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A Hanseníase foi descoberta em 1873

Por:   •  3/6/2015  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.082 Palavras (9 Páginas)  •  418 Visualizações

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HANSENÍASE

A Hanseníase foi descoberta em 1873 por um cientista norueguês chamado Gerhard Armauer Hansen, notável pesquisador sobre o tema, que identificou o

causador da lepra, a qual teve seu nome trocado para hanseníase em homenagem ao seu descobridor.

É uma doença crônica, infectocontagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae que é capaz de infectar um grande número de indivíduos, embora poucos adoeçam sendo uma das doenças mais antigas registrada na história, com casos na China, Egito e Índia, antes de Cristo. Se manifesta, principalmente, através de sinais e sintomas como lesões de pele e lesões de nervos periféricos, principalmente nos olhos, nas mãos e pés. O comprometimento dos nervos periféricos é a característica principal da doença e lhe dá um grande potencial para provocar incapacidades físicas, que podem evoluir para deformidades. Essas incapacidades e deformidades podem acarretar problemas para o doente: diminuição da capacidade de trabalho, limitação da vida social e problemas psicológicos, sendo responsáveis, também, pelo estigma e preconceito contra a doença.

TRANSMISSÃO

A Hanseníase é transmissível através da respiração. A transmissão se dá através de contato íntimo e continuo com o doente não tratado, porque o Mycobacterium leprae é de baixa infectividade. Apesar de ser uma doença da pele, é transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do paciente. Não há transmissão pelo contato com a pele do doente.

A doença afeta a pele e os nervos do braço, os olhos, mãos, pés, pernas, rosto, orelhas e nariz. Embora se pudesse imaginar que a bactéria penetrasse através da pele, o provável é que a transmissão se dê pela secreção e pelo ar que saem das vias aéreas superiores e por gotículas de saliva.

Ao penetrar no organismo, a bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. Sua instalação e desenvolvimento dependem da resposta do organismo invadido pela bactéria.

SINAIS E SINTOMAS

O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo e varia de dois a cinco anos.

Os sinais e sintomas mais frequentes são:

  • Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo.
  • Área de pele seca e com falta de suor.
  • Área da pele com queda de pêlos, mais especialmente nas sobrancelhas.
  • Área da pele com perda ou ausência de sensibilidade (dormências, diminuição da sensibilidade ao toque, calor ou dor). Neste caso, pode ocorrer de uma pessoa se queimar no fogão e nem perceber, indo verificar a lesão avermelhada da queimadura na pele mais tarde.
  • Parestesias (sensação de formigamento na pele, principalmente das mãos e dos pés).
  • Dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas.
  • Edema ou inchaço de mãos e pés.
  • Diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar engrossados e doloridos.
  • Úlceras de pernas e pés.
  • Nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.

Devem ser observadas as manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo e áreas da pele.

O primeiro e principal sintoma a aparecer é o aparecimento das manchas avermelhadas, pardas ou eritematosas (lesões) que são pouco visíveis e com limites imprecisos.

Além disso, são identificadas quatro formas de manifestação clínica da doença:

As formas de manifestação da hanseníase dependem da resposta imune do hospedeiro ao bacilo causador da doença. Esta resposta pode ser verificada através do teste de Mitsuda, que não dá o diagnóstico da doença, apenas avalia a resistência do indivíduo ao bacilo. Um resultado positivo significa boa defesa, um resultado negativo, ausência de defesa e um resultado duvidoso, defesa intermediária. Temos então, as seguintes formas clínicas da doença:

  • Hanseníase indeterminada: forma inicial, comum em crianças, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças.
  • Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular.
  • Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso.
  • Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença.



DIAGNÓSTICO

O Ministério da Saúde recomenda que as pessoas procurem o serviço de saúde ao aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se essa mancha apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após o tratamento a pessoa para de transmitir a doença quase que imediatamente.

O SUS (Sistema Único de Saúde) oferece o diagnóstico e o tratamento para hanseníase, disponível em todas as unidades públicas de saúde.

O diagnóstico é feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação clínica do paciente, com aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou ferida no corpo do paciente, poderá fazer uma biopsia da área ou pedir um exame laboratorial para medir a quantidade de bacilos. O exame identifica se a hanseníase é paucibacilar, com pouco ou nenhum bacilo; ou multibacilar, com muitos bacilos.

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