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A Peste Negra

Por:   •  28/7/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.001 Palavras (5 Páginas)  •  421 Visualizações

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Introdução

        Peste é uma doença bacteriana infecciosa que acomete animais e o homem. Durante a Idade Média, milhões de pessoas na Europa morreram de peste. Hoje, os antibióticos modernos são eficazes contra a doença, embora pessoas infectadas que não forem tratadas rapidamente possam vir a óbito. Segundo a OMS, atualmente há registro de 1000 a 3000 casos anuais de peste, com distribuição na América, África e Ásia. Dependendo das circunstâncias, existem três formas da doença que podem ocorrer separadamente ou simultaneamente: a peste negra, peste bubônica, peste pneumônica, peste septicêmica, sendo causada pelo agente etiológico e bactéria Yersinia pestis. A bactéria Yersinia pestis é conhecida por ter causado uma das maiores epidemias da história, que dizimou entre 25 (menor estimativa) e 200 (maior estimativa) milhões de pessoas no século XIV. Conhecida como “Peste Negra”, a epidemia tem seus primeiros casos documentados na China Imperial do século XIV, logo sendo espalhada pela Ásia por rotas comerciais (as quais muitas vezes, pelas condições insalubres, abrigavam ratos em carroças ou navios) e disseminada pela Europa, onde encontrou um terreno fértil para a explosão da Peste.

Epidemiologia

        É uma bactéria da espécie Yersinia pestis, um bacilo Gram negativo. Yersinia pestis é facilmente destruída pela luz solar e ressecamento. Mesmo assim, quando liberada no ar, pode sobreviver por cerca de uma hora. Sua fonte de infecção: animais (principalmente roedores) e infectados/doentes. Via de eliminação: na forma respiratória da peste (peste pneumônica), gotículas infectadas expelidas durante a tosse de homens e gatos. Via de transmissão: contato indireto (participação de vetor): picada de pulga do rato (Xenopsylla cheopis); contato direto: contato direto com tecidos / fluidos infectados ou com gotículas respiratórias contaminadas. Porta de entrada: pele e trato respiratório. Susceptíveis: mamíferos em geral.

Ciclo 

        Podemos ver dois ciclos entre pulgas e roedores (sendo um em roedores selvagens e outro em roedores domésticos). Ambos, roedor e pulga, podem transmitir a doença ao ser humano, cuja peste, se evoluir para peste pneumônica, pode transmitir a outro indivíduo humano.

[pic 1]

Biologia - Yersinia pestis.

        Yersinia pestis é uma bactéria gram-negativa imóvel, anaeróbia facultativa (pode apresentar respiração anaeróbia na falta de oxigênio) e é vulnerável a lugares secos. Pode se defender de fagocitose secretando proteínas que bloqueiam a fagocitose.

Transmissão

        A bactéria é transmitida primordialmente pela picada de pulgas presentes em ratos, silvestres e urbanos, sendo, pois, de fácil transmissão em regiões insalubres e sem rede de esgoto. Pode ser passada para outros mamíferos, como gatos, cães e homens, mas a transmissão entre estes ocorre muito raramente, derivando-se apenas do contato com fluidos diversos advindos da expectoração ou de hemorragias.

 [pic 2]

Patogenia

        A Bactéria Yersinia pestis transmite a conhecida Peste, que pode se apresentar nas formas bubônica, septicêmica e pneumônica, (todas podendo ocorrer simultaneamente no indivíduo) sendo a bubônica mais conhecida. Assim, cada uma apresenta um quadro clínico, sendo:

  • Bubônica: “calafrios, cefaleia intensa, febre alta, dores generalizadas, mialgias, anorexia, náuseas, vômitos, confusão mental, congestão das conjuntivas, pulso rápido e irregular, taquicardia, hipotensão arterial, prostração e mal-estar geral.” Após alguns dias, formam-se os “bubões”, linfonodos de um a 10 centímetros de coloração vermelho-escura, podendo causar necrose e hemorragia e causando muita dor.
  • Septicêmica: Muito mais rara, não apresenta reações visíveis nos gânglios. Seu início apresenta “febre elevada, pulso rápido, hipotensão arterial, grande prostração, dispnéia, fácies de estupor, dificuldade de falar, hemorragias cutâneas, às vezes serosas e mucosas e até nos órgãos internos”.
  • Pneumônica: Mais grave, é muito contagiosa (vide “transmissão”), evolui rapidamente, começando com abrupta elevação térmica, calafrios, arritmia, hipotensão, náuseas, vômitos, astenia e obnubilação mental. No começo, os sintomas pulmonares, que nomeiam a peste pneumônica, são praticamente ausentes, aparecendo depois como dor no tórax, respiração curta e rápida, cianose e expectoração sanguinolenta ou rósea, fluida e muito rica em microorganismos. Leva a um quadro de toxemia, delírio, coma e morte, se não houver tratamento rápido.

Diagnóstico

        O diagnóstico de peste negra se dá por exames laboratoriais. A melhor forma de confirmar a doença é identificar Y. Pestis em uma amostra de fluido retirado do bubo, sangue ou escarro.

  • Diagnóstico físico: O aparecimento do BUBO é sinal patognomônico da peste. Quando este e outros sintomas estão presentes, associados a um histórico de possível contato com roedores, pulgas, carnívoros doentes ou mortos, deve-se suspeitar de peste.
  • Diagnóstico laboratorial: Direto: esfregaço, cultura, teste de fluorescência e PCR - Material: bubo, sangue, lavado bronquial / traqueal e no caso de exames post-mortem, tecidos linfóides, pulmão e medula óssea. Indireto: aglutinação - Material: soro.

Tratamento

        Antibióticos e tratamento medicamentoso para alívio dos sintomas são efetivos contra peste negra em pacientes diagnosticados a tempo. Durante o tratamento, o paciente precisa ser isolado. Além disso, é necessário localizar e parar a fonte de infecção na área onde o caso humano foi exposto, além de instituir saneamento e controle de medidas apropriadas para impedir a fonte de exposição. Se não for tratada, a peste negra pode ser fatal. Por isso é essencial o diagnóstico e tratamento precoce da doença.

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