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O que é sociologia?

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Por:   •  15/9/2014  •  Tese  •  7.085 Palavras (29 Páginas)  •  324 Visualizações

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Resumo do livro "O que é Sociologia" de Carlos Benedito Martins

Resumo do livro "O que é Sociologia" de Carlos Benedito Martins com alguns acréscimos - 38ª ed. - São Paulo Brasiliense, 1994, (Coleção primeiros passos)

1ª parte:

Sociologia – o que é? Qual o objecto de estudo?

O termo sociologia foi criado por Auguste Comte para designar uma ciência geral da organização e evolução da sociedade. A vontade de conferir a esse conhecimento um carácter positivo e objectivo levou a sociologia a aplicar aos problemas sociais os métodos de pesquisa e formas de análise que permitissem estabelecer relações de causa-efeito entre os problemas e regras ou até ‘leis’ da organização social humana. O objecto de estudo da sociologia é muito abrangente e diversificado e os seus métodos e técnicas de análise também o são. A sociologia pretende demonstrar como os comportamentos sociais são afectados por factores estruturais e conjunturais e de como os indivíduos interagem nesses contextos.

O pensamento sociológico é de tipo científico pelo que pressupõe uma ruptura epistemológica com a maneira de pensar aprendida em comum na sociedade. A importância do estudo da sociologia fundamenta-se na crença dos sociólogos de que as representações,os hábitos, as maneiras de agir e de pensar estão estreitamente ligadas com os meios sociais nos quais se inserem os indivíduos. O indivíduo, sendo único, é também um elemento construtivo do fenómeno social. De acordo com Giddens “é tarefa da sociologia investigar o que a sociedade faz de nós e o que é que nós fazemos de nós próprios.”

A estrutura social é anterior a cada indivíduo mas depende de cada um (imanência e transcendência). Ela está em permanente mudança ou reestruturação, pela influência do desempenho de cada um em sociedade.

A sociologia é o estudo do comportamento social das interações e organizações humanas – Estuda todos os símbolos culturais que os seres humanos criam e usam para interagir e organizar a sociedade.A sociologia também pode ser compreendida como o estudo dos grupos sociais, dos fatos sociais, da divisão da sociedade em camadas (estratificação social), da mobilidade social, dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade e desigualdades sociais.

Origens da Sociologia (fundadores e suas bases teóricas)

A sociologia pode ser entendida como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolução do pensamento científico, que vinha se constituindo desde Copérnico, passa a cobrir, com a sociologia, uma nova área do conhecimento ainda não incorporada ao saber científico, ou seja, o mundo social.

A sua formação, seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da civilização capitalista. A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenharam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso.

As transformações econômicas, políticas e culturais que se aceleram a partir dessa época colocarão problemas inéditos para os homens que experimentavam as mudanças que ocorriam no ocidente europeu. A dupla revolução que este século testemunha - a industrial e a francesa - constituía os dois lados de um mesmo processo, qual seja, a instalação definitiva da sociedade capitalista. A palavra sociologia apareceria somente um século depois, por volta de 1830, mas são os acontecimentos desencadeados pela dupla revolução que a precipitam e a tornam possível.

É uma ciência que se pode considerar recente, tendo a sua origem após as transformações sociais originadas pela Revolução Francesa e Revolução Industrial (séc. XVIII e XIX).

Augusto Comte (1798-1857) – Francês, é geralmente considerado o pai da sociologia pelo facto de ter sido o autor do termo que a designa. Inscreve-se no pensamento positivista e entendeu que a sociologia deveria constituir uma espécie de ciência física aplicada ao Homem. A sociologia seria o estudo do social com vista à reorganização dos modos de vida segundo padrões racionais, metódicos e positivos.

A revolução industrial significou algo mais do que a introdução da máquina a vapor e dos sucessivos aperfeiçoamentos dos métodos produtivos. Ela representou o triunfo da indústria capitalista, capitaneada pelo empresário capitalista que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores despossuídos.

Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida social. A utilização da máquina na produção não apenas destruiu o artesão independente, que possuía um pequeno pedaço de terra, cultivado nos seus momentos livres. Este foi também submetido á uma severa disciplina, a novas formas de conduta e de relações de trabalho, completamente diferentes das vividas anteriormente por ele.

Num período de oitenta anos, ou seja, entre 1780 e 1860, a Inglaterra havia mudado de forma acentuada. País com pequenas cidades, com uma população rural dispersa, passou a comportar enormes cidades, nas quais se concentravam suas nascentes indústrias, que espalharam produtos para o mundo inteiro.

Tais modificações não poderiam deixar de produzir novas realidades para os homens dessa época. A formação de uma sociedade que se industrializava e urbanizava em ritmo crescente implicava a reordenação da sociedade rural, a destruição da servidão, o desmantelamento da família patricial etc. A transformação da atividade artesanal em manufatureira e, por último, em atividade fabril, desencadeou uma maciça emigração do campo para a cidade, assim como engajou mulheres e crianças em jornadas de trabalho de mais de doze horas ao dia, sem férias e feriados, ganhando um salário de subsistência.

O desaparecimento dos pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a imposição de prolongadas horas de trabalho etc, tiveram um efeito traumático sobre milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas habituais de vida. Estas transformações, faziam-se mais visíveis nas cidades industriais, local para onde convergiam todas estas modificações

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