém, estudos históricos supõem que cerca de 2.000 anos antes de Cristo a doença já manifestava-se devido à imagem de antigos egípcios retratados com a perna atrofiada (Universidade de Érvora, 2004).

     No Brasil, a primeira epidemia de Poliomielite foi referida em 1911, com 39 casos no Rio de Janeiro. Seis anos depois, foi registrado um surto na Vila Americana, no estado de São Paulo, totalizando 17 casos e 2 mortes (Rev. Tempos Históricos, Unioeste, 2009).

     Com o surto assolando toda a população, na década de 1950, dois cientistas buscavam o desenvolvimento da vacina: Jonas Salk explorava as propriedades do vírus morto; e Albert Sabin explorava as propriedades do vírus vivo, atenuado (Science History Institute,2017).

     A experiência de Sabin ganhou maior notoriedade, pelo fato da maior facilidade de administração por via oral, baixo custo, além de possuir propriedade de espalhar o vírus vivo por meio das fezes, capaz de imunizar cidadãos ao entrarem em contato com as fezes, no caso, trata-se de pessoas que vivem em condições sem saneamento básico (Drauzio Varella, 2011).