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Centenário Nelson Rodrigues

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Por:   •  17/3/2015  •  1.106 Palavras (5 Páginas)  •  674 Visualizações

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Nelson Rodrigues

Apresentação

Nelson Falcão Rodrigues nasceu no Recife, em 23 de agosto de 1912, o quinto filho de uma família de catorze. Quando tinha três anos, seu pai, Mário Rodrigues, foi tentar a sorte no Rio de Janeiro, capital da República. O combinado era que tão logo encontrasse trabalho, chamava a família para ir a seu encontro. Maria Esther, sua esposa, não agüentou esperar. Em 1916, empenhou as jóias e mandou um telegrama para o marido, já avisando do embarque naquele mesmo dia. Nelson conta, nas "Memórias" publicadas no "Correio da Manhã", que se não fosse a atitude da mãe, o pai jamais teria permanecido no Rio.

Olegário Mariano hospedou Mário, Maria Esther e os seis filhos (Joffre Rodrigues tinha nascido em 1915) em sua casa por alguns dias. O primeiro endereço da Família Rodrigues no Rio de Janeiro foi a Rua Alegre, na Aldeia Campista. Durante esse período, Nelson começou a desenvolver sua apurada observação sobre o mundo e entrou em contato com o universo passional que seria tema, no futuro, de "A vida como ela é...". Como a lembrança do rapaz que tomou veneno, em 1917, por ter brigado com sua namorada e da imagem da mãe e da namorada do morto disputando o defunto em pleno velório.

No Rio, seu pai fundou o jornal "A Manhã", onde Nelson começou sua carreira jornalística, aos 13 anos de idade. Em 1929, tendo perdido "A Manhã" para seu sócio, Mário Rodrigues lança "Crítica". O jornal que será palco da primeira grande tragédia que irá acometer a família: o assassinato de Roberto.

Assassinato de Roberto

O fato ocorreu por conta de uma reportagem acusatória. "Crítica" ia publicar "as causas ocultas" do divórcio de uma mulher da sociedade. O motivo não alegado publicamente seria o adultério. Quando soube que a matéria sairia no jornal, Sylvia Seraphim foi até a redação para tomar satisfações. Roberto Rodrigues que sempre tivera inclinação para a pintura, também trabalhava no jornal. Enquanto Milton, Mário Filho, Nelson e Joffre apuravam as notícias, Roberto cuidava das ilustrações.

A moça entrou na redação do jornal, no dia 26 de dezembro, e perguntou:

- O Mário Rodrigues está?

- Não. - responderam - É só com ele ou pode ser com o filho?

Nelson estava na redação na hora do crime. Roberto recebeu a moça e fechou a porta da sala. Foi o tempo para ela sacar o revólver de dentro da bolsa e atirar. Roberto ficou três dias entre a vida e a morte. Durante esse tempo, a família acreditou na recuperação.

O assassinato de Roberto marcou profundamente a trajetória da família. Mário Rodrigues, inconformado por seu filho ter sido morto em seu lugar, passou a exagerar na bebida e, em pouco mais de dois meses, morreu.

Milton e Mário Filho assumiram o jornal. Passados poucos meses, "Critíca" foi fechada pela polícia, por ordens do governo, com a vitória de Getúlio Vargas, na Revolução de 30. Começou, assim, o período da fome. Até 1935, quando a situação começou a melhorar, os Rodrigues experimentaram a miséria. Em trecho das "Memórias", Nelson escreve: "eu e toda minha família conhecemos uma miséria que só tem equivalente nos retirantes de Portinari".

O saldo do período foram as duas tuberculoses de Nelson, que chegou a ser internado, e a morte de Joffre, aos 21 anos, também devido à tuberculose. Joffre era o irmão mais próximo de Nelson, ele dizia que era como se os dois fossem gêmeos.

Em 1936, ano da morte de Joffre, Mário Filho havia tornado-se sócio do "Jornal dos Sports" e Nelson passou a fazer contribuições sobre futebol. Daí para frente, vai contribuir e trabalhar em diversos veículos, como "Correio da Manhã", "O Jornal", "Última Hora", "Manchete Esportiva" e "Jornal do Brasil", entre outros. Escreverá crônicas, contos, correio sentimental, folhetins, comentário esportivo e artigos opinativos.

O teatro surge em 1941, quando estréia "A Mulher Sem Pecado". A grande aclamação de Nelson, contudo, será com a encenação de "Vestido de Noiva", dirigida por Ziembinski, marco do teatro brasileiro moderno. Nunca se vira nada semelhante no país, público e crítica foram unânimes perante o ineditismo do espetáculo. Apesar das polêmicas sobre obras posteriores e problemas enfrentados com a censura, o valor dramático de Nelson foi reconhecido de imediato por grande parte dos diretores, atores e críticos da época.

Com uma capacidade de trabalho invejável, Nelson ainda fez história na televisão brasileira. Participou de mesas-redondas, com comentaristas como Luis Mendes e João Saldanha; fez "A Cabra Vadia", no qual pessoas de destaque eram entrevistadas por Nelson com a presença, no estúdio, de uma cabra viva; foi pioneiro na teledramaturgia brasileira, ao escrever, para a TV Rio, a novela "A Morta Sem Espelho".

Enquanto esteve vivo, acompanhou

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