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Auxiliar Veterinario

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Por:   •  24/2/2015  •  1.522 Palavras (7 Páginas)  •  595 Visualizações

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Ovário salpingo histerectomia em cadelas e gatas - proposta de novos procedimento.

RESUMO

A ovário salpingo histerectomia é a cirurgia eletiva mais procurada nas clínicas e hospitais veterinários de pequenos animais. A técnica aqui exposta permite a redução do tempo cirúrgico, da quantidade de instrumentos cirúrgicos utilizados e do tempo de recuperação dos pacientes, levando a significativa redução no custo da cirurgia, sendo perfeitamente possível a um cirurgião operar mais de cinco animais por hora. Tendo empregado esta técnica nos últimos dois anos, submetendo mais de 3.000 animais a tal procedimento, constatamos resultados melhores dos que os obtidos quando utilizávamos as técnicas tradicionais.

Introdução

O aumento da população animal e a adequada conscientização da população sobre a necessidade do correto controle de natalidade em animais domésticos vem tornando a ovário salpingo histerectomia a cirurgia mais realizada em nossas clínicas. Em outros países já existem centros cirúrgicos, onde são realizadas exclusivamente cirurgias de esterilização, tanto de machos como de fêmeas, mediante programa especial. Cabe lembrar que esta cirurgia, além de ser o tratamento usual para muitas das afecções ovarianas e uterinas, também é indicada para a prevenção de recidiva de hiperplasia de vagina, bem como para animais diabéticos ou epilépticos, para que sejam evitadas as alterações hormonais capazes de interferir na terapêutica.

Apesar de ser procedimento cirúrgico aplicável em qualquer idade, se esta cirurgia for realizada antes do primeiro ciclo ovariano, a incidência de neoplasias de glândulas mamárias diminui para menos que 0,5 %. Já, logo após o primeiro cio, o risco aumenta para 8%; depois de dois ciclos, sobe para 26%, e depois dos dois anos e meio de idade não se tem mais este efeito. Gatas intactas apresentam risco sete vezes maior de neoplasia mamária, em comparação com fêmeas ovariectomizadas. Em contrapartida, se realizada de forma muito precoce, antes do término da vacinação, estaremos expondo os animais ao risco de contrair doenças infecciosas, em razão do baixos níveis de imunidade que poderão portar.

Instrumental cirúrgico

Anatomia topográfica cirúrgica

Os ovários, as tubas, os cornos e o útero são presos às paredes dorsolaterais da cavidade abdominal e à parede lateral da cavida-de pélvica, por meio de pregas duplas pareadas do peritônio, chamadas de mesos, que se dividem em três regiões: o mesovário, a mesossalpinge e o mesométrio (ligamentos largos, direito e esquerdo); cranialmente unem-se ao ligamento suspensor do ovário. O ligamento suspensor do ovário corre da face ventral do ovário e da mesossalpinge, cranial e dorsalmente para os terços médios e ventrais das duas últimas costelas. O ligamento próprio, que é a continuação caudal do ligamento suspensor do ovário, prende-se à extremidade cranial do corno uterino. O ligamento redondo do útero prende-se à extremidade cranial do corno uterino e é a continuação caudal do ligamento próprio. O ligamento redondo estende-se caudal e ventralmente ao ligamento largo e, na maioria das cadelas, passa através do canal inguinal e termina subcutaneamente próximo à vulva.

Fig.1- Realização da incisão de pele, no ponto equidistante entre a cicatriz umbilical e o púbis (em gatas a incisão é feita caudalmente a esse ponto)

Fig. 2 - Realização da incisão da parede abdominal com lâmina de bisturi voltada para cima

O complexo artério-venoso ovariano repousa sobre o lado medial do ligamento largo e estende-se da aorta para o ovário. A artéria ovariana supre o ovário. Existem pequenas anastomoses no ligamento largo entre os ramos da artéria ovariana e os ramos da artéria uterina.

A veia ovariana esquerda drena para o interior da veia renal esquerda, e a veia ovariana direita drena para o interior da veia cava caudal As veias uterinas correm em associação intima com as artérias uterinas e terminam caudalmente nas veias ilíacas internas.

Técnica cirúrgica proposta

Considerando-se as particularidades da anatomia topográfica cirúrgica acima descrita, a incisão da pele deve ser realizada na li-nha média, tomando como referência o ponto equidistante entre a cicatriz umbilical e o púbis. Nas cadelas, pelo fato de os pedículos ovarianos nesta espécie serem curtos, dificultando sua exteriorização, e o corpo uterino longo, a incisão será feita cranialmente a este ponto (variando de 1 cm a 5 cm de comprimento em função do porte e raça do animal), enquanto que nas gatas, em função de as condições anatômicas serem inversas às da cadela, a incisão será caudal ao ponto indicado anteriormente (variando de 1 a 2 cm), pois, nesse caso, o corpo uterino é de mais diffcil exteriorização e os pedículos ovarianos apresentam-se mais longos. Se o útero e ou os ovários estiverem aumentados, a incisão deverá ser alongada (Figura 1).

Após pequena divulsão do tecido celular subcutâneo, o suficiente para se visualizar a linha alba, faz-se a invasão da cavidade abdominal. Com o auxilio de uma pinça dente de rato ou "Crile", suspende-se a parede abdominal pela linha alba e introduz-se a lâmina do bisturi voltada para cima, realizando-se incisão pequena o suficiente para a exteriorização dos ovários. Caso se faça necessário, com um pinça "Crile", faz-se a divulsão da mesma, a fim de se ter uma abertura maior (Figura 2).

O corno uterino esquerdo deverá ser localizado e exteriorizado com a ajuda do gancho de ovariohisterectomia, introduzindo-se o gancho rente à parede abdominal e fazendo-se um movimento pendular em direção ao acetábulo (a inclinação do gancho será idêntica à do ponteiro menor do relógio, às 5 horas), evitando-se o baço e a vesícula urinária (Figura 3). Para se exteriorizar o ovário, traciona-se levemente o corno uterino com o auxflio de compressa, mantendo o ovário seguro pelo dedo médio e polegar, e, com o dedo indicador, abre-se uma "janela" no mesovário, caudalmente ao complexo artériovenoso ovariano. O pedículo será pinçado com duas pinças "Crile" que deverão

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