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Ambientação da atividade odontológica

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Por:   •  1/11/2014  •  Pesquisas Acadêmicas  •  9.430 Palavras (38 Páginas)  •  304 Visualizações

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2. AMBIENTAÇÃO DA ATIVIDADE ODONTOLÓGICA

Na área da saúde, não há nenhuma atividade que apresente um quadro tão heterogêneo de detalhes com vistas ao controle de infecção quanto a Odontologia, o que pode dificultar a tomada de decisões em relação aos cuidados quanto a esterilização ou desinfecção de superfícies ou instrumentos. As dificuldades poderão ser eliminadas ou extremamente reduzidas, se o profissional, independentemente de sua especialidade, distinguir o ambiente de atuação e o risco potencial de transmissão dos instrumentos e materiais utilizados.

2.1 - CLASSIFICAÇÃO DOS AMBIENTES

Áreas não críticas - são aquelas não ocupadas no atendimento dos pacientes ou às quais estes não têm acesso. Essas áreas exigem limpeza constante com água e sabão.

Áreas semi-críticas - são aquelas vedadas às pessoas estranhas às atividades desenvolvidas. Ex.: lavanderia, laboratórios, biotério. Exigem limpeza e desinfecção constante, semelhante à doméstica.

Áreas críticas - são aquelas destinadas à assistência direta ao paciente, exigindo rigorosa desinfecção. Ex.: clínicas de atendimento, setor de esterilização. Os equipamentos e mobiliários pertencentes a essas áreas requerem cuidados mais freqüentes de limpeza e desinfecção, porque são os que mais se contaminam e que mais facilmente podem transmitir doenças. Pisos, tampos, peitorís e demais superfícies localizados nessas áreas, também merecem limpeza freqüente e cuidadosa, porque acumulam resíduos contaminados, resultantes da atividade humana.

Desinfecção diária - hipoclorito de sódio a 1% e água e sabão. Desinfecção semanal - associação de fenóis sintéticos.

Áreas contaminadas - superfícies que entram em contato direto com matéria orgânica (sangue, secreções ou excreções), independentemente de sua localização. Exigem desinfecção, com remoção da matéria orgânica, e limpeza, com água e sabão.

2.2 - CLASSIFICAÇÃO DOS ARTIGOS, SEGUNDO SPAULDING

Artigos críticos - são aqueles que penetram nos tecidos sub-epiteliais da pele e mucosa, sistema vascular ou outros órgãos isentos de microbiota própria. Ex.: instrumentos de corte ou ponta; outros artigos cirúrgicos (pinças, afastadores, fios de sutura, catéteres, drenos etc.); soluções injetáveis.

• processo: esterilização

Artigos semi-críticos - são aqueles que entram em contato com a mucosa íntegra e/ou pele não íntegra. Ex.: material para exame clínico (pinça, sonda e espelho); condensadores; moldeiras; porta-grampos.

• processo: esterilização ou desinfecção de alto nível.

Artigos não críticos - são aqueles que entram em contato com a pele íntegra ou não entram em contato direto com o paciente. Ex.: termômetro; equipo odontológico; superfícies de armários e bancadas; aparelho de raios X.

• processo: esterilização de nível intermediário.

2.3 - CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS CLÍNICOS

Procedimento crítico - todo procedimento em que haja presença de sangue, pus ou matéria contaminada pela perda de continuidade do tecido.

Procedimento semi-crítico - todo procedimento em que exista a presença de secreção orgânica (saliva), sem perda de continuidade do tecido.

Procedimento não crítico - todo procedimento em que não haja a presença de sangue, pus ou outras secreções orgânicas, inclusive saliva.

3. ESTERILIZAÇÃO POR PROCESSO FÍSICO - Resolução 374, de 15/12/95, da S.S.S.P.

3.1 - VAPOR SATURADO SOB PRESSÃO

É o processo que oferece maior segurança e economia. Pode ser realizado em autoclave convencional horizontal ou autoclave a alto vácuo. A autoclave vertical é própria para laboratório, não devendo ser utilizada para a esterilização de artigos médico-cirúrgicos e odontológicos, pois os pacotes ficam superpostos dificultando a drenagem do ar, retardando a penetração do vapor e dificultando a secagem dos artigos, o que não garante a sua esterilização.

3.2 - CALOR SECO

O calor seco gerado em estufa elétrica (forno de Pasteur) é de uso limitado, pois sua penetração e distribuição dentro da câmara não se faz de maneira uniforme, além do que, o processo requer um tempo de exposição mais prolongado a altas temperaturas, o que é inadequado para certos materiais, tais como tecidos e borrachas. A estufa deve possuir um termômetro que indica a temperatura atingida no interior e um termostato responsável pela manutenção da temperatura desejada. Deve-se colocar as caixas maiores nas prateleiras superiores e as menores nas inferiores, para facilitar a condução de calor, sem encostá-las na parede da estufa, nem encostar o bulbo do termômetro nas caixas. Não colocar grande quantidade de material dentro das caixas, nem sobrecarregar o aparelho. Deve-se seguir o manual de instruções do fabricante.

3.3 - LIMPEZA DO INSTRUMENTAL

É primordial para qualquer tipo de processo de esterilização escolhido, a limpeza eficaz do material. No caso do instrumental, a lavagem através de escovação com detergente neutro líquido ou a utilização de detergentes enzimáticos (que dispensam a escovação), ou, idealmente, a limpeza em aparelho de ultra-som.

3.4 - ACONDICIONAMENTO

Para autoclave: deverá ser em envelopes de papel grau cirúrgico (para peças de mão e poucas unidades de instrumentos), caixas de alumínio, inóx ou acrílico, totalmente perfuradas, com forração interna de campo de algodão simples (ou papel kraft) e embaladas externamente em campo de algodão duplo (ou papel kraft, ou papel grau cirúrgico). O algodão cru é recomendado na textura de aproximadamente 40 fios e em campos duplos. Quando novo, deve ser lavado antes do uso para eliminar o amido e evitar o superaquecimento, que resultará em desidratação das fibras. Na reutilização dos tecidos os mesmos devem ser lavados para a retirada de poeira e recomposição das fibras. O papel kraft deve possuir superfície regular, sem zonas de maior ou menor acúmulo de fibras que possam causar furos. A gramatura deve ser de 60g/m2 ou 80g/m2 e não deve conter grande quantidade de corante ou de amido (Resolução SS-374, de 15/12/95).

Para calor seco: Deverá ser em caixas metálicas, totalmente fechadas, com forração interna da caixa e proteção das pontas

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