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Efeito Da Expressao Da CETP Sobre O Metabolismo Dos Triglicerides

Trabalho Escolar: Efeito Da Expressao Da CETP Sobre O Metabolismo Dos Triglicerides. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  29/7/2014  •  5.254 Palavras (22 Páginas)  •  462 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Multidisciplinar Supervisionado (E.M.S), foi realizado no Laboratório de Lípides do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Biologia, da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, no período de Julho a Setembro de 2001, totalizando 400 horas.

O aluno Alessandro Salerno acompanhou as atividades laboratoriais e científicas desenvolvidas nesse período, participando ativamente das diversas técnicas laboratoriais relacionadas ao estudo do metabolismo de lipoproteínas sob influência de medicamentos, hormônios, e diferentes dietas. As atividades desenvolvidas foram, especificamente, a manipulação de camundongos transgênicos; coleta de sangue via caudal e retro-orbital; dosagem de colesterol, triglicerídeos, ácidos graxos livres; glicose e a determinação da atividade da proteína de transferência de colesteril éster.

A participação nos seminários semanais foi de grande importância para a atualização e discussão das recentes publicações científicas da área, servindo de base para ampliar o conhecimento do aluno e instrumentalizar os trabalhos realizados neste laboratório como o descrito a seguir.

2. REVISÃO DA LITERATURA

Nas últimas décadas a ingestão de gordura tem recebido considerável atenção visto que seu aumento está associado aos elevados índices de lipídeos no sangue, especialmente do colesterol e ao aumento dos riscos de doenças coronárias (LEVY & KANNEL, 1988). As dietas ricas em ácidos graxos saturados são mais potentes em aumentar o colesterol sanguíneo do que as dietas ricas em ácidos graxos poliinsaturados (BEYNEM & KRITCHEVSKY, 1986). Especialistas atualmente recomendam o consumo total de gordura em média de 30% ou menos das calorias totais ingeridas, sendo menos de 10% gordura saturada. Estes padrões também são adotados pela American Heart Association.

A digestão dos lipídeos (os triglicerídeos são os lipídeos mais abundantes da dieta) inicia-se com a mastigação e prossegue sob ação das contrações gástricas rítmicas e hidrólise parcial por enzimas. As enzimas envolvidas no processo da digestão dos lipídeos são a lipase lingual, secretada pela glândula salivar e a lipase gástrica secretada pela mucosa gástrica. Estas enzimas são chamadas de lipases ácidas por atuarem em meios ácidos. Existem diferenças importantes entre as espécies animais quanto a quantidade de lipases linguais e gástricas. Por exemplo, ratos possuem predominantemente lipase lingual, enquanto humanos possuem a lipase gástrica (HAMOSH, 1990).

LIAO et al. (1984) determinaram que a lipase lingual hidroliza triglicerídeos contendo cadeias médias de ácidos graxos mais rapidamente do que aqueles contendo cadeias longas e que triglicerídeos contendo cadeias curtas de ácidos graxos são hidrolizados rapidamente como os de cadeias médias.

O pH ótimo da lipase lingual está ao redor de 4, mas a enzima ainda é ativa em pH 6-6,5, portanto, atuando bem no estômago e ainda digerindo triglicerídeos na parte superior do duodeno com pH entre 6 e 7 (FIELD & SCOW, 1983).

Quanto à lipase gástrica, sua alta atividade pode ser detectada na região do fundus do estômago, e tem características semelhantes as da lipase lingual; pH na faixa de 3 a 6, hidrólise de cadeias médias de triglicerídeos mais rápidas do que as cadeias longas e produz diglicerídeos e ácidos graxos como resultado de sua ação. Tanto a lipase gástrica como a lingual não hidrolizam fosfolipídeos e colesterol esterificado (ABRAMS et al., 1988; MOREAU et al., 1988).

A digestão de triglicerídeos pela lipase gástrica e lingual no estômago tem um importante papel na digestão dos lipídeos, particularmente nos neonatos, cujo sistema das lipases pancreáticas não está totalmente desenvolvido. A gordura do leite materno, contém consideráveis quantidades de ácidos graxos de cadeias médias facilitando a hidrólise pelas lipases ácidas. As lipases ácidas tem papel importante também na digestão dos lipídeos nos adultos, principalmente em pacientes que possuem obstrução parcial ou total da secreção das lipases pancreáticas limitando a absorção de gordura (HAMOSH, 1990).

A lipase pancreática encontra-se em grandes quantidades no suco pancreático (2-3% do total de proteínas). Esta alta concentração de lipases na secreção pancreática e a ação catalítica asseguram uma eficiente digestão das gorduras (PATTON, 1981).

No estômago, o quimo vai ser triturado em partículas sólidas menores, e na passagem do estômago para o duodeno atividades mecânicas, dadas por contrações ritmicas iniciam a emulsificação dos triglicerídeos da dieta. Os diglicerídeos e ácidos graxos resultantes da ação das lipases ácidas no estômago e os fosfolípideos que estão normalmente presentes na dieta auxiliam na emulsificação das gorduras (CASTRO, 1994). A subdivisão de grandes glóbulos de gordura em partículas estáveis depende da presença de agentes emulsificantes para diminuir a tensão superficial e de substâncias estabilizadoras para impedir a coalescência das gotículas de gordura em glóbulos maiores. Os sais biliares são os principais emulsificantes, enquanto os monoglicerídeos e ácidos graxos são os estabilizadores (CASTRO,1994). As gotículas emulsificadas são mais acessíveis à ação das enzimas hidrolíticas (CUNNINGHAM, 1992).

A maior parte da digestão dos triglicerídeos pela lipase pancreática ocorre na porção superior do lúmen intestinal. A lipase pancreática secretada na sua forma ativa necessita ainda de um co-fator, a co-lipase (peptídeo relativamente curto) que facilita o acesso da lipase aos triglicerídeos das emulsões (CUNNINGHAM, 1992).

Outras enzimas pancreáticas digestoras de lipídeos incluem a esterase de colesterol e a fosfolipase. 10-15% do colesterol que está na forma esterificada entra no intestino delgado e é hidrolizado pela esterase de colesterol (também chamada de carboxylic ester hydrolase ou sterol ester hydrolase). O colesterol livre e que sofreu ação das esterases são então absorvidos. Essas esterases nos humanos têm ampla ação e podem também hidrolizar triglicerídeos e fosfoglicerídeos. A atividade dessa enzima é aumentada pela presença de sais biliares (PHAN & TSO, 2001).

Os produtos da digestão lipídica combinados com os ácidos biliares e fosfolipídeos formam as micelas, pequenos agregados moleculares discóides com a principal função de permitir que substâncias praticamente insolúveis em água, como os ácidos graxos e monoglicerídeos tornem-se solúveis. Portanto,

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