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Fatores de risco para tricomoníase

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Por:   •  12/9/2014  •  Trabalho acadêmico  •  1.596 Palavras (7 Páginas)  •  922 Visualizações

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Tricomoníase

A Tricomoníase é uma infecção não viral que atinge homes e mulheres e é causada pelo parasita trichonomas vaginalis. Foi descrita pela primeira vez em 1836, mas somente em 1916 ficou conhecido como causa de vaginites o tratamento só surgiram 50 anos após a descoberta do parasita. Localizado principalmente no epitélio escamoso do trato genital, também pode ser observado em outros lugares do aparelho geniturinário.

Ao contrario da maioria dos protozoários, o T. vaginalis é um organismo anaeróbico facultativo, sobrevive durante 6 horas em uma gota de secreção vaginal e na água resiste até 2 horas em temperaturas entre 25 e 40° e em faixa de pH entre 5,5 e 6. Utiliza glicose, frutose, maltose, glicogênio ou amido como fonte de energia.

O trichonomas vaginalis tem dimensões que variam de 10 a 30 µm de comprimento por 5 a 12 µm de largura, sua forma modifica-se facilmente. A forma típica é alongada, ovóide ou piriforme, possuem quatro flagelos livres que partem de uma depressão do pólo anterior, denominada canal periflagelar, e se dirigem para frente. Um quinto flagelo, recorrente, emerge fora desse canal e fica voltado para trás, mantendo-se aderente em toda sua extensão ao corpo celular por uma prega que constitui a membrana ondulante, mas que não chega até a extremidade posterior.

Epidemiologia

Quanto aos fatores de risco para Tricomoníase são descritos: baixo nível socioeconômico, baixo nível de escolaridade, sexo desprotegido, múltiplos parceiros sexuais, prostituição, uso abusivo de álcool e drogas e outras DSTs associadas.

As estatísticas mundiais e as do Brasil registram taxas que oscilam entre 20 e 40% das pacientes examinadas e entre as populações carcerárias e profissionais do sexo variam entre 50 e 60%. Entre as que apresentam leucorréia, a proporção pode chegar a 70% dos casos. Nos homens a prevalência parece ser muito menor, talvez porque o diagnostico se faça com maior dificuldade, ou porque a benignidade da infecção raras vezes dê motivo a uma consulta médica para isso. Ainda assim, inquéritos têm revelado taxas que oscilam entre 10 e 15% e, entre maridos e mulheres infectados um positivo sobre cada quatro.

A Tricomoníase tem sido associada a complicações no trato reprodutivo, incluindo parto pré-termo, neoplasia cervical, infecções pós-histerectomia, doença inflamatória pélvica atípica e infertilidade. Estudos ainda sugerem que esta infecção predisporia a um maior risco de infecção pelo HIV sendo que das pacientes com HIV+ e HIV- infectadas com T.vaginalis as soropositivas apresentam reexposição maior que as soronegativas. Dados que ainda merecem comentários dizem respeito a relatos de que 5 a 10% dos homens e mulheres com gonorréia também estão infectados com T. vaginalis.

Infectividade

A Tricomoníase é moléstia cosmopolita, sendo transmitida principalmente pelas relações sexuais, podendo ser considerada uma doença venérea (a de maior incidência em escala mundial, talvez). Ocorre com maior incidência nas mulheres entre 16 e 35 anos em proporções elevadas e período de incubação é de 4 a 28 dias em aproximadamente 50% dos indivíduos. Entretanto, a propagação em outras circunstancias deve ocorrer muitas vezes, quando a promiscuidade e a falta de higiene asseguram a transferência do parasito através da água do banho, das instalações sanitárias (bidês, banheiras, privadas etc.), de objetos de toalete e roupa intima ou de cama.

A propagação pelo coito deve ser a forma mais freqüente, visto que o parasito infecta facilmente o homem, alojando-se na uretra, nas vesículas seminais ou na próstata. Na mulher o parasito aloja-se na vulva e o estabelecimento na vagina inicia-se com um aumento do pH e na proporção de bactérias anaeróbias, associado a uma redução dos lactobacilos.

A Tricomoníase também pode acometer recém-nascidas durante a passagem pelo canal de parto de gestantes infectadas não tratadas, ou que desconheciam a infecção. Durante o parto o epitélio da vagina da recém-nascida sofre ação de estrógenos maternos, podendo permitir a colonização do parasito, desaparecendo semanas após o parto.

Patologia e sintomatologia

Embora quase 1/3 das infecções por T. vaginalis seja assintomático, a maioria desenvolve queixas. Das manifestações mais objetivas, a mais freqüente é a leucorréia que, em mulheres adultas, consiste na produção de um corrimento abundante, geralmente esbranquiçado, sem sangue, podendo ter origem na vulva, na vagina ou na cérvix uterina.

O corrimento varia muito quanto ao aspecto e quantidade, sendo constituído de exsudato inflamatório, muco, células epiteliais descamadas, leucócitos e piócitos em abundancia, bactérias diversas e considerável número de Trichonomas. Dependendo dos microorganismos associados modifica-se a cor, a viscosidade, o cheiro e o aspecto (espumoso ou bolhoso, se há fermentação ou produção de gás). Muitas vezes ele é irritante para a pele das regiões perigenitais. Nas formas agudas, a vulva, o períneo e as áreas cutâneas vizinhas podem estar avermelhados e edemaciados.

Dos processos inflamatórios da mucosa, os mais encontrados são as cervicites, parecendo ser justamente o muco cervical um dos focos de resistência do parasito. Em um terço dos casos de cervicites, ela pode ser pura, isto é, desacompanhada de lesões em outras partes. Mas geralmente associa-se com vaginite ou Vulvovaginite. Estas, por sua vez, podem ser as únicas alterações anatomopatológicas.

A vaginite pode ir desde um pontilhado hiperêmico da mucosa até um processo inflamatório intenso e generalizado. Essa inflamação tende a agravar-se nos dia que precedem ou seguem a menstruação. As pacientes, a parte o corrimento, queixam-se de prurido, por vezes intenso; de ardor e de sensação de queimação, que se agravam a noite e são exacerbados pelo ato sexual.

O exame ginecológico das pacientes que não apresentam queixa alguma pode demonstrar a existência de lesões discretas. Outras exibem alterações de importância maior ou menor acompanhadas de sintomas. Algumas vezes há erosões das superfícies da mucosa, na vagina e na uretra, com intensa reação inflamatória que chega até o cório.

Nos homens, a infecção costuma ser subclínica e benigna, mas pode produzir uretrites e prostato-vesiculites, acompanhadas de disúria e polaciúria, com secreção matutina mucóide ou purulenta, prurido e escoriações no sulco bálano-prepucial. Há casos de evolução crônica.

Diagnostico

A demonstração do parasito é essencial para

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