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Integração Fala E Linguagem Em Crianças

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Por:   •  6/9/2013  •  2.814 Palavras (12 Páginas)  •  730 Visualizações

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Introdução

Os estudos sobre a integração entre fala e linguagem na infância apresentam um escopo bastante amplo, abordando desde o desenvolvimento da linguagem, em relação a aspectos puramente lingüísticos, às especificidades fisiológicas dessa integração, embora esse último aspecto seja comumente ignorado em muitas pesquisas.

Para este trabalho foram utilizados como referência três artigos que trazem contribuições importantes da integração entre o sistema motor da fala e os aspectos linguísticos, abordando desde a normalidade às patologias referentes a esse tema.

Devido a sua complexidade, não há uma ciência específica, nem um método único, nem um ponto de vista central que abarquem todos os aspectos da linguagem humana. Dessa forma, quando estudada sobre diferentes prismas, as contribuições das diferentes áreas podem trazer elucidações importantes de como a linguagem funciona. Um exemplo de duas perspectivas bastante diferentes sobre esse tema são os modelos de processamento e produção da linguagem e os modelos de controle motor da fala.

Enquanto os modelos de processamento da linguagem estão relacionados aos aspectos mais propriamente linguísticos (semântica, prosódia, sintaxe, sílabas, fonologia), os modelos de processamentos motor da fala podem abordar esses aspectos, porém suas variáveis principais são os aspectos motores, como os programas e comandos motores e a integração sensório motora.

Como exemplos dessas duas perceptivas, temos no primeiro caso um modelo de produção da linguagem formulado por Levelt. Nesse modelo, a dimensão das caixas está relacionada ao grau de importância de certos elementos na produção da linguagem. Observa-se que há um destaque acentuado aos aspectos mais cognitivos da linguagem, enquanto as caixas menores apresentam aspectos mais orgânicos da produção da linguagem.

Em relação à segunda perspectiva, pode-se citar o modelo formulado por Barlow & Farley (1989), no qual observa-se exatamente o oposto do primeiro modelo, já que há um destaque significativo aos aspectos motores da linguagem, enquanto o processamento da linguagem tem um papel coadjuvante.

Pesquisas como as citadas por Smith (2006) integram aspectos desses dois modelos, contribuindo sobremaneira para o entendimento de como os mapeamentos entre as unidades linguísticas e as unidades de ação são formadas e como funcionam.

O início da fala em crianças pequenas, principalmente em bebês, está também relacionado com o processamento auditivo, pois muitas produções surgem a partir da imitação. O caminho feito pelo som desde a chegada do estímulo acústico até o processamento no córtex auditivo envolve uma série de mecanismos que também interferem no resultado final caso não estejam íntegros. Para responder a este estímulo auditivo, antes que a fala propriamente dita seja produzida, é preciso que haja planejamento e organização da resposta. A ASHA reconhece essa relação entre processamento auditivo e produção da fala.

O estímulo para que a criança fale também envolve fatores emocionais e visuais, pois a imitação sugere a presença de familiares e/ou pais no contexto de vida da criança que a torna participativa, incentivando e elogiando suas produções e tentativas de comunicação.

No entanto, nada disto seria possível se o aparelho fonador não estivesse preparado e ajustado as suas necessidades. As apraxias de fala nas crianças (CAS – Childhood Apraxia of Speech) demonstram que algo não está bem ajustado na produção do som.

Outros estudos comparam as produções entre crianças e adultos e buscam determinar as diferenças que surgem conforme a maturação dos processos ocorre. Existe um longo percurso entre a fala lentificada e dependente de um maior número de ativações feitas por crianças e uma produção na qual o movimento do articulador é quase imperceptível como nos adultos.

O objetivo deste trabalho é justamente focar em questões relativas ao desenvolvimento do sistema motor da fala. Um sistema que integra músculos, movimentos e unidades lingüísticas, e que é de fundamental importância para compreender como se dá as relações entre linguagem e fala nesta faixa etária.

Unidades de ação para comportamentos motores específicos e não específicos da fala

Nos seres humanos, é importante notar que existem comportamentos ou ciclos motores essenciais para a sua sobrevivência, como: a mastigação, o andar e principalmente a fala.

Assim, os nossos músculos desempenham um papel necessário, para que o comportamento motor da fala seja realizado com toda a sua complexidade. Dentre estes músculos temos: o pterigóideo e o digástrico; além da participação da mandíbula realizando aberturas e fechamentos no momento da fala. Os músculos masseter e temporal têm suas participações reduzidas aqui, uma vez que são mais utilizados na mastigação.

Os músculos da laringe também são ativados durante a realização da fala, que são os músculos tireoaritenóideo e cricotireóideo. É interessante comentar, que mesmo durante uma pausa na fala, ou seja, sem a intervenção da fala, estes músculos continuam as suas atividades. Evidenciando, assim, que funcionam tanto no momento da fala quanto em outros comportamentos.

Já na mastigação, as participações dos músculos masseter, temporal, pterigóideo e digástrico, são notadas. Além disso, na eletromiografia (EMGs), observa-se que o músculo digástrico apresenta uma ativação diferente dos demais, demonstrando, dessa forma, a alta complexidade que tem. Fica claro, portanto, a relação de ativação dos pares de músculos sinergéticos e antagonistas.

Dessa forma, cabe ressaltar que para termos um bom comportamento motor da fala é importante que os nossos músculos estejam aptos a se ativarem corretamente, mas também que realizem todas as suas complexidades, para que no final a nossa fala ou a mastigação sejam executadas da melhor forma possível.

Produção de unidades linguísticas

A co-articulação permite a produção de fonemas, sílabas e frases. É um ato cujo mapeamento é complexo, uma vez que envolve diversos processos fisiológicos e acústicos. Na produção do fonema /p/ e da sílaba /pa/ há em comum a presença da fonema /p/. Mesmo assim, os eventos fisiológicos usados na produção não são os mesmos. A co-articulação de um segmento terá influência do elemento que o antecede ou sucede (algo bastante estudado por linguistas). Cada um dos elementos de uma língua possui traços específicos, mas há processos envolvidos que alteram suas características de produção.

Pensando

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