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O potencial de abuso dos benzodiazepínicos

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Por:   •  8/6/2013  •  Resenha  •  1.212 Palavras (5 Páginas)  •  662 Visualizações

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O potencial de abuso dos benzodiazepínicos, culminando com a produção da síndrome de dependência é um fenômeno clínico relativamente recente. Foi somente apartir de meados dos anos 70 - quando os primeiros estudos clínicos evidenciaram o desenvolvimento de dependência e sintomas de abstinência em doses terapêuticas - que passou-se a considerar o risco dos benzodiazepínicos para induzirem abuso ou dependência. Mesmo assim, durante algum tempo considerava-se a própria dependência como uma complicação rara. Nessa época, o diazepam tornou-se em pouco tempo o benzodiazepínico mais vendido dentro da classe dos sedativos, hipnóticos e ansiolíticos, chegando a liderar o "ranking" das medicações mais prescritas nos Estados Unidos entre 1972 a 1983. Muito desta relutância em aceitar o potencial de abuso dos benzodiazepínicos deve-se ao perfil benigno dos seus efeitos adversos, tornando-a uma droga segura em relação aos barbitúricos e outros sedativos hipnóticos. No começo dos anos 80, quando demonstrou-se que 50% dos usuários crônicos de benzodiazepínicos (acima de 12 meses) evoluíam com uma síndrome de abstinência, esta visão "complacente" pelos benzodiazepínicos alterou-se acentuadamente(5).

As principais vantagens dos benzodiazepínicos, quando comparados aos antigos sedativos e hipnóticos eram: a) Menor potencial letal para depressão respiratória e do SNC; b) Menor potencial para induzir tolerância e dependência; c) Maior margem de segurança dos efeitos sedativos e ansiolíticos(2).

Avaliação Clínica do Potencial de Abuso

Na avaliação clínica do potencial de abuso dos benzodiazepínicos é importante lconsiderar os seguintes aspectos clínicos:

•Presença de sintomas sugestivos de intoxicação aguda decorrente do uso de benzodiazepínicos;

•Uso adequado do benzodiazepínico pelo paciente;

•Uso concomitante de outras drogas de abuso (por ex. cocaína ou maconha);

•Uso abusivo de álcool;

•Uso concomitante de medicamentos, que também deprimem o SNC;

•Presença de alguma condição psiquiátrica, que necessita do uso a longo prazo de um benzodiazepínico(1). Os principais fatores de risco para abuso de benzodiazepínicos será discutida de forma completa nos tópicos listados na próxima página.

Características dos Pacientes

Estima-se que 1,6% da população adulta é usuária crônica de benzodiazepínicos, principalmente os pacientes do sexo feminino, acima de 50 anos e apresentando problemas clínicos crônicos, tais como transtornos de ansiedade(1).

Os indivíduos que abusam de benzodiazepínicos, geralmente o fazem para lidar com as reações, por exemplo, ao estresse devido ao luto, desemprego, etc. Com a expectativa de que tais medicações podem ajudá-los a resolverem os seus próprios problemas, ou então, simplesmente buscam os seus efeitos agradáveis, tais como a euforia, a excitação e o aumento do estado motivacional para a realização de suas atividades cotidianas. Quando os pacientes adquirem tolerância a algum desses efeitos tendem a procurar um médico com o obejtivo de persuadí-lo a prescrever um benzodiazepínico, ou então, compram de forma ilegal a medicação (HANSON, 1995). Os usuários crônicos de benzodiazepínicos são classificados em 4 tipos principais(4):

•"Usuários Médicos": usuários que são medicados com benzodiazepínicos por indicação médica, como é o caso dos pacientes portadores de doenças músculo-esqueléticas (por ex. espasmos musculares) e neurológicas (por ex. epilepsia). Os usuários médicos raramente desenvolvem abuso ou dependência dos benzodiazepínicos, quando comparados aqueles com insônia ou estados ansiosos. Uma possível explicação para esta observação clínica é a menor prevalência de características de personalidade e sintomas psiquiátricos entre os pacientes que são medicados por razões médicas. Além disso, existe muita controvérsia se a prescrição de benzodiazepínicos para determinadas condições médicas, particularmente as doenças músculo-esqueléticas é efetiva.

•"Usuários diurnos" (daytime users): usuários que fazem uso de benzodiazepínicos por indicação psiquiátrica, tais como: ansiedade crônica (por ex. transtornos fóbicos). Clinicamente, os pacientes caracterizam-se por serem mais jovens, não manifestando doenças físicas e uso dos benzodiazepínicos por curto período de tempo. Supõem-se que um forte preditor de uso prolongado de benzodiazepínico entre estes pacientes é a gravidade dos transtornos psiquiátricos no início do tratamento.

•"Usuários Noturnos" (night-time users): usuários caracterizados pela presença de alterações crônicas do sono. Estima-se que 15% dos idosos fazem uso de algum hipnótico para tratar a insônia. É o grupo predominante dentre os quatro tipos de usuários de benzodiazepínicos. Os pacientes caracterizam-se por serem idosos, predominantemente do sexo feminino, sendo comum a presença de doenças físicas e estado depressivo crônico. Costumam tomar baixas doses dos benzodiazepínicos, entretanto, são os usários que mais relutam em tratar-se, quando desenvolvem dependência. Porém, quando submetem-se à alguma intervenção psicosssocial (por ex. aconselhamente, terapia de relaxamento), costumam aceitar o tratamento para descontinuar ou reduzir o uso de benzodiazepínico.

•"Poli-usuários de Drogas": são usuários que compreendem um pequeno grupo de pacientes, que fazem abuso caótico e ilícito de outras drogas de abuso (por ex. opióides, psicoestimulantes). Esses usuários de benzodiazepínicos caracterizam-se pelos seguintes dados clínicos:

a) Pacientes

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