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Neosporose Canina

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Por:   •  14/3/2015  •  1.609 Palavras (7 Páginas)  •  743 Visualizações

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INTRODUÇÃO

1. Neospora Dubey.

“Novo esporo”

Família Sarcocystidae, sendo um parasita intracelular nos estágios de taquizoíto e cistos nos tecidos do hospedeiro intermediário.

Responsável pela neosporose, causadora de abortos no gado na América do Norte e Nova Zelândia, Argentina, Brasil, Canadá, Alemanha, Espanha, Itália, Suécia, Japão e Europa. (FORTES, Elinor et al., 2004, p.128)

1.1 - Neospora caninum Dubey

É um coccídeo, identificado em cães com meningo-encefalomielite e miosite, dermatite fistulosa e ulcerativa.

Forma merozoítos em vários tecidos dos cães, principalmente cérebro e medula. Foi identificado no citoplasma de células do hospedeiro, possuindo 11 róptrias não reagindo com o soro anti-T.gondii no teste de imunoperoxidase.(FORTES, Elinor et al., 2004, p.128)

(Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-736X2008001200006)

1.2 - Estrutura

A espécie N. Caninum é um protozoário do sistema nervoso central,que apresenta seus cistos teciduais na forma arredondada ou elíptica, medindo até mais de 107 µ de diâmetro e sua parede cística com até mais de 4µ de espessura.

Dentro dos cistos encontram-se os bradizoitos medindo aproximadamente 6,9 µ de comprimento por 1,5 a 2µ de largura, dispostos de 5 a 8 por 1 a 2µ. Encontramos também taquizoitos que apresentam uma dimensão de até mais de 6µ de comprimento por 2µ de largura.

Este agente etiológico é um coccídio intracelular, sendo que os cistos e os taquizoítos são as formas encontradas intracelularmente, sendo este parasita confundido com o Toxoplasma gondii. (FORTES,Elinor et al., 2004.)

1.3 - Biologia

HD: Caninos.

HI: Bovinos, ovinos, caprinos, equinos e caninos.

O ciclo evolutivo envolve HD e HI, caracterizando-se em ciclo heteróxeno, sendo que a fase assexuada ocorre no HI e a fase sexuada ocorre no HD (ROSA et al., 2010).

Apresenta três estágios infecciosos: os taquizoítos, cistos teciduais (repletos de bradizoítos) e os oocistos. Os taquizoítos e bradizoítos são estágios intracelulares que ocorrem no HI, enquanto no oocisto a o desenvolvimento de esporozoítos na esporulação (ROSA et al., 2010).

2. CICLO EVOLUTIVO

Após a ingestão de cistos teciduais o cão elimina oocistos não esporulados por cerca de três semanas (ROSA et al., 2010). No intestino do cão ocorre o ciclo sexual depois ocorre o ciclo assexual. A esporulação do oocisto ocorre no meio ambiente, onde se torna infectante (FORTES et al., 2004).

A ingestão de oocistos esporulados pelo HI e liberação de esporozoítos infectantes na luz intestinal. Os esporozoítos penetram nas células da parede intestinal e mudam para taquizoítos, que se multiplicam rapidamente, causam lise e imediatamente infecta outra célula. (FORTES et al., 2004). Em certas situações, como imunodeficiência e prenhes, os bradizoítos podem se converter em taquizoítos, que se proliferam assexuadamente (ROSA et al., 2010).

Quando o HD ingere o cisto com bradizoíto ocorre a digestão da parede do cisto no estomago, liberando os bradizoítos. Penetram na parede intestinal, onde ocorre a diferenciação sexual do parasita e formação de oocistos, que são excretados nas fezes (ROSA et al., 2010).

2.1 - QUADRO CLÍNICO

O quadro clínico inicialmente depende de qual espécie a neosporose está acometendo, em algumas espécies encontramos:

O N. caninum tem sido encontrado parasitando naturalmente bovinos, ovinos, caprinos, bubalinos, canídeos (cães, raposas e coiotes), cervídeos e camelos. Infecções experimentais têm sido obtidas em suínos, leporinos felinos, canídeos (raposas, dingos e coiotes), roedores (camundongos, ratos e gerbils) e primatas. (ANDERSON; ADRIANAVIRO; CONRAD et al., 2000).

2.1.1 - Neosporose em cães: Casos mais graves em cães jovens congenitamente infectados. A infecção adquirida através da via transplacentária é severa, caracterizando-se por encefalite, poliradiculite, polimiosite e paralisia dos membros posteriores. Atinge preferencialmente animais com até 12 meses de idade, provocando paralisia do tipo ascendente nos membros posteriores, sem predileção por sexo ou raça. Além disso, dificuldade de deglutição, miocardite associada à morte súbita e pneumonia. (LINDSAY; DUBEY; DUNCAN et al., 1999).

A enfermidade pode ser localizada ou generalizada, com todos os órgãos envolvidos inclusive a pele, com severa dermatite. A neosporose cutânea foi descrita em cães com dermatite ulcerativa e relataram a ocorrência de cistos de N. caninum em retina de quatro cães que adquiriram a doença via congênita.

Neosporose clínica em animais adultos é sugerido que ocorra em função da reativação de uma infecção anterior, associada com imunosupressão causada por vacinação com vírus. Sugerem que o parasita pode ser encontrado em vários órgãos (coração, pulmões e fígado) durante a fase aguda e somente restrita ao SNC, na fase crônica. (RUEHLMANN et al., 1995) Os casos fatais tem sido relatados em animais com oito a 15 anos de idade e, cadelas com infecção subclínica transmitem para os seus fetos em sucessivas gestações. Apesar de predisposição a sexo e raça não serem conhecidos, a maioria dos casos descritos tem ocorrido com cães das raças Labrador, Boxer, Greyhound e Golden Retrievers. (PATITUCCI et al., 1997)

2.1.2 - Neosporose em bovinos: A infecção por N. caninum em bovinos tem sido reconhecida em todo mundo e é atualmente aceita como importante causa de abortamento em bovinos de corte e leite, consequente de vacas em período de lactação (ABBIT et al., 1993). Bezerros neonatos infectados apresentam os membros posteriores e/ou anteriores flexionados ou hiperestendidos, ataxia, diminuição do reflexo patelar, perda de consciência, exoftalmia, assimetria ocular e deformidades associadas com lesões de células nervosas, na fase embrionária.

Alguns bezerros são incapazes de levantar-se desde o nascimento ou nas primeiras semanas de vida e, em outros casos, ocorre evolução favorável após determinado período de ataxia. É provável que a maioria dos bezerros com neosporose clínica morram dentro das primeiras

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