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Ensilagem cana

Por:   •  23/7/2015  •  Resenha  •  3.120 Palavras (13 Páginas)  •  617 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Uma das atividades mais importantes do agronegócio brasileiro o cultivo da cana-de-açucar (saccharum officinarum l.) sendo a cana mais utilizada há décadas pelos pecuaristas como cultura forrageira. Com a implantação do programa nacional do álcool (pró-alcool) no brasil na década de 70, a cultura de cana recebeu grande incentivo, resultando no lançamento de variedades com maior potencial de produção de biomassa e de açúcar e avanço das técnicas de cultivo (Nussio et al. 2003b). Havendo expansão da cultura para regiões tradicionais em pecuária e de produção de grãos, criando oportunidade de uso na alimentação de bovinos confinados.

A cana-de-açucar é apresentada como alternativa economicamente viável na maioria das simulações de custo de produção, tem gerado coeficientes de desempenho animal satisfatório quando comparado com qualquer outra fonte de alimento volumoso (Nussio et. Al., 2009).

De acordo com Silva (1993), a cana apresenta características positivas como elevada produção de forragem por unidade área (80 a 120 t/há); baixo custo produção de matéria seca; manutenção do valor nutritivo ate seis messes após a maturação e período de colheita coincidente com o período de escassez de forragem.

A utilização da cana como volumoso suplementar para a época de seca do ano, é devido a facilidade do seu cultivo e, sobretudo por consistir-se em uma opção competitiva, comparada a outras forrageiras, sendo utilizada na forma fresca, picada, fornecida aos animais sem nenhum processo de conservação. A cana oferecida fresca aos animais é uma pratica tradicional de amplo conhecimento dos pecuaristas; no entanto, o corte diário torna-se um problema em situações nas quais se deseja utiliza-la como forragem durante todo o ano, em razão da dificuldade de colheita em dias chuvosos e da perda no seu valor nitritivo durante o verão (Valeriano et al. 2006).

A silagem de cana-de-açucar permite a racionalização da mão de obra, através da concentração do processo de corte em uma determinada época do ano, a maior facilidade de manejo diário na fazenda e a maximização da utilização de maquinário (Marcondes et al. , 2011). Tem se observado o aumento crescente do uso de silagem de cana na alimentação animal e, conforme Santos et al. (2008), os principais fatores que impulsionam essa técnica foram os ganhos em logística operacional, manejo do canavial e melhoria na qualidade de vida no meio rural.

Os pecuaristas têm buscado na ensilagem de cana uma forma mais pratica de manejo dessa forragem em suas propriedades, as usinas de açúcar e álcool, que enfrentam periodicamente problemas em excesso de oferta e oscilação nos preços de seus produtos, têm buscado técnicas alternativas para viabilizar o aproveitamento da cana como volumoso para grandes confinamento (Nussio et al. , 2003).

ENSILAGEM DE CANA

A cana-de-açucar pode ser considerada uma boa alternativa para ensilagem, visto que possui conteúdo relativamente alto de MS, baixa capacidade tampão e elevados de carboidratos solúveis. Uma importante diferença entre a cana e outras forrageiras para ensilagem como exemplo, o milho e o sorgo, é natureza química dos seus carboidratos solúveis. A cana apresenta alto teor de sacarose que, consoante Woolford (1984), aparece favorecer o desenvolvimento de leveduras durante o processo de ensilagem.

Na ensilagem de cana-de-açucar a queda do pH é rápida, as leveduras dominam o processo fermentativo, uma ves que elas não são inibidas pela redução do pH na forragem por possuírem habilidade de crescer em intervalos de pH de 2 a 8. Essa característica possibilita ás leveduras ocuparem diferentes nichos ambientais, quando comparados ás bactérias (McDonald el al. , 1991; Walker, 1998), além do fato de o etanol ser toxico a muitos microrganismos.

Determinados fatores da eficiência na conservação de forragens é a perda de nutrientes que ocorre desde a colheita ate a ingestão pelos animais. A leveduras são capazes de grara perdas significativas de MS em razão da fermentação alcoólica e, de acordo com Lehninger et al. (1993), cada molécula de glicose fermentada resulta em duas moléculas de etanol, duas de dióxido de carbono, duas de água, e gera ATP para descimento das elevaduras que conduzem o processo fermentativo.

O dióxido de carbono e água pode causar redução de 44% no teor de carboidratos solúveis, aumentando percentual dos componentes da parede celular e perdas de MS (Alli et al. , 1983). Apesar da perda de carboidratos solúveis, a perda de energia é minimizada pela elevada concentração energética no etanol. O acumulo do etanol apresenta perdas do material ensilado, representa perdas decorrentes da recusa pelos animais (McDonald et al. , 1991).

O sucesso na ensilagem está associada ao pH da forragem fermentada. De modo geral, o pH final de 3,5 a 4,5 é necessário para um bom armazenamento da silagem e sabe-se que a formação de ácido acético e ácido lático, bem como presença de animais, influencia o pH (Marcondes et al., 2011).

O corte da cana é importante que ocorra quando apresentar altos teores de açucar e matéria seca ao redor de 30%, que o tamanho das partículas esteja entre 1 e 2 cm. Além disso, que seja feita uma boa compactação no silo e fechamento do mesmo em três dias no máximo, usando-se lona plástica, o que garante uma total expulsão do ar (Thiago e Vieira, 2002). Apesar de todo esse cuidado a compactação da cana favorece uma elevada produção de ácido acético e álcool pela ação das leveduras.

As silagens produzidas com cana, sem a utilização de qualquer tipo de aditivo, apresenta fermentação alcoólica e perda no valor nutritivo (Perston et al. 1976; Boin e Tedeschi, 1993). Observa-se, nas pesquisas realizadas com silagem de cana, que o interesse em identificar aditivos capazes de controlar a produção de etanol volumosos. Alguns resultados na década de 70 e 80 já alertavam para elevada produção de álcool.

De acordo com Pedroso (2003), os aditivos reduzem as perdas no valor nutritivo em silagens de cana-de-açucar, mas a escolha do aditivo adequado é de fundamental importância, uma vez que existe possibilidade de se obter efeitos opostos aos esperados.

Aditivos químicos e inoculantes microbiano têm sido utilizados para melhorar o padrão de fermentação e a conservação das ensilagens, promovendo o desenvolvimento dos microrganismos benéficos, com as bactérias produtoras de ácido lático (BAL) e a inibição dos indesejáveis, como as leveduras e clostrídios.

O interesse pela pesquisa em silagem de cana, tem se aumentado por parte da comunidade cientifica, isso pode ser verificado com o crescente número

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