Jacaré De Papo Amarelo

Os índios sempre utilizaram a fauna como um importante elemento cultural. Esses animais não tinham apenas a finalidade de alimentação, mas também, eram utilizados para fabricação de instrumentos e ferramentas, com a utilização de ossos e dentes, entre outros. Serviam também como adornos em festas e rituais (Souza, 2007).

Com a chegada dos europeus, as tribos indígenas sofreram uma modificação em seus hábitos, passando a explorar com maior seletividade e mais intensamente os recursos (Souza, 2007).

Os europeus ficaram fascinados com as cores vibrantes das aves. Com o tempo, eles passaram a levar espécies da fauna brasileira à Europa. Lá esses animais causaram grande curiosidade à nobreza, que passou a comercializá-los. Ter um animal silvestre elevava o status ao seu detentor (Souza, 2007).

Carvalho (1991) diz que foi a partir do final do século XIX e mais precisamente após o segundo conflito mundial, as grandes descobertas científicas e tecnológicas possibilitaram ao homem conquistas extraordinárias na sistemática de exploração da natureza, criando um abismo entre a velocidade da degradação dos recursos naturais e a capacidade destes se regenerarem.

Visto que a comercialização do animal silvestre poderia se tornar uma atividade lucrativa, passou-se então a praticá la indiscriminadamente.

A utilização da fauna brasileira seja para caça e pesca excessiva seja para o tráfico de animais, só foi controlada quando se definiu a legislação de 1934 para impedir essas

atividades.

O que contribui para a captura de animais silvestres e a caça predatória é a situação econômica e social do país. As comunidades carentes, na maioria das vezes do interior do país, que não têm acesso a emprego, saúde e educação, buscam com essa prática ilegal uma fonte de renda familiar por questão de sobrevivência. Geralmente essas áreas são caracterizadas pela ausência ou pequena atividade econômica produtiva.Essa atividade torna-se bastante atraente para essas comunidades, pois garante dinheiro fácil e rápido.

De acordo com a RENCTAS (2001), o comércio ilegal pode ser economicamente devastador, pois movimenta uma quantia incalculável na economia ilegal do país, sem deixar parcela alguma para os cofres públicos.