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Arte

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Por:   •  10/3/2015  •  628 Palavras (3 Páginas)  •  182 Visualizações

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Quando abrimos velhos e bons livros de história da arte (e os lemos) nos deparamos com uma história muitas vezes confusa e organizada de forma linear, o que sabemos que é o que geralmente não acontece, mas ficamos satisfeitos com a grande maioria dos resultados de tal leitura. E entre muitas das conclusões que podermos retirar de tais leituras, uma fica bem clara: arquitetura e arte acompanharam-se por grande parte de sua história, assim como uma sempre influenciou fortemente a outra. Não teríamos indícios tão fortes para diferenciar arte gótica da barroca, por exemplo, se não pudéssemos olhar tanto para os quadros da época como para as catedrais nas quais eles estavam inseridos. E ao longo de boa parte da história investigativa artística nos depararemos com conclusões parecidas. Mas podemos atentá-las ainda hoje? Acredito que não.

Se nos dirigirmos ao passado, aos seus séculos 15, 16, 17, 18 e 19, não podemos conceder a arte como a concedemos hoje. De fato, a produção artística da época dedicava-se a um fim específico de satisfação pessoal ou constitucional. Os artistas criavam obras tendo contratos com igrejas, ou senhores feudais, ou reis ou simplesmente pessoas realmente ricas. Arte tinha um propósito, e apenas o que cumpria seu propósito era considerado arte. Se substituirmos a palavra “arte” da última oração por “design”, poderemos nos transportar facilmente ao século 21, mas deixemos este argumento para um pouco adiante. A verdade é que arte não se diferenciava do modo pelo qual a arquitetura também era pensada, e exatamente por isso é que as duas evidentemente não se separavam.

Os tempos passaram a tramar contra sua fidelidade assim que a modernidade chegou. A sociedade, mudada, inseria nos meios artísticos pessoas declaradamente perturbadas, além daquelas que viam nas ciências humanas o futuro da vida social, e a teoria abarcou-se nos lindos campos pintados equilibradamente pelos grandes mestres, poluindo seus pontos de fuga e fazendo seus Bacos e Madonas darem pulos raivosos. A arte passou a ser “coisa mental” e sua utilidade foi bruscamente questionada. Por outro lado, o design têxtil e gráfico, que acompanhava o cotidiano de uma faixa cada dia maior de pessoas, devido à revolução industrial e o considerável aumento de pessoas que poderiam pagar pela “arte” produzida em grande escala, começou a angariar cada dia mais fãs. E assim criaram-se panos de prato de natal, jogos de porcelana vagabunda pintadas por máquinas e todos os produtos presentes em lojas chinesas. O que surgiu foi uma bifurcação na conturbada estrada da história: a arte represou-se no senso crítico de uma minoria, limitando-se à apreciação de uma escala reduzida de pessoas, enquanto o design abria os braços e recebia tudo o que era novo e agradável esteticamente para uma massa consumidora que crescia (e cresce) a cada dia que se passava na terra. Bipolarizado o mundo da beleza (e eu tenho quase certeza de que a arte deve ser considerada a Alemanha comunista), a arquitetura se vê obrigada a escolher um lado. Seria estúpido, ou inocente demais, acreditar que ela escolheria o braço que lhe renderia menos público e, por isso, menos dinheiro. Talvez também por que seja, afinal de contas, uma vassala de segundo grau da matemática, não pôde dar-se ao luxo de afundar seus pilares no pântano ao qual a arte com tanta facilidade o fizera. Assim sendo,

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