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As Pesquisas com Células Tronco

Por:   •  20/9/2018  •  Trabalho acadêmico  •  8.631 Palavras (35 Páginas)  •  229 Visualizações

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  1. Introdução

Muitas vezes escutamos ou lemos determinadas notícias a respeito de tão curiosas células, mas raramente temos a preocupação de pesquisarmos mais sobre o assunto, fato que na maioria dos casos acaba gerando certas dúvidas ou até mesmo conclusões precipitadas a respeito do tema, sem que se quer conheçamos o assunto. 

O presente trabalho trata-se sobre as células tronco,  abordando: o que são, métodos de extração, legislação, aspecto ético, opiniões religiosas, benefícios e malefícios, pesquisas atuais e recursos e verbas destinadas.  

Por fim espero que este trabalho venha ajudar a esclarecer o quão amplo e vasto é este campo de pesquisa e o quão fundo a ciência está indo em conhecer cada vez mais as diversas aplicações das células tronco para tratamento de diversas doenças presentes em nosso cotidiano, dentre outras aplicações.


  1. Objetivos

Este trabalho tem como objetivo esclarecer como está sendo feito o uso de células tronco no Brasil e no mundo, de forma que possamos entender para que elas servem e como a ciência pretende usá-las futuramente em nosso meio cotidiano.


  1. Materiais e Métodos utilizados 

Para o presente trabalho foram selecionados uma série de artigos de âmbito jornalístico e acadêmico que foram vistos através de pesquisas bibliográficas feitas em livros e na internet, divididos por tópicos que estão expressos nos títulos de cada assunto abordado e visíveis no sumário. 


  1. O que são células tronco

As células tronco são células que possuem capacidade de auto renovação e diferenciação, podendo transformar-se em diversos tipos de células, elas também podem ser programadas para desenvolver uma função específica, já que se encontram em um estado ainda não diferenciado. Basicamente as células tronco podem se autorreplicar gerando outras células tronco, ou ainda se transformar em outros tipos de células.  

 

  1. Os tipos de células tronco

A grosso modo podemos dizer que são três os principais tipos de células tronco, sendo elas: células tronco embrionárias, células tronco adultas e células tronco pluripotentes induzidas, porém, se fizermos um estudo mais aprofundado vemos que essa divisão é na verdade bem maior do quanto ao que estamos acostumados a ouvir, abaixo poderemos ver uma versão mais estendida  a respeito deste tema tão abrangente.

 

Quanto a natureza elas podem ser divididas em: 

  • Células tronco embrionárias: as células embrionárias são assim chamadas por possuir a capacidade de se dividir em qualquer tipo de célula adulta  elas são encontradas no embrião, apenas quando este se encontra no estágio de blastocisto. Em uma fase posterior ao embrião de 5 dias, ele já apresenta estruturas mais complexas como coração e sistema nervoso em desenvolvimento, ou seja, as suas células já se especializaram e não podem mais ser consideradas células-troncos. 
    O corpo humano possui, aproximadamente, 216 tipos diferentes de células e as células-tronco embrionárias podem se transformar em qualquer uma delas (ver anexo 1. -
     esquema de exemplificação do desenvolvimento embrionário desde zigoto até o indivíduo adulto). 

  • Células tronco adultas: nesta fase as células podem ser extraídas dos diversos tecidos humanos, tais como, medula óssea, sangue, fígado, cordão umbilical, placenta etc. (estas duas últimas são consideradas células adultas, haja vista a sua limitação de diferenciação). Nos tecidos adultos também são encontradas células-tronco, como medula óssea, sistema nervoso e epitélio. Entretanto, estudos demonstram que a sua capacidade de diferenciação seja limitada e que a maioria dos tecidos humanos não podem ser obtidas a partir dela (ver anexo 2). 
  • Células tronco induzidas: As primeiras células-tronco humanas induzidas foram produzidas em 2007, a partir da pele. E tem sido daí que são retiradas as células para reprogramação, mesmo que teoricamente, qualquer tecido do corpo possa ser reprogramado. O processo de reprogramação se dá através da inserção de um vírus contendo 4 genes. Estes genes se inserem no DNA da célula adulta, como, por exemplo, uma da pele, e reprogramam o código genético. Com este novo programa, as células voltam ao estágio de uma célula-tronco embrionária e possuem características de auto renovação e capacidade de se diferenciarem em qualquer tecido, como na figura mais abaixo. 
    Estas células são chamadas de células-tronco de pluripotência induzida ou pela sigla iPS (do inglês induced pluripotent stem cells). (Ver anexo 3 – 
    esquema de reprogramação das células da pele por inserção de vetores virais). 

