Transitoriedade da Vida: A Visão da Equipe de Saúde

Transitoriedade da vida: a visão da equipe de saúde

Transience of life: health team vision

Fugacidad de la vida: la visión del equipo de salud

Mary Éllen da Silva de VargasI, Priscila de Mello MachadoII, Eliana DominguesIII

RESUMO: A temática da transitoriedade da vida é um assunto complexo e polêmico, que gera ansiedade e medo até mesmo nos profissionais de saúde que convivem diariamente com situações de morte e morrer. Este estudo teve como objetivo geral compreender como os profissionais da saúde percebem a transitoriedade da vida no seu ambiente de trabalho e como objetivos específicos desvelar o conhecimento dos profissionais de saúde acerca do processo de morte e compreender como as vivências pessoais dos profissionais de saúde influenciam no cuidado oferecido por estes aos pacientes no processo de morte. É uma pesquisa qualitativa de caráter exploratório descritivo que será realizada ^[a]através de entrevista semi estruturada com os profissionais da saúde de uma unidade de clínica médica e do pronto socorro de Pelotas. A análise e interpretação dos dados foi realizada a partir da revisão de literatura acerca do tema proposto, alicerçada na proposta denominada análise de conteúdo de Bardin (2011^[b]).

Palavras-Chave: paciente terminal; equipe de assistência ao paciente; morte.

ABSTRACT: The theme of the transience of life is a complex and controversial issue that generates anxiety and fear even the health professionals who live daily with situations of death and dying. This study aimed to understand how health professionals perceive the transience of life in the workplace and specific objectives reveal the knowledge of health professionals about the process of death and understand how the personal experiences of health professionals influence the care offered by these patients in the dying process. It is a qualitative study of descriptive exploratory study that will be conducted through semi-structured interviews with health professionals in a medical unit and emergency department of Pelotas. The analysis and interpretation of data was performed from the review of literature on the subject proposed, based on the proposal called Bardin content analysis (2011).

Keywords: terminal patient; patient care team; death.

RESUMEN: El tema de la fugacidad de la vida es una cuestión compleja y polémica que genera la ansiedad y el miedo, incluso los profesionales de la salud que viven a diario con situaciones de muerte y el morir. Este estudio tuvo como objetivo comprender cómo los profesionales de la salud perciben la fugacidad de la vida en el lugar de trabajo y los objetivos específicos revelan el conocimiento de los profesionales de la salud sobre el proceso de la muerte y comprender cómo las experiencias personales de los profesionales de la salud influyen en el atención ofrecida por estos pacientes en el proceso de la muerte. Se trata de un estudio cualitativo del estudio exploratorio descriptivo que se llevará a cabo a través de entrevistas semiestructuradas con profesionales de la salud de una unidad médica y servicio de urgencias de Pelotas. El análisis y la interpretación de los datos se realizó a partir de la revisión de la literatura sobre el tema propuesto, basado en la propuesta denominada análisis de contenido de Bardin (2011).

Palabras clave: enfermo terminal; equipo de atención al paciente; muerte.

INTRODUÇÃO

Historicamente a temática da transitoriedade da vida é um assunto muito complexo e polêmico, pois gera ansiedade e medo nas pessoas até mesmo nos profissionais de saúde que convivem diariamente nos hospitais onde a frequência de situações de morte e morrer são inevitáveis1.

Falar sobre a morte tanto abstrata quanto específica é falar do presente, do passado e de planos futuros como sonhos, perdas do tempo que se foi e de que ainda esta por vir. A morte do outro, nos faz refletir sobre a própria morte, por isso a dificuldade em tratar aqueles que estão em processo de transitoriedade da vida2.

Cientificamente, alguns autores afirmam que morrer é deixar de existir. É quando o corpo tem falência de seus órgãos vitais, tendo uma parada progressiva de toda a atividade do organismo, podendo ser de uma maneira súbita, por doenças agudas, acidentes ou de uma forma mais lenta e gradual, ocorridas por exemplos por doenças crônicas-degenerativas2.

No processo de transitoriedade, a atuação da equipe multiprofissional nas unidades hospitalares, não se baseia somente pelo conhecimento técnico-científico, mas também pelas questões éticas, culturais, sociais e religiosas. Por isso, o desafio é encontrar o perfeito equilíbrio entre a razão e a emoção nos diferentes ambientes de trabalho3.

A organização do trabalho no ambiente hospitalar é marcada por divisão fragmentada de tarefas, rígida estrutura hierárquica para o cumprimento das rotinas, dimensionamento inadequado de pessoal, resultando em elevados índices de absenteísmo e afastamento por doenças, além de desencadeamento de sintomas relacionados a burnout e insatisfação no trabalho4. No ambiente hospitalar a atuação da equipe multiprofissional é essencial e indispensável para proporcionar o máximo de bem estar ao paciente em processo de transitoriedade, ajudando a vivenciar o processo da morte5.

O trabalho da enfermagem, em geral, já é desgastante, e se tratando de unidades críticas como um Pronto Socorro, existem fatores que favorecem o sofrimento e desgaste emocional, pois o ambiente é instável e agitado e as atividades são intensas, requerendo rápidas tomadas de decisão e constante reorganização do processo de trabalho6.

Tendo em vista a relevância do tema, este estudo foi instigado após a realização da disciplina de cuidados paliativos do curso de enfermagem, que despertou a curiosidade a respeito da finitude da vida, além da vivência de uma das pesquisadoras como técnica em enfermagem auxiliando para o estudo desta temática. Assim, têm-se a questão norteadora deste estudo: qual a compreensão da equipe de saúde a respeito da transitoriedade da vida^[c]?