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Esporotricose

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Por:   •  4/7/2013  •  Tese  •  1.368 Palavras (6 Páginas)  •  609 Visualizações

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1. Introdução

Esporotricose é uma infecção micótica subaguda ou crônica dos tecidos cutâneos e subcutâneos caracterizada por lesões nodulares que podem supurar ou ulcerar, causada pelo fungo dimórfico Sporothrix schenckii. A causa mais comum de infecção é por traumas sofridos na pele, por onde o fungo é inoculado ou muito raramente por inalação. A transmissão secundária aos ossos, articulações e músculos não é frequente em pacientes com imunidade preservada.

A infecção se dá pela inoculação do fungo na pele por algum tipo de trauma, como arranhaduras, mordeduras, perfurações com vegetais, animais ou objetos contaminados. Existem casos relatados de transmissão através de mordedura de ratos, cães, gatos, cavalos. Os animais contraem a doença ou são apenas veiculadores do fungo.

A esporotricose, portanto, está relacionada a atividades ocupacionais como floristas, horticultores, jardineiros, caçadores, donos de gatos, exploradores de madeiras, veterinários. Como a transmissão por felinos tem sido relatada como a forma mais comum, veterinários, técnicos e donos de gatos são considerados como novas categorias de risco para adquirir a micose.

2. Epidemiologia

A esporotricose foi descrita pela primeira vez em 1898, por Benjamin Schenk nos Estados Unidos. É considerada a micose subcutânea mais comum na América Latina. Tem sido relatada em diversos países, mas assumiu maiores proporções no Brasil, onde foi observada desde 1907, por Lutz e Splendore, em sua maioria nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul.

A maior epidemia de esporotricose relacionada com transmissão zoonótica foi descrita no Rio de Janeiro. Entre 1998 e 2004, a Fundação Oswaldo Cruz/FIOCRUZ diagnosticou 1.503 gatos, 64 cachorros e 759 humanos com a doença. De 1998 a 2001, nesse estado, foram descritos 178 casos da doença, passando essa a ser considerada a maior epidemia por transmissão zoonótica no mundo. Em 2001 foi isolado S. schenckii das unhas dos gatos após uma epidemia da doença no Rio de Janeiro.O gato, principalmente os domésticos, tem papel importante na transmissão do agente a outros animais e para o homem.

3. Aspectos Clínicos

As manifestações clínicas da doença se resumem em esporotricose cutânea (localizada e cutaneolinfática), esporotricose invasiva (disseminada, osteoarticular, pulmonar) e sistêmica. As formas clínicas mais comumente encontradas são a cutaneolinfática e a cutânea localizada, correspondendo a 90% do total dos casos. A forma cutaneolinfática se inicia com um nódulo ou lesão ulcerada no local da inoculação do fungo na pele e segue o trajeto linfático com nódulos que ulceram e fistulam, com o passar do tempo. Essa característica clínica é o motivo de também ser chamada de Linfagite Ascendente Nodular. Ou seja, a partir da lesão inicial, seguindo trajeto ascendente nos membros, aparecem nódulos indolores, ao longo dos vasos linfáticos, que podem ulcerar.

A forma cutânea localizada é caracterizada por uma lesão única, no local da inoculação do fungo, que não acompanha o trajeto linfático. Essas lesões podem ter inúmeras morfologias, como pápulas que pustulizam e ulceram, abscessos, placas achatadas, lesões eritematosas. Nesse caso, diagnóstico diferencial deve ser realizado entre as chamadas Síndromes Verrucosas, que são a Leishmaniose, cromomicose, tuberculose verrucosa e psoríase.

A esporotricose invasiva pode acometer qualquer tecido ou órgão. Ocorre principalmente em indivíduos imunocomprometidos, nos pulmões e ossos, em sua grande maioria. Já a sistêmica, também associada a imunodepressão em pacientes HIV positivos, acomete olhos e nariz. A forma cutânea disseminada é menos frequente. Está associada a algum tipo de imunodepressão, como AIDS, alcoolismo, idade avançada, Diabetes, uso prolongado de corticoides, e frequentemente associada a forma extra cutânea ou sistêmica.

O prognóstico da esporotricose é benigno conforme extensão e tempo de duração da doença. As formas viscerais, que são mais raras, tem evolução grave e podem levar a óbito.

4. Diagnóstico Laboratórial

Para diagnóstico da Esporotricose os materiais biológicos examinados são o pus, a escarificação, a biopsia e escarro ou líquor, em caso de formas mais graves -sistêmica ou extracutânea. Os mais comuns são o pus e a escarificação, sendo o primeiro retirado da fístula e o outro com estilete ou bisturi. No caso de lesões fechadas deve-se evitar a punção para evitar uma possível fungemia.

O microorganismo em questão, em geral, está escassamente presente no material biológico pus, aspirado ou exsudatos e biópsia, podendo levar a uma inconclusão do diagnóstico apenas com exame direto. Montagens com KOH podem revelar leveduras gemulantes globosas ou em forma de charuto, alongados e fusiformes. Raramente se encontram pequenos elementos hifálicos.

Pelo método de Gram, as células leveduriformes apresentam-se como formas esféricas, ovais e alongadas, em forma de charuto, Gram positivas. S. schenckii provoca reação inflamatória mista, purulenta e granulomatosa, acompanhada de fibrose.

Algumas células são envolvidas por bainha eosinofílica radiada que cobre toda sua superfície, são os chamados corpos asteróides. A presença deles e das células em forma de charuto fornecem um diagnóstico inicial da esporotricose.

A amostra deve ser semeada em meios sólidos dentro de tubos de ensaio, com movimentos de estrias, para sua cultura. S. schenckii quando cultivado a temperatura ambiente (25°C) desenvolve a forma miceliana, apresentando colônias enrugadas e de coloração acastanhada a enegrecida, e a 37°C desenvolve forma parasitária de levedura, com colônias que lembram bactérias: úmidas, cremosas e de coloração amarelada. Pela microscopia, a primeira forma é caracterizada por hifas septadas hialinas ramificadas, contendo conidióforos com extremidades com conídios que se arranjam na forma de uma margarida. A forma leveduriforme

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