Quanto a classificação elas podem ser divididas em: 

  • Células tronco pluripotentes ou multipotentes: são aquelas capazes de se diferenciar em quase todos os tecidos humanos exceto na placenta e em anexos embrionários(tecidos extraembrionários), ou seja, são geradas cerca de 32 – 64 células a partir do quinto dia de vida, fase considerada de blastocisto. As células tronco pluripotentes possuem a capacidade de desenvolver células dos três folhetos embrionários, sendo elas ectoderma, mesoderma e endoderma e um dos principais exemplos de células deste tipo são as células tronco embrionárias. Quanto as multipotentes, estas possuem a capacidade de gerar apenas um número limitado de células especializadas que podem ser encontradas em quase todo o corpo, exemplos de células tronco multipotentes são as células da medula óssea, dos tecidos neurais do corpo, células presente no sangue do cordão umbilical e as células mesenquimais. 

  • Células tronco Totipotentes: são as células capazes de diferenciar-se nos 216 tecidos que formam o corpo humano incluindo a placenta e os anexos embrionários As células totipotentes são encontradas nos embriões nas primeiras fases de divisão, isto é, quando o embrião tem até 16 - 32 células, que corresponde a 3 ou 4 dias de vida, elas podem ser exemplificadas pelo óvulo fecundado (zigoto) e pelas primeiras células provenientes do zigoto. 

  • Células tronco Oligopotentes: é a capacidade das células progenitoras que são capazes de se diferenciar apenas em tipos de células dentro de uma única linhagem como exemplo dessas células podemos citar os linfoides e mieloides. Exemplos de células progenitoras são as células-tronco vasculares, que possuem a capacidade de dar origem a células do endotélio ou do músculo liso.  
  • Células tronco Unipotentes: células que se dividem em um único tecido, estas células ainda são um mistério para os cientistas já que ainda não foi comprovado se realmente existem células tronco verdadeiramente unipotentes porém em laboratório, existem substâncias ou fatores de diferenciação que quando são colocadas em culturas de células-tronco in vitro, determinam que elas se diferenciem no tecido esperado. Um estudo está sendo desenvolvido pela USP para averiguar o resultado do contato de uma célula-tronco com um tecido diferenciado, cujo objetivo é observar se a célula-tronco irá transformar-se no mesmo tecido com que está tendo contato. As células-tronco da pesquisa foram retiradas de cordão umbilical. 

 

Podemos encontrar também células tronco dos tipos: hematopoiéticas e mesenquimais. 

As células hematopoiéticas (CTH) são células que possuem a capacidade de se auto renovar e se diferenciar em células especializadas do tecido sanguíneo e do sistema imune. Na medicina, sua importância pode ser evidenciada por seu uso rotineiro do tratamento de doenças onco-hematológicas e imunológicas. A dificuldade de se encontrarem doadores compatíveis de medula óssea tem estimulado a busca por fontes alternativas de CTH, notadamente o sangue de cordão umbilical e placentário (SCUP) e o sangue periférico. O número de unidades de SCUP armazenadas no mundo tem sido crescente desde a década de 1990. Em 2004 foi criada a rede BrasilCord, estabelecendo uma rede nacional de bancos de SCUP com o objetivo de aumentar as chances de localização de doadores e ampliar o número de bancos de SCUP no país. A despeito do baixo volume coletado e do maior tempo necessário para regenerar o tecido hematopoiético, as CTH de SCUP vêm em alta concentração sanguínea, sua utilização como fonte de CTH para transplante apresenta menor risco de causar doença enxerto versus hospedeiro e possuem maior facilidade de obtenção do que as CTH provenientes de medula óssea. 

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