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EXERCICIO FARMACOLOGIA INTEGRADA

Por:   •  31/10/2018  •  Trabalho acadêmico  •  2.163 Palavras (9 Páginas)  •  203 Visualizações

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EXERCICIO FARMACOLOGIA INTEGRADA

Prof. Denis de Melo Soares

Aluno: Vanessa Mançur Santos

Como atuam os antiácidos clássicos. Quais efeitos colaterais mais comuns?

Antiácidos atuam modificando o pH estomacal de forma a reduzir a acidez do mesmo. Ao alterar o pH gástrico e urinário, os antiácidos podem afetar diversos fármacos (hormônios tireóideos, alopurinol e antifúngicos imidazóis, alterando as taxas de dissolução e absorção, biodisponibilidade e eliminação renal). Os antiácidos contendo Al3+ e Mg2+ também são notáveis pela sua propensão a quelar outros fármacos presentes no trato GI, formando complexos insolúveis que passam por ali sem serem absorvidos. Por conseguinte, é geralmente prudente evitar a administração concomitante de antiácidos e fármacos destinados à absorção sistêmica. E possível evitar a maioria das interações se os antiácidos forem tomados 2 h antes ou depois da ingestão de outros fármacos. Os antiácidos variam quanto a seu grau de absorção e, portanto, nos seus efeitos sistêmicos. Em geral, a maioria dos ácidos tem a capacidade de elevar o pH urinário em cerca de uma unidade. Os antiácidos que contêm Al3+, Ca2+ ou Mg2+ são menos absorvidos do que aqueles que contêm NaHCO3. Sob função renal normal, o acúmulo modesto de Al3+ e Mg2+ não representa um problema, entretanto, na insuficiência renal, o Al3+ absorvido pode contribuir para a osteoporose, a encefalopatia e a miopatia proximal. Cerca de 15% do Ca2+ administrado por via oral são absorvidos, causando hipercalcemia transitória, que, apesar de não representar uma dificuldade em pacientes normais, a hipercalcemia em decorrência de apenas 3-4 g de CaCO3 ao dia pode ser problemática para pacientes com uremia.

Como funciona a secreção ácida da célula parietal e ainda como ocorre a secreção de muco e bicarbonato pelas PGs.

A concentração extremamente elevada de H+ no lúmen gástrico requer mecanismos de defesa de proteção da mucosa. O estômago protege a si próprio da lesão ácida por diversos mecanismos que exigem um fluxo sanguíneo adequado pela mucosa, talvez devido à elevada atividade metabólica e necessidade de oxigênio da mucosa gástrica. A secreção de uma camada de muco auxilia a proteção das células epiteliais gástricas retendo na superfície celular o bicarbonato secretado. O muco gástrico é solúvel quando secretado, porém forma rapidamente um gel insolúvel que reveste a superfície mucosa do estômago, retarda a difusão de íons e impede a lesão da mucosa por macromoléculas, como a pepsina. A produção de muco é estimulada pelas prostaglandinas E2 e I2, que também inibem diretamente a secreção de ácido gástrico pelas células parietais.

Explique qual a diferença do mecanismo de ação da ranitidina e do omeprazol em reduzir os sintomas da ulcera péptica.

