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Critica Sobre As Pinturas De Volpi

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Por:   •  17/9/2013  •  1.347 Palavras (6 Páginas)  •  1.211 Visualizações

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Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil

Faculdade SENAI/CETIQT

Curso de Bacharelado em Artes - Habilitação: Figurino e Indumentária.

Disciplina: História da arte V

Professor: João Cícero

Adriano Oliveira de Vasconcelos

“Barco com bandeirinhas e pássaros”

Escolhi esta tela, em especial, pela sua representação lúdica, que transmite a sensação de alegria e leveza.

A obra "Barco com Bandeirinhas e Pássaros", do artista ítalo-brasileiro Alfredo Volpi, é uma têmpera sobre tela, com 54,2 centímetros de altura por 73 centímetros de largura. Datada de 1955, pode ser apreciada no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo.

Embora tenha nascido na Itália, Alfredo Volpi imigrou ao Brasil com 2 anos de idade e sempre dizia que seu coração era brasileiro. O pintor adorava misturar cores em telas com essência geométrica. Na obra "Barco com Bandeirinhas e Pássaros", percebe-se bem estas paixões de Volpi. A pintura é vívida, alegre, rítmica e leve; com cores misturadas. As bandeirinhas, claro, estão presentes. O pintor brasileiro também usa os pássaros para dar uma impressão de movimento ao barco.

O próprio Volpi anuncia esta fase da seguinte maneira:

"A gente se desliga e então só passa a existir o problema da linha, forma e cor. Minhas bandeirinhas não são bandeirinhas, é só o problema das bandeirinhas”.

A imagem apresenta um barco, em perspectiva lateral, sobre fundo azulado. O casco do barco, em tom esverdeado, tem formato oval, partido ao meio. O barco está posicionado de forma centralizada na tela, de modo que seu fundo está bem rente à base inferior da moldura, e suas extremidades bem próximas às laterais. De dentro do barco saem dois mastros verticais, que estão localizados, cada um, próximos às extremidades e tem nas suas pontas, uma bandeira, em formato de bandeirinha tipicamente junina, porém, maior que o tamanho comumente utilizado, hasteada em posição horizontal.

Das extremidades do barco saem, em diagonal e em direção à metade dos mastros, um cordão com várias bandeirinhas coloridas, em tons de verde e vermelho-alaranjado. Ligando os dois mastros está um cordão horizontal com bandeirinhas, que juntamente com os cordões diagonais, configuram o formato de um trapézio ou tenda. Existem ainda, na tela, representações de quatro pássaros de cor escura voando sobre o barco. Próximo ao mastro da esquerda estão posicionados, um ao alto e à esquerda, e outro mais abaixo e à direita. Um dos pássaros está posicionado bem no centro do quadro, em região bem próxima à borda do casco. O quarto pássaro localiza-se um pouco mais acima deste e ao lado do mastro da direita.

É sempre conveniente lembrar que a originalidade da obra de Alfredo Volpi reside precisamente na tensão entre o elemento culto e o popular, na espécie de razão e virtude a que o pintor submeteu as verdades universais do vocabulário construtivo, de sorte que o lirismo e a simplicidade de atitudes firmadas nessa pintura não decorreriam de uma ingenuidade perante o mundo, mas, ao contrário, de uma disponibilidade profunda para acolher suas contradições.

“Para Volpi, ao contrário, o aspecto tosco de suas formas não é sinal de solidez, e sim de um desgaste lento que conduziu o objeto a uma confiança natural. À semelhança dessas facas de sapateiro que com o tempo vêem sua lâmina ganhar o desenho de uma meia-lua, ou nas peças de um carro de boi que pelo atrito adquirem uma aparência lisa e polida, o que se observa não é tanto a resistência do material ou a imposição de um contorno, mas antes o trabalho paciente do tempo, a acumulação amorosa de uma atividade cujo ritmo escapa à temporalidade abstrata do capital. As formas gastas de Volpi, por sua origem, são inacabadas. A qualquer momento elas podem voltar a ceder, e adquirir novos perfis. A atualidade, nessa obra, não significa a conquista de um presente taxativo, que encontra expansão na vigência indiscutível da cor ou estrutura. Ela se afirma na possibilidade de rearranjos constantes, que se somam permanentemente.”

Rodrigo Naves

"Barco com Bandeirinhas e Pássaros", de Alfredo Volpi – 1955

Sereia- 1960 Alfredo Volpi

“Sereia”

Volpi construiu sua singularidade através do “anonimato” das tradições culturais do nosso país, suas bandeirinhas, fachadas, sereias entre outros, serviram de inspiração para desenvolver uma linguagem absolutamente pessoal, intuitiva e coerente com seu tempo. A cor e o ritmo são trabalhados ao mesmo tempo com estes símbolos anônimos.

Mesmo tendo nascido na Itália, de onde foi trazido com menos de dois anos, Volpi é um dos mais importantes artistas brasileiros deste século. Antes de tudo, trata-se de um pintor original, que inventou sozinho sua própria linguagem. Isso é muito raro na arte produzida em países do terceiro mundo, cuja cultura erudita sempre deve algo a modelos internacionais.

“O elogio

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