Caracterização Química e Atividade Microbiana de Coprólitos Chibui bari (Oligochaeta) e do solo adjacente 1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

Geologia e Paleontologia

Ciências Biológicas - Integral

Seminário de Substratos e

Organismos

Caracterização Química e Atividade Microbiana de Coprólitos Chibui bari (Oligochaeta) e do solo adjacente1.

Guido Gomes Reis e Lucas Eloy da C. S. Guimarães

2022.1

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Introdução

As minhocas, em conjunto com as formigas e cupins, são consideradas importantes engenheiros do solo. Neste trabalho será abordada a relação dos nutrientes e minerais contidos no solo e a atividade da minhoca Chibui Bari (Glossoscolecidae, oligochaeta), mais especificamente dos coprólitos (excrementos) e do solo adjacente.

Assim posto, serão analisadas amostras dos coprólitos e do solo adjacentes de três locais diferentes no estado do Acre: uma floresta secundária, uma pastagem e um seringal, todos terrenos da Universidade Federal do Acre (UFAC). Após a coleta, o material será analisado para obter uma quantificação de nutrientes e minerais comparados ao solo em diferentes profundidades.

Chibui bari 

Também conhecida como minhocuçu-do-acre, açu no tupi significa grande, a Chibui bari é da família das Glossoscolecidae e da subclasse oligochaeta, elas possuem formato vermiforme para ajudar na sua locomoção através do sedimento. Além disso, através das galerias e dos coprólitos, estes, estruturas biogênicas, é realizado alterações químicas, físicas e biológicas no solo. Essas estruturas biogênicas alteram fisicamente o substrato ao rastejar entre o solo, pois, ao se locomover, ela transporta partículas que ficam grudadas em seu corpo, além disso, criam túneis que funcionam como uma espécie de arado em baixo do solo. Vale notar que, ao se alimentar e excretar, ela também altera química e biologicamente o solo, pois seus excrementos propiciam mais atividade microbiana e aumenta a mineralização de nutrientes no solo 1. 

São seres vivos endogeicos e geófagos e se distribuem por todo estado do Acre, preferindo áreas antrópicas, como pastagens e cultivos perenes. A atividade da espécie é favorável em épocas úmidas, de 6 a 8 meses do ano. Logo, há produção de coprólitos na maior parte do ano 1. 

Local 

Foram realizados experimentos distintos em áreas de floresta secundária, seringal de cultivo e pastagem, localizadas na Universidade Federal do Acre - UFAC, na cidade de Rio Branco, Acre. A pastagem de 1,5 ha tem cobertura de capim Brachiaria spp., com pastejo eventual de animais. O seringal de cultivo (Hevea brasiliensis), com 20 anos, encontra-se numa área de 2,0 ha. A floresta secundária está inserida no Parque Zoobotânico da UFAC, que possui área total de 100 ha 1. 

Os solos das áreas estudadas são classificados, de acordo com o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (Embrapa, 2006), como Argissolo Vermelho Amarelo Alítico Plíntico 1.Identificados pelo maior teor de argila nos horizontes 

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subsuperficiais em relação aos superficiais, que caracteriza um gradiente textural ao longo do perfil. Os minerais predominantes são argilas de atividade baixa (caulinita) e óxidos 2. 

Método 

Foram coletadas um bloco três amostras por local, constituídas pelos coprólitos de Chibui bari (amostra 1) e por amostras compostas de solos das profundidades de 0–10 cm (amostra 2) e 10–20cm (amostra 3), com cinco repetições por bloco, totalizando 45 amostras. A amostragem do solo foi feita utilizando-se trado calador, e consiste, em 5 pontos de coleta num raio de 10cm do coprólito, caracterizando uma amostra composta, já os coprólitos foram coletados manual e individualmente, selecionando-se aleatoriamente no interior dos blocos aqueles com formato de torre preservado 1. 

As análises químicas do solo e dos coprólitos foram realizadas conforme Embrapa (1997), e os resultados dos experimentos foram submetidos à verificação de normalidade dos resíduos e homogeneidade de variâncias 1. 

FIGURA 1 - Resultado das Análises Químicas1. 

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Resultado 

De acordo com a Imagem I, nas três áreas estudadas os coprólitos apresentaram índices de P, K, Ca2+, Mg2+, carbono orgânico total (COT) e respiração microbiana do solo (RMS) superior ao solo de 0-10 cm, que por sua vez foi superior ao solo de 10-20 cm.