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Falhas no Diagnóstico de Câncer de Colo de Útero

Por:   •  6/6/2016  •  Artigo  •  5.589 Palavras (23 Páginas)  •  487 Visualizações

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FALHAS NO DIAGNÓSTICO DO CÂNCER DE COLO UTERINO

MAYARA AIKO MORI1, CAMILA NUNES DE MORAIS RIBEIRO2

1- Acadêmica do Curso de Bacharelado em Biomedicina da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).

2- Drª, Biomédica do Curso de Biomedicina da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR).

Endereço eletrônico para correspondência: Camila Nunes de Morais Ribeiro, camilanunesribeiro@gmail.com

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RESUMO:

O câncer de colo uterino corresponde à quarta causa de morte de mulheres por câncer no país. A Citologia Cérvico Vaginal ou também conhecida como Teste de Papanicolaou é utilizado como rastreamento e tem como principal objetivo, a detecção das lesões pré-malignas que quando não diagnosticadas precocemente e tratadas, poderão evoluir para um câncer invasivo piorando o prognóstico da paciente, porém, diversas fontes de erros são identificadas nessa técnica, incluindo erro durante a coleta, na amostragem, na técnica do esfregaço, de fixação, leitura e interpretação das lâminas. Devido ao potencial significado de efeitos adversos das altas taxas de falso-negativos, diversos métodos, usados de forma isolada ou em conjunto com a análise citológica, tem sido avaliados para reduzir o índice de erro. Entre os métodos estão o teste para HPV, Citologia em Base Líquida, Colposcopia, além de procedimentos que visam à melhoria do controle de qualidade interno nos laboratórios de citologia, como a revisão de lâminas negativas ou suspeitas e a importância da qualificação profissional.

PALAVRAS-CHAVE: Câncer de Colo Uterino, Exame Citopatológico, Colposcopia, Citologia em Base Líquida, Teste para HPV.

ABSTRAT:

The cervical cancer corresponds to the fourth cause of cancer death in women in the country. The Cervical Cytology Vaginal or also known as pap smear is used as a screening and aims, the detection of premalignant lesions that if not diagnosed early and treated, can progress to invasive cancer worsening the prognosis of the patient, however, various error sources are identified in this technique, including error in the collection, in the sample, the smear technique, fixation, reading and interpretation of the blades. Because of the potential significance of adverse effects of high false-negative rates, various methods, used alone or in conjunction with cytology, has been evaluated to reduce the error rate. The methods are tested for HPV, liquid based cytology, colposcopy, and procedures aimed at improving the internal quality control in cytology laboratories such as the review of negative strips or suspected and the importance of professional qualification.

KEYWORDS: Cervical Cancer, Pap Test, Colposcopy, Liquid-based Cytology, HPV Testing.

1. INTRODUÇÃO

Câncer é o nome dado a mais de 100 tipos de doenças malignas que possuem características semelhantes entre si. Todas elas apresentam proliferação anormal de células e crescimento desordenado, podendo invadir outros tecidos, órgãos em diversas regiões do corpo, e sua origem é multifatorial (INCA, 2014). Esses fatores ocasionam lesões no DNA das células, que se acumulam, desenvolvendo assim um fenótipo maligno. Essas alterações genéticas determinam o crescimento de sucessivas populações ou clones celulares, fenômeno denominado de expansão clonal (GUIMARÃES e ROSA, 2008).   De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer) para o ano de 2014 e válido para o próximo ano, ocorrerão aproximadamente 576 mil casos novos de câncer, demonstrando assim um problema de saúde pública, com altos índices de mortalidade. Nos casos de câncer de colo uterino, espera-se no Brasil neste ano mais de 15.590 novos casos, com um risco estimado de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres. Este tipo de câncer é o terceiro mais frequente entre as mulheres, ficando apenas atrás do câncer de mama e do colorretal, que é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no país. Sua incidência maior ocorre a partir dos 20 anos e tem seu pico na faixa dos 45 a 49 anos (FONSECA, JUNG e TOMASICH, 2012). Embora o câncer de colo de útero na faixa etária de 20 a 24 anos seja raro, quando diagnosticado, geralmente está em estágios mais avançados (LEUNG et al. 2013).  

A gênese do câncer de colo uterino está diretamente associada a infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), que causa lesões cutâneas e nas mucosas e é transmitido através de relações sexuais (KOSI e NAKI, 2014). Pelo menos 15 tipos de HPV são considerados potencialmente oncogênicos, e apresentam maior risco de provocar infecções persistentes e estreita relação com lesões precursoras (BOUNTRIS et al. 2014). Dentre os HPV de alto risco, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% nos casos de câncer do colo do útero (MESSORA, SANTOS e SILVÉRIO, 2014).

Apesar da alta incidência da doença, o carcinoma do colo do útero tem evolução lenta, sendo possível fazer sua prevenção através do exame periódico, chamado de Papanicolaou, conhecido também como citologia oncótica, colpocitologia oncótica, citopatológico, Pap Test. Este exame foi introduzido pelo médico George Papanicolaou em 1943, e foi difundido universalmente, e é utilizado até hoje como um exame de rastreamento de câncer de colo uterino.  Para este, se obtém um esfregaço de células cervicais e, através da citologia diagnostica precocemente as lesões pré-cancerosas, ou pré-invasivas do câncer de colo uterino, que quando identificadas precocemente são tratáveis e amplamente curáveis, evitando assim, a progressão para o câncer invasivo (KOSE e NAKI, 2014).  

Apesar de ser utilizado na prevenção, o exame de Papanicolaou, mesmo após 70 anos da descoberta, ainda possui muitas desvantagens, vulnerabilidades e falhas, que quando somadas levam a altos índices de resultados falso-negativos, atrasando o diagnóstico, diminuindo as chances de cura e levando ao pior prognóstico (MANRIQUE et al. 2009; RIBAS, 2011). Segundo o INCA (2014), a taxa de resultados falso-negativos da citologia pode ultrapassar 50%.

Como a técnica é compreendida de várias etapas manuais, como a coleta da amostra, a fixação do material, e ainda estar sujeita de subjetividade durante a fase de interpretação, a citologia oncótica torna-se passível de erros de conduta e traz consequências negativas ao final do processo, com resultados erroneamente liberados (RIBAS, 2011).

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