Os antagonistas dos receptores H2 inibem a produção de ácido competindo de modo reversível com a histamina pela ligação aos receptores H2 na membrana basolateral das células parietais. Esses fármacos são menos potentes do que os inibidores da bomba de prótons, porém ainda suprimem a secreção de ácido gástrico em ~70% durante 24 h. Os antagonistas dos receptores H2 inibem predominantemente a secreção de ácido basal, explicando a sua eficácia na supressão da secreção ácida noturna. Como o determinante mais importante da cicatrização de úlceras duodenais consiste no nível de acidez noturna, a administração de antagonistas dos receptores H2 à noite constitui um tratamento adequado na maioria dos casos. A ranitidina estimula a motilidade GI, porém a importância clínica desse efeito não é conhecida. Os inibidores da bomba de prótons (iBP), como o omeprazol, após a sua absorção na circulação sistêmica, na forma de pró-fármaco difunde-se nas células parietais do estômago e acumula-se nos canalículos secretores ácidos, onde é ativado pela formação de uma sulfonamida tetracíclica catalisada por prótons, retendo o fármaco de modo que ele não pode difundir-se novamente através da membrana canalicular. A seguir, a forma ativada liga-se de modo covalente a grupos sulfidrila de cisteínas na bomba H+/K+-ATPase, inativando irreversivelmente a molécula da bomba. A secreção de ácido só retoma após a síntese de novas moléculas da bomba e sua inserção na membrana luminal, proporcionando, assim, uma supressão prolongada da secreção ácida.

Com relação aos medicamentos que atuam na no controle central e periférico da motilidade do sistema gastrointestinal, discorra sobre o mecanismo de ação e indicações terapêuticas dos seguintes grupos de fármacos:

• Antagonistas de receptores H1;

Muitos dos antagonistas H1 de primeira geração tendem a inibir as respostas à ACh mediadas por receptores muscarínicos e que podem ser observadas durante o uso clínico. Alguns antagonistas H1 também podem ser usados para tratar cinetose pela inibição da estimulação vestibular, impedindo eficazmente casos de enjôos, náuseas e vômitos, sendo as propriedades anticolinérgicas dos antagonistas H1 podendo ser responsáveis em grande parte por este efeito.

• Antagonistas Muscarínicos;

Os antagonistas muscarínicos evitam os efeitos da acetilcolina por meio do bloqueio da sua ligação aos receptores muscarínicos nas células neuroefetoras em junções parassimpáticas (e simpaticolinérgicas), nos gânglios periféricos e no SNC.  A atropina e os compostos semelhantes competem com a ACh e com outros agonistas muscarínicos por um local de ligação comum existente no receptor muscarínico. Como o antagonismo produzido pela atropina é competitivo, ele pode ser revertido se a concentração de ACh nos receptores muscarínicos do órgão efetor aumentar a nível suficiente. Os antagonistas muscarínicos inibem de forma menos eficaz as respostas à estimulação dos nervos colinérgicos pós-ganglionares, do que aos ésteres da colina administrados por via injetável. Essa diferença pode decorrer da liberação da ACh pelas terminações nervosas colinérgicas em áreas tão próximas dos receptores que resultam em concentrações muito altas do transmissor na junção neuroefetora. Embora a atropina neutralize completamente os efeitos da ACh (e outros fármacos parassimpaticomiméticos) na motilidade e secreções GI, ela inibe só parcialmente as respostas Gi a estimulação vagal. Esta diferença, que é particularmente impressionante nos efeitos da atropina na motilidade intestinal, pode ser atribuída ao fato de que as fibras vagais pré-ganglionares inervam o trato GI não só com fibras pós-ganglionares colinérgicas, mas também com uma rede de neurônios intramurais não colinérgicos. Estes neurônios que formam os plexos do sistema nervoso entérico utilizam inúmeros neurotransmissores ou neuromoduladores incluindo serotonina (5-HT), dopamina e peptídeos cujos efeitos não são bloqueados pela atropina. Outra razão do bloqueio incompleto das respostas GI a atividade vagal pela atropina é que a estimulação vagal da secreção gástrica é mediada pelo peptídeo liberador de gastrina (PLG), e não ACh. As células parietais secretam ácido em resposta a três agonistas, no mínimo, gastrina, histamina e ACh; além disso, a estimulação dos receptores muscarínicos na células tipo enterocromafins causa liberação de histamina. A atropina inibe o componente da secreção ácida que resulta da estimulação muscarínica das células enterocromafins secretoras de histamina e células parietais secretoras de ácido. Esses fármacos são indicados para tratamento em associação de refluxo esofágico, gastroparesia, alterações da motilidade intestinal e principalmente como antieméticos.

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