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Esquizofrenia

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Por:   •  19/8/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.483 Palavras (18 Páginas)  •  455 Visualizações

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IPSN ‐ ESSVS Esquizofrenia

Introdução

Este trabalho vai ser realizado no âmbito da unidade curricular de introdução à profissão com a temática de esquizofrenia. A escolha desta temática deve‐se ao facto de ser uma doença do foro psicológico, sem cura e com imensos enigmas por desvendar.

A esquizofrenia é um distúrbio mental grave caracterizado pela perda do contacto com a realidade, alucinações, delírios, pensamento anormal e alteração do funcionamento laboral e social. A esquizofrenia é um importante problema de saúde pública em todo o mundo sendo mais prevalente que a doença de Alzheimer, a diabetes ou a esclerose múltipla, afectando 1% da população mundial. Diversos distúrbios compartilham as características da esquizofrenia mas os seus sintomas estão presentes no mínimo seis meses, sendo denominados de distúrbios esquizofreniformes. Quando os sintomas persistem por pelo menos um dia, mas duram menos de um mês, eles são denominados distúrbios psicóticos breves. Um distúrbio caracterizado pela presença de sintomas do humor, tais como depressão ou mania, juntamente com sintomas mais típicos de esquizofrenia é denominado distúrbio esquizoafectivo. Um distúrbio da personalidade que pode compartilhar sintomas de esquizofrenia, mas no qual os sintomas em geral não são tão graves a ponto de satisfazer aos critérios da psicose, é denominado distúrbio da personalidade esquizotípica.

Os transtornos esquizofrénicos caracterizam‐se em geral por distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção e por afectos inapropriados ou embotados. Usualmente mantém‐se clara a consciência e a capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do tempo. Os fenómenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do pensamento, a percepção delirante, ideias delirantes de controle, de influência ou de passividade, vozes alucinatórias que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa, transtornos do pensamento e sintomas negativos.

1. História da Esquizofrenia

São várias as tendências de reflexão sobre doença mental, notadamente sobre as psicoses que, embora provenientes de diversos momentos históricos do pensamento psicológico, estimulam bastante as discussões sobre o tema. O modelo sóciogénico evidencia que a sociedade, complexa e exigente, é a responsável exclusiva pelo enlouquecimento humano. Há também o modelo organogénico, diametralmente oposto ao anterior, onde os elementos orgânicos da função cerebral seriam os responsáveis absolutos pela doença mental. O modelo psicogénico defende que a dinâmica psíquica é responsável pela doença e subestimam‐se as disposições constitucionais. Há ainda o modelo organodinámico, que compatibiliza todos os três anteriores, onde participariam requisitos biológicos, motivos psicológicos e determinantes sociais, mais conhecido como bio‐psico‐social.

Tem sido quase unânime a aceitação pela psiquiatria clínica a associação de determinadas configurações de personalidade predispostas e a eclosão de psicoses. Estas personalidades são as chamadas personalidades pré‐mórbidas, cujo conceito é abordado em transtornos da personalidade; constituições que por si transtornam a vida do indivíduo ou incapacitam um desenvolvimento pleno, ou ainda, em certas circunstâncias, encerra uma maior aptidão para o desenvolvimento de determinadas doenças psíquicas. A personalidade pré‐mórbida é considerada pela psicopatologia como uma variação do existir humano e traduz uma possibilidade mais acentuada para o desenvolvimento de certa vulnerabilidade psíquica. Aqui o termo "possibilidade" dever ser considerado em toda sua plenitude, ou seja, um carácter não obrigatório, mas que deve ser levado muito a sério.

Clinicamente e a grosso modo, pode‐se dizer que as neuroses diferenciam‐se das psicoses pelo grau de envolvimento da personalidade, sendo sua desorganização e desagregação muito mais pronunciadas nas psicoses. O vínculo com a realidade é muito mais ténue e frágil nas psicoses que nas neuroses, nestas a realidade não é negada, mas vivida de maneira mais sofrível, valorizada e percebida de acordo com as lentes da afectividade e representada de acordo com as exigências conflituais. Já nas psicoses, alguns aspectos da realidade são negados e substituídos por concepções particulares e peculiares que atendem unicamente às características da doença.

A sintomatologia psicótica caracteriza‐se, principalmente, pelas alterações em nível do pensamento e da afectividade e, consequentemente, todo comportamento e toda performance existencial do indivíduo serão comprometidos. Na psicose o pensamento e a afectividade se apresentam qualitativamente alterados, tal como uma novidade cronologicamente delimitada na história de vida do paciente e que passa a actuar morbidamente em toda sua performance psíquica. Essa alteração confere ao paciente uma maneira patológica de representar a realidade, de elaborar conceitos e de relacionar‐se com o mundo objectual. Não contam tanto aqui as variações

IPSN ‐ ESSVS Esquizofrenia quantitativas de percepção do real, como pode ocorrer na depressão, por exemplo, mas um algo novo e qualitativamente distinto de todas as nuances anteriormente permitidas, um algo essencialmente patológico, mórbido e sofrível.

2. Psicose Esquizofrénica

A esquizofrenia é uma doença da personalidade total que afecta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. Culturalmente o esquizofrénico representa o estereótipo do "louco", um indivíduo que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como uma pessoa que rompe as amarras da concordância cultural, o esquizofrénico menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas fantasias.

Aproximadamente 1% da população mundial possui a doença, geralmente iniciada antes dos 25 anos e sem predilecção por qualquer camada sociocultural. O diagnóstico baseia‐se exclusivamente na história psiquiátrica e no exame do estado mental. É extremamente raro o aparecimento de esquizofrenia antes do 10 ou depois dos 50 anos de idade e parece não haver nenhuma diferença na prevalência entre homens e mulheres.

Esquirol (1772‐1840), considerava a loucura como sendo a somatória de dois elementos: uma causa predisponente, atrelada à personalidade, e uma excitante, fornecida pelo ambiente. Hoje em dia, depois de muitos anos de reflexão e pesquisas, a psiquiatria moderna reafirma a mesma coisa com palavras actualizadas. O principal modelo para a integração dos

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