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Efeito da poeira de cimento emitida pela Fábrica Cimentos de Moçambique, na Matola, sobre os pigmentos fotossintéticos em folhas de Jacaranda mimosifolia

Por:   •  19/11/2018  •  Relatório de pesquisa  •  1.988 Palavras (8 Páginas)  •  417 Visualizações

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ARTIGO ORIGINAL

Efeito da poeira de cimento emitida pela Fábrica Cimentos de Moçambique, na Matola, sobre os pigmentos fotossintéticos em folhas de Jacaranda mimosifolia

Sofia A. Nhalungo, Cecília C. Chambe, Gisela A. Matusse, Lídia M. Mangane

Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências, Universidade Eduardo Mondlane

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1. Introdução[pic 5]

Plantas são frequentemente expostas a diferentes fatores de stresse ambiental que podem ser bióticos ou abióticos, que ocorrem separadamente ou em combinação e exercem efeitos prejudicais sobre os ecossistemas de planta e restringindo a produtividade (Mittler, 2002; Abu-Romman e Şawwān, 2012).  

Stresses abióticos são comumente causados pelo déficit de água, salinidade, alcalinidade, choque térmico, congelamento, irradiação ultravioleta, déficit ou excesso de nutrientes, anoxia e poluentes (Mittler, 2006; Wang et al., 2003).

A poluição atmosférica é um grande problema da urbanização e industrialização, que resulta em efeitos indesejáveis sobre os seres humanos, animais e plantas. O Pó de cimento é considerado como um dos pós mais perigoso de origem industrial porque ele não só forma crostas mas também reage com a humidade atmosférica e é quimicamente activo (Kabir e Madugu, 2010).

Quase todos os estágios de fabricação do cimento, incluindo a extracção de matérias-primas, esmagamento até a etapa da embalagem envolvem a emissão de uma quantidade considerável de pó (Mutlu et al., 2013). Além de poeira, a combustão de combustíveis durante a fabricação cimento liberta gases prejudiciais como óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e dióxido de carbono (Kampa e Castanas, 2008).

Resultados de estudos sobre poluição por poeira sugerem que os efeitos da poeira podem ser importantes e são dignos de uma investigação maior. As Primeiras investigações nesta área visavam ver o impacto do pó de cimento de estomas de Vitis vinifera e Quercus lobata (Pierce, 1909).

Segundo Romman e Alzubi (2015), investigações posteriores, mais voltadas às espécies comerciais, salientavam a influência da poeira do cimento no crescimento (Iqbal e Shafig, 2001; Zargari e Praias, 2008), transpiração (Singh e Rodrigues, 1981), fotossíntese (Armbrust, 1986), a produtividade das culturas (Saralabai e Natasha, 1997), os níveis de cátions (Ade- Ademilua e Umebese, 2007), actividades enzimáticas (Borka, 1980), produção de amido e necrose da folha (Lepedus et al., 2003).

Jacaranda mimosifolia é uma espécie florestal pertencente à família Bignoniaceae, considerada nativa da Argentina. Sua madeira é própria para marcenaria, porém seu uso predominante é para o paisagismo comumente utilizada em avenidas e parques, como na fábrica Cimentos de Moçambique, em virtude das características morfológicas das suas flores e delicadeza de suas folhas (Lorenzi, 2002).

Compreender as respostas fisiológicas e metabólicas da planta stressada por este poluente irá facilitar a gestão de culturas nas áreas afetadas. Portanto, o objetivo do presente estudo é avaliar o efeito da poeira de cimento sobre os pigmentos fotossintéticos em folhas de Jacaranda mimosifolia, através da quantificação dos teores de clorofila a e b e clorofila total e da identificação de antocianinas e flavonóis.

2. Material e Métodos

2.1. Colheita da amostra

Foram colhidos cerca de 100g de folhas por árvore (6 arvores) de Jacaranda mimosifolia em cada local de amostragem. A primeira amostra denominada por “folhas expostas” foi colhida no pátio da fábrica de Cimentos de Moçambique na Matola, em árvores próximas entre si. A segunda amostra denominada por “folhas não expostas”, foi colhida ao redor da Faculdade de Ciências, no Campus universitário da UEM em árvores próximas entre si.

Após a colheita dos espécimes estes foram inseridos em um saco plástico preto e guardados até ao período de uso no laboratório B1 do Departamento de Ciências Biológicas, para extração dos pigmentos fotossintéticos.

2.2. Extração de pigmentos fotossintéticos

A extração de pigmentos fotossintéticos foi realizada em acetona 80% e a separação de pigmentos foi feita por meio da adição do éter de petróleo (PE) e NaCl 10% no extracto, formando uma fase aquosa (extrato dos pigmentos aquosos) e outra fase do PE (extracto de PE), conforme a metodologia descrita no manual de aulas práticas de fisiologia vegetal funcional de Doddema et al. (2015). O extracto dos pigmentos aquosos foi posteriormente usado para a identificação de antocianinas e flavonóis através do teste de pigmentos solúveis e o extrato de PE foi usando para quantificação dos teores de clorofila, conforme a metodologia também descrita no mesmo manual.

A quantificação dos teores de clorofila a e b e clorofila total foram precedidos por espectrofotometria a 645 nm e 663 nm, através das equações dadas a seguir conforme metodologia de Arnon (1949) citado por Senthil et al. (2015), onde A é a absorvância no comprimento de onda utilizado.

Clorofila a = 12,7 A663nm – 2,64A645nm (mg L-1)

Clorofila b= 22,9A645nm – 4,68A 663nm (mg L-1)

Clorofila total = Clorofila a + Clorofila b (mg L-1)

2.3. Análise estatística

Para análise estatística, foi utilizado o programa STATISTICA para análise descritiva dos dados do teor de clorofila e comparação por meio do teste t de Student a um nível de significância de 5%, e foi utilizado o programa IBM SPSS Statistics 20 para análise descritiva dos dados da identificação de pigmentos solúveis (antocianinas e flavonóis) e comparação por meio do teste qui - quadrado a um nível de significância de 5%.

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