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Uso Indiscriminado De Antibióticos E Resistência Microbiana: Uma Reflexão No Tratamento Das Infecções Hospitalares

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Por:   •  12/10/2013  •  2.347 Palavras (10 Páginas)  •  1.090 Visualizações

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INTRODUÇÃO

Desde os tempos remotos sabe-se que o homem e os micróbios

partilham uma vida em comum que se perde na sombra do tempo; e, certamente,

desde a pré-história eles vêm provocando doenças no homem.

Entretanto, as causas destas doenças só começaram a ser descobertas a

partir de 1878, graças, sobretudo aos trabalhos de Pasteur e Koch e seus

contemporâneos, que demonstraram a origem infecciosa de várias enfermidades

do homem e de outros animais (TAVARES, 2001).

Com a descoberta e o inicio dos estudos dos microorganismos,

ficou claro a divisão dos seres vivos reformulada por Wittaker, em 1969,

baseado não só na organização celular como proposto por Haeckel, em

1866, mas também na forma de obter energia e alimento: Reino Plantae;

Reino Animalia; Reino Fungi; reino Protista (microalgas e protozoários), e

reino Monera (alga azul-verde e as bactérias) (TRABULSI, 2005).

Foi então a partir do século XVI, com o desenvolvimento da alquimia,

que as drogas medicinais passaram a ser obtidas por métodos laboratoriais,

embora já fizessem uso de substâncias químicas e derivados

de plantas, dando início ao desenvolvimento da pesquisa e da indústria

químico-farmacêutica com finalidade de produzirem drogas ativas contra

os microorganismos e de baixa toxicidade para o homem, de tal modo

que pudessem ser utilizadas nas infecções sistêmicas.

Nesse contexto, a palavra infecção, de acordo com Martins (2006),

é definida como um substantivo feminino que significa ato ou efeito de

infeccionar-se, contaminação, corrupção, penetração, desenvolvimento e

multiplicação de seres inferiores no organismo de um hospedeiro, de que

podem resultar, para este, conseqüências variadas, habitualmente nocivas,

em grau maior ou menor.

O Ministério da Saúde (MS), na Portaria nº 2.616 de 12/05/1998,

define Infecção Hospitalar como a infecção adquirida após a admissão do

paciente na unidade hospitalar e que se manifesta durante a internação

ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos

hospitalares (BRASIL, 1998).

Para evitar ou tratar infecções causadas por microorganismos patogênicos,

utilizam-se as drogas antimicrobianas. De acordo com Abrams

(2006) vários termos são usados para descrever essas drogas: anti-infeciosos

e antimicrobianos incluem medicamentos antibacterianos, antivirais e

antifúngicos; antibacterianos e antibióticos geralmente referem-se apenas

aos medicamentos usados nas infecções bacterianas.

Ainda percorrendo um pouco da história das drogas antimicrobianas,

a descoberta da penicilina, o primeiro antibiótico de atividade clínica,

ocorreu quando Alexander Fleming estudava culturas de Staphylococcus

aureus no St. Mary’s Hospital de Londres, após observar que culturas desta

bactéria deixadas sobre uma bancada haviam sido contaminadas por um

fungo do ar e que ao redor do fungo contaminante não existia crescimento

do estafilococo. Intrigado, Fleming resolveu estudar o fenômeno observado,

verificando que o fungo pertencia ao gênero Penicilium (mais tarde identificado como P. notatum), o qualk elaborava uma substância que,

difundindo-se no meio de cultura, exercia efeito antimicrobiano sobre a

bactéria ali presente. Esta substância Fleming denominou penicilina e anteviu

que seu emprego seria de utilidade no tratamento das infecções por

exercer efeitos não só contra os estafilococos, mas também contra os estreptococos,

bacilo diftérico, gonococo e meningococo (TAVARES, 2001).

Na cronologia dos processos infecciosos, em 1950, oito anos após

a introdução da penicilina, 68% dos Staphylococcus aureus já apresentavam

resistência a esse antibiótico, não se sabia que aí se iniciava um dos

maiores problemas no tratamento das infecções: a resistência microbiana

(ROSSI; ANDREAZZI, 2005).

Em 1960, com o surgimento e introdução de novos antimicrobianos,

as infecções por Staphylococcus aureus declinaram, mas por motivos

não muito claros, o avanço tecnológico fez surgir um novo problema: as

infecções por bactérias Gram-negativas e fungos. As enterobacteriáceas e

Pseudomonas aeruginosas dominaram o cenário das Infecções Hospitalares

(IHs), além dos estafilococos como agentes relacionados às infecções

de ferida operatória e de cateteres venosos (MARTINS, 2006). Ainda em

1960, a meticilina foi lançada no mercado como alternativa para o tratamento

das infecções causadas pelas bactérias Gram-positivas, e, nesse

mesmo ano, houve relato dos primeiros Staphylococcus aureus resistentes

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