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Cuidados De Enfermagem Ao Paciente Submetido à Trombólise No IAM

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Por:   •  14/4/2013  •  3.485 Palavras (14 Páginas)  •  6.435 Visualizações

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CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUBMETIDO À TROMBÓLISE NO INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO

Manuela Perdigão Silva da Costa*

Rita de Cássia Fernandes Grassia**

1. Introdução

As doenças cardiovasculares (DCV) estão entre as principais causas de morbidade, incapacidade e morte no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por 29% das mortes registradas em 2007. Os gastos com internações pelo Sistema Único de Saúde, totalizaram 1,2 milhões em 2009 e com o envelhecimento da população e mudança dos hábitos de vida, a prevalência e importância das DCV tende a aumentar nos próximos anos1.

Entre as causas de morte e hospitalização por DCV, destacam-se as síndromes coronarianas agudas (SCA), incluindo o infarto agudo do miocárdio (IAM) e a angina instável (AI). Com os avanços no tratamento da SCA, a mortalidade no IAM nos estudos observacionais caiu de 30% na década de 50 para menos de 5% nos registros mais recentes em países desenvolvidos 1.

O tratamento moderno do IAM depende do uso de terapias de reperfusão, rápido acesso ao serviço médico e uso de medicações específicas com benefício comprovado. Embora, a maioria das abordagens indicadas no tratamento do IAM estarem disponíveis no SUS, a mortalidade hospitalar pelo IAM continua elevada, o que exige uma ação integrada do Ministério da Saúde, Sociedades Científicas, gestores estaduais e municipais e hospitais.

O infarto agudo do miocárdio (IAM) continua sendo a maior emergência de causa de morbidade e mortalidade cardiovascular, admite-se uma incidência em torno de 300.000 infartos por ano no Brasil, não existindo dados fidedignos de mortalidade global ou de perfil de mortalidade1.

* Enfermeira. Discente do curso de Especialização em Enfermagem em Cardiologia e Hemodinâmica da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE).

** Enfermeira. Doutoranda em Ciências pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Mestre em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EEUSP). Docente da FEHIAE.

O IAM é resultante da ruptura de uma placa aterosclerótica, desencadeando um processo em cascata, o qual reduz de forma crítica o fluxo sanguíneo na artéria coronária por espasmo coronário ou formação de trombo2, como consequência da ruptura de uma placa instável de artéria epicárdica. Após a ruptura de uma placa instável, há exposição de material subendotelial que promove a ativação e adesão plaquetária e formação de trombina, com consequente instalação de um trombo intra-coronário. A composição do trombo é variável. O trombo inicial é composto de plaquetas, fibrinas ou os dois e o trombo vermelho por eritrócitos, fibrina, plaquetas e leucócitos. O trombo resultante pode levar à interrupção total do fluxo sanguíneo regional com desbalanço entre oferta e consumo de oxigênio pelo miocárdio, resultando em isquemia3.

Em situações normais, o sangue é bombeado pelo coração e circula, através das artérias e veias, irrigando todos os tecidos do corpo, inclusive o próprio coração. No infarto agudo do miocárdio, há uma interrupção ou diminuição do fluxo de sangue para o coração, levando a uma redução da quantidade de oxigênio que chega ao músculo cardíaco. Quando o coração não recebe oxigênio em quantidade suficiente, ocorre lesão da musculatura e, dependendo do tempo de duração deste bloqueio, uma parte do coração morre e para de funcionar4.

O infarto agudo do miocárdio pode ocorrer em qualquer idade, porém percebe-se que quanto maior a idade, maior o número de indivíduos acometidos pelo IAM, além da presença de fatores predisponentes à aterosclerose, sendo eles: a hipertensão, o tabagismo, diabetes mellitus, dislipidemia e outras causas de hiperlipoproteinemia.

Quase 10% dos IAM ocorrem em indivíduos com idade inferior a 40 anos, enquanto 45% são observados em indivíduos com idade inferior a 65 anos. Os negros e os brancos são afetados com igual frequência, sendo que os homens, apresentam maiores riscos de serem acometidos pelo IAM do que as mulheres5.

O tratamento atual do infarto agudo do miocárdio envolve uma série de medidas que visam, principalmente, a proteção do miocárdio isquêmico. Não parece haver dúvidas, no presente momento, que a melhor forma de se evitar a extensão da isquemia no infarto agudo é o restabelecimento da circulação coronária.

Assim, todo paciente que apresentar supra desnivelamento do segmento ST superior a 1mm em duas derivações ou mais de forma consecutivas, ou novo bloqueio de ramo esquerdo (BRE), com dor típica e que não apresente grandes complicações, deve ser submetido à terapêutica fibrinolítica6.

O objetivo da terapia fibrinolítica é lisar a malha de fibrina que aprisiona as hemácias dentro do coágulo. Esta terapêutica, disponível há mais de uma década, vem sendo aperfeiçoada com a síntese de novas drogas, proporcionando facilidade e rapidez na sua aplicação 6.

Para restabelecimento total do paciente, a assistência de enfermagem é o essencial, portanto, o enfermeiro que assistir o paciente deverá ter conhecimento sobre drogas trombolíticas, suas indicações, contra-indicações, possíveis efeitos adversos e cuidados no preparo e administração das mesmas. Assim, abordaremos neste trabalho os principais cuidados de enfermagem atribuídos a esta população. Essa pesquisa justifica-se pela doença arterial coronariana permanecer a principal causa de mortalidade em indivíduos adultos e o infarto agudo do miocárdio (IAM) contribui com aproximadamente um terço dos casos de morte no mundo. Sabendo que a trombólise pode levar a recanalização imediata das artérias comprometidas e garantir a sobrevida do paciente.

O profissional de enfermagem envolvido deve deter conhecimentos científicos voltados à prestação de cuidados, durante a avaliação da viabilidade da aplicação das drogas, no controle pós-administração e na manutenção da saúde destes.

As opções de terapêuticas comercializadas como fibrinolíticos para uso clínico são: a estreptoquinase (SK), alteplase (t-PA – fator ativador do plasminogênio tecidual recombinante), a Tenecteplase (TNK) e a reteplase (rPA)7.

A escolha entre o método farmacológico ou depende da disponibilidade de recursos médicos no hospital, porém mais importante do que o método é a rapidez no uso da terapêutica. O tempo ideal entre a admissão e a infusão

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