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Desequilíbrio Hidroeletrolítico E ácido básico

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Por:   •  19/1/2015  •  3.075 Palavras (13 Páginas)  •  930 Visualizações

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Desequilíbrio hidroeletrolítico e acidobásico:

A homeostase dos líquidos, eletrólitos, ácidos e bases corporais é fundamental ao funcionamento orgânico normal. Essa regulamentação é tão interdependente que são frequente os estados clínicos nos quais um tipo de desequilíbrio leva a outro. Portanto os desequilíbrios hidroeletrolítico e acidobásicos não podem ser avaliados e manejados de forma isolada, pois se caracterizam como causa ou consequência de distúrbios que impõem risco à vida. A avaliação desse equilíbrio pelo enfermeiro é essencial para identificar precocemente alterações e potenciais riscos que possam desencadeá-la, de maneira que possa-se intervir rapidamente reduzindo a morbimortalidade.

Equilíbrio hidroeletrolítico e seus desvios:

A água representa 50 a 60% do peso corporal, estando presente, em maior quantidade, nas pessoas magras, e, em menor quantidade, nas obesas. As mulheres têm uma percentagem menor de água total no organismo devido à maior quantidade de tecido adiposo subcutâneo. A água do organismo pode ser dividida em compartimentos:

a)Intracelular - 40% do peso corpóreo,

b)Extracelular - 20% do peso corpóreo (Intersticial 5% e Intravascular 15%).

O líquido intersticial não pode ser medido diretamente por isótopos usados nas dosagens de diluição do indicador, porém consiste na diferença entre o líquido extracelular total e o volume localizado no espaço intravascular. Os três compartimentos que compõem a água total do organismo também diferem em composição. O potássio (K+), o cálcio (Ca2+) e o magnésio (Mg2+) representam os principais cátions na água intracelular, e os fosfatos e as proteínas, os principais ânions.

Grande parte do sódio (Na+) é eliminada desse compartimento por processos que requerem energia (Bomba Na+-K+ ou Na+-K+ ATPase).

Por outro lado, o sódio é o principal cátion do líquido extracelular (LEC), enquanto o Cl- e o HCO3- representa os principais ânions. A importância do Na+ está relacionada com o controle que ele exerce na distribuição da água em todo o organismo. O número de moléculas de Na+ por unidade de água determina a osmolaridade do LEC.

Se o Na+ é perdido, a água é excretada na tentativa de manter a osmolaridade normal, e se o Na+ é retido, a água também deve ser retida para diluí-lo.

A quantidade total de Na+ existente no organismo é de aproximadamente 4000 mEq, porém, a maior parte dessa quantidade encontra-se no esqueleto. Para fins didáticos, as composições iônicas do plasma e do líquido intersticial podem ser consideradas idênticas, embora possa haver pequenas diferenças, resultantes da concentração desigual de proteína.

O plasma tem um conteúdo muito maior de proteína, e esses ânions orgânicos exigem um aumento na concentração total de cátions. A concentração dos ânions inorgânicos é algo menor no plasma do que no interstício. Essas relações são estabelecidas pelo equilíbrio de Gibbs-Donnan.

As diferenças na composição entre o líquido intracelular (LIC) e o LEC são mantidas ativamente pela membrana celular. Essa é uma membrana semipermeável, uma vez que é totalmente permeável à água, porém é seletivamente permeável a outras substâncias. Embora o número total de osmoles seja igual em ambos os lados da membrana celular, a pressão osmótica efetiva é determinada por substância que não podem passar através da membrana semipermeável. Isso é bem estabelecido no limite da célula capilar, entre o plasma e o líquido intersticial.

É importante ter em mente que a água atravessa livremente todas as membranas celulares. Isso significa que o movimento da água através da membrana celular equalizará sempre a pressão osmótica eficaz no interior e no exterior da célula. Se houver alteração da pressão osmótica eficaz no LEC, haverá uma redistribuição de água entre os compartimentos.

Regulação de líquidos corporais:

A manutenção de líquidos corporais depende de trocas com o meio externo. As principais fontes de ganhos de água, em um adulto médio sadio, sob circunstâncias normais de ingestão alimentar e taxa metabólica, correspondem à ingestão livre de líquidos (1.000 a 1.500 mL/dia), água presente nos alimentos (±1.000 mL/dia) e água resultante dos processos metabólicos (água endógena), cujo volume é variável de acordo com o tipo de substância oxidada (proteínas, lipídios, carboidratos). O equilíbrio ocorre porque o volume de líquidos ingeridos corresponde, aproximadamente, ao volume de líquidos eliminados através da função renal (urina, 1.000 a 1.500 mL/dia) ou por perdas insensíveis (expiração, 300 a 400mL/dia; perspiração insensível, 300 a 400mL/dia; suor, 100 mL/dia, fezes, 100 a 200 mL/dia).

O balanço hídrico faz-se necessário, pois geram informações principalmente sobre as alterações na água total do organismo sendo importante para diagnosticar um decréscimo ou um excesso no volume absoluto.

Desequilíbrio do volume dos líquidos corporais:

Os desequilíbrios do volume de líquidos corporais podem ser desencadeados por diversas situações clínicas e apresentar diferentes neveis de gravidade, variando desde a sensação de desconforto até estados de risco à vida. Como a água é o principal determinante da osmolaridade do LEC, os desequlíbrios dos líquidos podem ser classificados em isotônicos, hipotônicos (excesso de água em relação aos solutos) e hipertônicos (deficiência de água em relação ao soluto).

 Déficit isotônico de volume: Caracteriza-se por perda isosmolar de volume do LEC, ou seja, perda proporcional de água, Na+, Cl- e HCO3-. Também denominado de hipovolemia ou desidratação isotônica, não leva alterações no olume da LIC. Causas principais:Hemorragia, diarréia, vômitos, perdas cutâneas e queimaduras extensas, perdas renais anormais e sudorese excessiva. Tratamento:Correção do distúrbio causador, objetivando interromper ou retardar as perdas, a reposição do volume perdido, a manutenção do balanço hídrico e a reposição dos eletrólitos perdidos. Na reposição volêmica rápida, a via intravenosa sempre será a primeira escolha, e em caso de hemorragia a indicação de transfusão de hemocomponentes.

 Excesso isotônico de volume: Caracteriza-se por excesso isotônico (isosmolar) de volume do LEC (águas e solutos, principalmente Na+), aumentando proporcionalmente os volumes dos compartimento intersticial e intravascular. Quando o excesso de líquido não pode ser eliminado, existe a formação

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