TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Parasitose Intestinais Em Crinaças

Ensaios: Parasitose Intestinais Em Crinaças. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  27/11/2013  •  4.085 Palavras (17 Páginas)  •  618 Visualizações

Página 1 de 17

1. Introdução – Parasitoses Intestinais em Crianças

As parasitoses intestinais são muito frequentes na infância, principalmente em pré-escolares e escolares. São consideradas problema de saúde pública, principalmente em países chamados periféricos, onde são mais frequentes, com prevalências totais,quando considerado o bloco de países mais pobres do mundo, estimadas de 26%, 17% e 15% para ascaridíase, tricuríase e ancilostomíase. Sua transmissão depende das condições sanitárias e de higiene das comunidades. Além disso, muitas dessas parasitoses relacionam se a déficit no desenvolvimento físico e cognitivo e desnutrição.

Em estudo com crianças em condições socioeconômicas precárias, encontraram-se altas prevalências de desnutrição energético-protéica, anemia e parasitoses. Apesar de estes fatores estarem comumente presentes em crianças nas condições socioeconômicas referidas, não foi possível isolar uma associação entre enteroparasitoses e anemia. Porém, as crianças com parasitoses intestinais apresentam pior estado nutricional (peso/altura) quando comparadas àquelas sem parasitas.

As parasitoses intestinais são doenças cujos agentes etiológicos são helmintos ou

protozoários, que se localizam no aparelho digestivo do homem, pelo menos em uma das fases do ciclo evolutivo, podendo provocar diversas alterações patológicas, tais como: diarreia crônica, má absorção, anemia ferropriva, baixa capacidade de concentração e dificuldades de aprendizado. Considerada doença emergente em imunossuprimidos.

As parasitoses acometem um alto percentual da população humana, principalmente comunidade de baixa renda que possuem condições climáticas e ambientais favoráveis para sua evolução e propagação. Sendo mais frequentes na infância.

A ocorrência de parasitoses intestinais na idade infantil, especialmente na idade escolar, consiste num fator agravante da subnutrição, podendo levar a morbidade nutricional, geralmente acompanhada da diarreia crônica. Esses fatores refletem diretamente no rendimento escolar, promovendo a incapacitação física e intelectual dos indivíduos parasitados.

A imaturidade imunitária própria da infância, sua dependência de cuidados alheios, entre outros fatores, torna a criança mais suscetível a agravos de qualquer espécie, as infecções são mais frequentes devido à imunidade e, serem mais expostas em decorrência do comportamento próprio da idade considerado de risco.

Algumas enteroparasitoses são de grande importância na infância, podendo destacar as protoozooses como a Giardíase e a Amebíase além das helmitoses como a Ascaridíase, Tricuríase, Enterobiose, Ancilostoma e Estrongiloidíase.

Doenças de natureza parasitária vêm diminuindo ou desaparecendo em países industrializados e com alto nível de desenvolvimento econômico, em função da criação de programas de controles que incluem, além dos avanços da medicina, ações da natureza socioeconômica e comportamental, como saneamento básico, abastecimento e tratamento adequado de água para consumo, higiene pessoal e educação sanitária.

2. Giardíase

É a doença provocada pela infecção do intestino delgado pelo protozoário Giárdia lamblia, popularmente conhecido como giárdia. A giardíase costuma ser assintomática, mas pode causar diarreia e má absorção intestinal de gorduras. A giardíase está presente em praticamente todo o mundo, mas afeta principalmente crianças em populações de baixo nível econômico e em regiões de clima tropical ou subtropical.

Figura 1 - Giardia lamblia, em microscópio eletrônico.

Fonte: Brasil Escola 2012

2.1. Sinais e Sintomas

As principais manifestações da giardíase são diarreia, cólica intestinal, e perda de peso ou, no caso de crianças, falha em ganhar peso. Tipicamente, a diarreia é caracterizada por um excesso de gorduras nas fezes, o que recebe o nome de esteatorreia.

Por outro lado, a maior parte das infecções são assintomáticas, ou seja, não apresentam sintomas. Por exemplo, durante uma série de surtos de giardíase nos Estados Unidos, cerca de 500 mil pessoas foram contaminadas, mas apenas 4 mil apresentaram algum sintoma.

Em crianças, o crescimento só é prejudicado nas crianças com diarreia. Crianças infectadas, mas sem diarreia apresentam velocidade de crescimento normal.

2.2. Causa

A giardíase é causada principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados por fezes contendo pelo menos 10 a 100 cistos de Giardia lamblia. A exposição deste protozoário ao suco gástrico não causa sua eliminação, porém o ph alcalino do duodeno ocasiona a transformação dos cistos em trofozoítas, que aderem à parede do intestino delgado (daí os nomes alternativos Giardia intestinalis e Giardia duodenalis). Cerca de 9 dias (de 6 a 15) após a infecção, a pessoa começa a eliminar cistos pelas fezes, que podem então contaminar outras pessoas.

Discute-se ainda a importância da transmissão por contato próximo entre duas pessoas (por exemplo, em creches), ou com animais domésticos, ou ainda através de relações sexuais anais.

O cisto da Giardia lamblia pode durar até 2 meses fora de um organismo, e pode ser encontrado sob a unha de algumas pessoas.

2.3. Diagnóstico

Não existe um padrão-ouro para o diagnóstico de giardíase, ou seja, nenhum método diagnóstico é capaz de dar certeza absoluta se a pessoa tem ou não a doença. O exame das fezes detecta o protozoário em cerca de 73% dos casos com uma única amostra, e 85% com três amostras. Apesar da sensibilidade limitada, o exame parasitológico das fezes tem uma especificidade de 100%, ou seja, ele nunca detecta giardíase em pessoas que não têm a doença. Além disso, o exame parasitológico das fezes também é capaz de detectar outros parasitas capazes de causas sintomas semelhantes aos da giardíase.

Outro exame é a pesquisa de anticorpos nas fezes. A técnica ELISA é capaz de confirmar a giardíase em 95% dos casos, mas por outro lado 2% das pessoas sem giardíase têm um resultado falso positivo, ou seja, são confundidas como tendo a doença. A principal limitação deste exame é que ele só avalia uma suspeita de giardíase, e não de outras parasitoses intestinais.

2.4. Patofisiologia

A giardíase causa uma má absorção

...

Baixar como (para membros premium)  txt (28 Kb)  
Continuar por mais 16 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com