MONOGRAFIA

Introdução

A doença renal crônica (DRC) caracteriza-se por uma lesão do órgão com perda progressiva e irreversível da função dos rins associada ao comprometimento da taxa de filtração glomerular (TFG). Em estágios mais avançados pode ser definida como Insuficiência Renal Crônica (IRC), condição onde os rins são incapazes de manter a homeostase do meio interno do paciente considerando se que, uma vez que a filtração glomerular está comprometida, haverá redução da remoção dos produtos finais do metabolismo orgânico além de alterações nas funções endócrinas.

O quadro da IRC pode estar associado distúrbios acidobásicos e hidroeletrolíticos como consequência da excreção reduzida de substancias através da urina. A perda da função renal está também associada à redução das funções tubular e endócrina (ROMAO, 2004). Entre as principais causas da DRC e da IRC destacam-se a glomerulonefrite crônica, pielonefrite crônica, uropatia obstrutiva, distúrbios vasculares e a hipertensão arterial além de distúrbios metabólicos como Diabetes Mellitus. Adicionalmente podem ser observar lesões associadas a fatores hereditários ou como consequência do uso de medicamentos ou substancias nefrotóxicas (BASTOS et al., 2004).

Independentemente da etiologia, a DRC resulta em diversas complicações como anemia, alterações sistêmicas, hormonais e metabólicas, acidose metabólica, alteração do metabolismo mineral, ósseo e desnutrição.

A determinação da TFG consiste na melhor forma de avaliação da função renal (referencias). O nível da FG pode variar de acordo com a idade, sexo, e massa muscular. FG menor que 60mL/min/1,73m2 é indicativa de diminuição de aproximadamente 50% da função renal normal e, abaixo deste nível, aumenta a prevalência das complicações da DRC. Quando a TFG atinge valores inferiores a 15 mL/min/1,73m2, caracteriza-se o estado de falência funcional renal (FFR) que é o estágio mais avançado da perda funcional progressiva observado na DRC.