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Mecanismos Patológicos: Endometriose; Ovário Policístico; Prenhez Ectópica.

Por:   •  26/11/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.294 Palavras (10 Páginas)  •  200 Visualizações

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Universidade Estadual do Maranhão[pic 1]

Campus Bacabal (CESB), 23/11/2018

Enfermagem Bacharelado

Discente: Késsia Evelyn Pereira de Sousa   Matrícula: 201706254

Docente: Francely Carvalho

Disciplina: Patologia

Mecanismos patológicos do aparelho genital feminino:

I. Endometriose II. Ovário Policístico III. Prenhez Ectópica.

Bacabal-MA

2018

INTRODUÇÃO

    As patologias do aparelho genital feminino são comuns na prática clinico-patológica e incluem complicações da gravidez, inflamações, tumores e efeito dos hormônios. Neste estudo iremos abordar possíveis alterações no organismo feminino, as quais por não intervenção, podem ser intensificadas umas pelas outras.

    A primeira patologia é a Endometriose.  O endométrio é uma mucosa que reveste o interior do corpo uterino, que por complicações hormonais e de outras naturezas, apresentará alterações as quais ocasionarão a presença de glândulas ou tecido endometrial em um local distinto de sua área normal.  A segunda patologia é a síndrome do ovário policístico, comumente em mulheres jovens, a qual possui diversas causas, e resulta na formação de cistos foliculares no ovário.  Por ultimo, será abordado sobre a Prenhez Ectópica, que também possui múltiplos fatores de ocorrência, mas se resume em implantação do feto em qualquer outra parte diferente da sede uterina.

    Diante dessas considerações, o presente trabalho tem por objetivo de compreender os mecanismos patológicos de tais doenças, suas manifestações e alterações no organismo feminino.  

I. Endometriose

   

 O termo endometriose indica a presença de glândulas ou de estroma do endométrio, ou de ambos em locais anormais, com exceção do revestimento da cavidade uterina. O tecido endometrial “ectópico” geralmente é composto de células epiteliais e do estroma e responde aos hormônios ovarianos de forma semelhante ao endométrio uterino.

    Segundo Chandrasoma e Taylor (1993), existem dois tipos de endometriose com diferentes mecanismos: A Endometriose Interna (Adenomiose) e a Endometriose Externa (Extra-Uterina).

    Adenomiose pode ser entendida como a presença de glândulas endometriais e estroma anormalmente situados profundamente no miométrio, cuja profundidade é maior que 3 mm com um campo de pequeno aumento a partir da base do endométrio.

    A endometriose é uma doença de mulheres na fase reprodutora ativa, geralmente entre 30 e 40 anos. Esta patologia ficou conhecida como a “doença da mulher moderna”, pois acomete principalmente mulheres dessa faixa etária que ainda não têm filhos. Em uma estimativa de metade dos casos, a adenomiose é restrita ao terço interno do miométrio. Nos demais casos estendem-se mais profundamente, não raramente atingindo a serosa.

    Podem ser distinguidas duas formas de adenomiose: a difusa, que envolve grande parte ou todo o útero, e a focal, que forma uma massa nodular que se assemelha-se a um leiomioma, por isso algumas vezes pode ser denominada de adenomioma.

    A endometriose interna responde aos hormônios ovarianos, causando hemorragia com deposição de hemossiderina (pigmento ferroso de coloração acastanhada, resultante da degradação de hemácias) nos locais da doença. Pode-se considerar sua ocorrência devido ao resultado de crescimento inferior anormal do endométrio para o miométrio, com captura de focos profundos de endométrio no músculo do útero.  

    A endometriose que ocorre fora do útero não está relacionada patologicamente à adenomiose. Ocorre nos seguintes pontos, em ordem decrescente de frequência: (1) Ovários; (2) ligamentos uterinos; (3) septo retovaginal, (4) peritônio pélvico, mais comum no cólon sigmóide e no apêndice, (5) cicatrizes de laparotomia ou cesariana, (6) raramente na cicatriz umbilical, (7) vias urinárias e (8) locais extra-abdominais como pulmões, pleura e ossos. Este tecido endometrial desenvolve um suprimento vascular eficiente, o qual permite o seu posterior crescimento no local de implantação.

    Patogicamente, focos de endometriose surgem como cistos que contém áreas de hemorragia recente e antiga, conhecidos como “cistos de chocolate”, provenientes da hemorragia cíclica que acontece no período da menstruação. Microscopicamente, os focos são caracterizados pela presença de glândulas do endométrio circundadas por estroma. Sinais de hemorragia, deposição de hemossiderina e fribose são comuns. A endometriose da trompa uterina é a causa mais comum de infertilidade em decorrência de obstrução luminal por fibrose.

    Segundo Cotran, Kumar e Robbins (1996), para apontar para a variação de possíveis causas de endometriose externa, existem três possíveis teorias para a origem destas lesões dispersas, as quais podem estar associadas a fatores genéticos, anormalidades imunológicas e disfunção endometrial.

    A primeira é a Teoria da Regurgitação (Teoria de Sampson) na qual ocorre quando o tecido endometrial, por meio da menstruação retrógrada, teria acesso a estruturas pélvicas pelas trompas de Falópio e isto poderia mediar disseminação de tecido endometrial para a cavidade endometrial. O tecido implanta-se na superfície peritoneal, estabelece fluxo sanguíneo e gera resposta inflamatória.

    A segunda é a Teoria Metaplásica Celômica, onde o endométrio poderia surgir diretamente do eptéliocelômico. Esta teoria propõe que células indiferenciadas do peritônio pélvico teriam capacidade de se diferenciar em tecido endometrial.

    A terceira corresponde a Teoria da Disseminação Vascular ou Linfática.  Esta explicaria a disseminação de células ou tecido endometriais através de vasos sanguíneos e linfáticos, esclarecendo a localização de tal material endometrial fora da cavidade pélvica. A teoria descreve que durante a menstruação, tais vasos que estão próximos ao endométrio se abririam, podendo haver aspiração de fragmentos endometriais e posterior disseminação e estabelecimento em outras regiões do corpo.

    Tais teorias são compatíveis com a observação de que a principal concentração da endometriose está no peritônio pélvico. A respeito da primeira teoria foram constatadas que por meio de testes em animais, demonstrou-se que o endométrio menstrual é viável após a sua eliminação para a cavidade peritoneal.  Ademais, foi demonstrado que ocorre fluxo retrógrado de sangue menstrual através das trompas durante a menstruação, e nesses casos resultou-se em endometriose.

    Como dito, os pacientes com endometriose estão na fase ativa de reprodução, além disso, os focos endométricos regridem após a menopausa quando há redução dos níveis hormonais.  A natureza e a severidade dos sintomas variam conforme a localização e a profundidade da infiltração do tecido endometrial, podendo ser assintomática em alguns casos. As apresentações clínicas mais comuns são, em ordem de maior frequência, a dismenorreia, dispareunia, dor pélvica crônica, a conhecida cólica, a qual é suficientemente intensa para interferir nas atividades habituais, podendo ser contínuo ou intermitente, e infertilidade.

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