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Homem E Sociedade

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Por:   •  21/3/2014  •  1.713 Palavras (7 Páginas)  •  689 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO DO CONTEÚDO

É muito comum que as pessoas em seu dia-a-dia não se dêem conta que nossos hábitos, costumes, valores morais ou formas de julgamento são o resultado de um processo histórico de nosso grupo social.

Entretanto, facilmente consegue-se relacionar a nossa vida material como a tecnologia, por exemplo, como resultante de um processo complexo de desenvolvimento que envolve conhecimento e condições técnicas-econômicas de implantação.

Isso porque, no primeiro exemplo, estamos falando de um aspecto imaterial, simbólico, da cultura humana. Em geral, as pessoas tendem a naturalizar mais essa dimensão humana, dando como certo que se trata de algo que não procede de escolhas e muito menos de formas coletivas de vivência.

O fato é que a história de qualquer grupo social interfere o tempo todo em seu presente, sendo impossível separarmos a cultura de um povo de sua história.

As diferentes histórias de cada povo podem ser interpretadas antropologicamente, como estratégias locais de sobrevivência e reprodução, mas não se encontram desvinculadas da história da espécie humana como um todo.

Assim, podemos afirmar que estamos em um mesmo momento da história de nossa espécie, em âmbitos que envolvem nossa evolução e nossa relação com o meio ambiente.

Entretanto, cada povo em seu local específico, é o resultado das relações entre os indivíduos e seu grupo social. Como resultado das interferências pessoais em um dado conjunto de instituições, regras, leis e tecnologia que formam uma totalidade social é que podemos perceber a CARACTERÍSTICA, a ESPECIFICIDADE de uma cultura.

É possível observar um grupo social a partir de sua perspectiva histórica, e como resultado percebemos que cada grupo é único, mesmo quando passa por eventos semelhantes e utiliza as mesmas convenções sociais.

Portanto, a cultura nesse caso, é um elemento agregador que promove a intermediação das relações entre os indivíduos. Mas quando observamos a passagem do tempo (= história) em dois grupos diferentes que utilizam o mesmo referencial cultural, percebemos que não é possível encontrar os mesmos resultados. Esta é a base do que denominamos CULTURA REGIONAL.

No Brasil, temos a existência de regiões geográficas que definem regiões culturais diferentes.

A experiência histórica em cada uma delas determinou características particulares dentro da grande totalidade que chamamos de “cultura brasileira”, ou cultura nacional.

Assim como ocorre com os regionalismos, ocorre também com relação à sociedade nacional.

Portanto as culturas regionais e nacionais se referem sempre a experiências compartilhadas por uma população durante um período de tempo suficiente para deixar marcas nas relações sociais, na visão de mundo desse povo.

Neste âmbito é que reside a questão da relação indivíduo-sociedade. Ao mesmo tempo em que cada um de nós é marcado pela história de nosso grupo social, também marcamos essa história, com a possibilidade de reforçar certos comportamentos, repetindo-os e mantendo-os atuantes, ou recusando-os e enfraquecendo sua importância.

Somos ao mesmo tempo resultados de uma HERANÇA cultural e produtores dessa herança para as próximas gerações. Não nos damos conta disso em nosso cotidiano, e a única forma de consciência disso se expressa através da necessidade pessoal em defender e preservar certos traços de comportamento e recusar outros.

Se partirmos dessa compreensão de cultura como resultado da vida sócio-histórica dos indivíduos que atuam em um grupo, podemos então detalhar alguns aspectos importantes da vida cultural em nossa sociedade atualmente.

Nossas condições materiais de existência afetam nossas condições psíquicas e culturais, e vice-versa. Em nossa sociedade, existe a questão do pertencimento a classes sociais, ou em outras palavras, da renda como determinante das posições na hierarquia social.

Assim, notamos certos padrões de comportamento que se associam a padrões de consumo, e que por sua vez se associam a um conjunto de valores morais, ou estéticos, ou de gosto, capazes de criar grupos de pessoas que se identificam e mantêm características e hábitos próprios.

Para facilitar a compreensão desse fenômeno, utilizamos os conceitos de cultura popular, cultura erudita e cultura de massa.

Vamos ao texto indicado para leitura na bibliografia deste módulo para esclarecer essa classificação da cultura.

José Luiz dos SANTOS explica:

Comecemos por esta última indagação, a qual é bem antiga na história das preocupações com cultura. É que, a partir de uma idéia de refinamento pessoal, cultura se transformou na descrição das formas de conhecimento dominantes nos Estados nacionais que se formavam na Europa a partir do fim da Idade Média. Esse aspecto das preocupações com a cultura nasce assim voltado para o conhecimento erudito ao qual só tinham acesso setores das classes dominantes desses países, esse conhecimento erudito se contrapunha ao conhecimento havido pela maior parte da população, um conhecimento que supunha inferior, atrasado, superado, e que aos poucos passou também a ser entendido como uma forma de cultura, a cultura popular.

As preocupações com cultura popular são tentativas de classificar as formas de pensamento e ação das populações mais pobres de uma sociedade, buscando o que há de específico nelas, procurando entender a sua lógica interna, sua dinâmica e principalmente, as implicações políticas que possam ter.

(...) De fato, ao longo da história a cultura dominante desenvolveu um universo de legitimidade própria, expresso pela filosofia, pela ciência e pelo saber produzido e controlado em instituições da sociedade nacional, tais com a universidade, as academias, as ordens profissionais (de médicos, advogados, engenheiros e outras). Devido à própria natureza da sociedade de classes em que vivemos, essas instituições estão fora do controle das classes dominadas. Entende-se por cultura popular as manifestações culturais dessas classes, manifestações diferentes da cultura dominante,

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