TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

Virologia

Resenha: Virologia. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  14/10/2014  •  Resenha  •  1.684 Palavras (7 Páginas)  •  419 Visualizações

Página 1 de 7

Vírus

Definição: A palavra vírus é originária do latim e significa toxina ou veneno. O vírus é um organismo com grande capacidade de automultiplicação, utilizando para isso sua estrutura celular. É um agente capaz de causar doenças em animais e vegetais. Os vírus são extremamente pequenos (chamados de filtráveis) e são parasitas intracelulares obrigatórios.

Os vírus possuem em sem material genético um único tipo de ácido nucléico, DNA ou RNA, nunca os dois juntos, e podem ser de fita simples ou dupla. Possuem uma proteção protéica envolvendo todo o ácido nucléico (capsídeo) e podem ser de várias formas diferentes, linear, circular ou segmentada. Em alguns vírus o capsídeo é coberto por um envelope, constituído por lipídeos, carboidratos e proteínas (alguns envelopes possuem espículas que facilitam a aderência com as células hospedeiras, formando pontes). Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na arquitetura do capsídeo:

Vírus Helicoidais: lembram longos bastonetes, que podem ser rígidos ou flexíveis. Exemplo, febre hemorrágica e raiva.

Vírus poliédricos: o capsídeo da maioria deles tem a forma de um icosaedro

Exemplo, adnovírus

Vírus envelopados: Podem ser helicoidais e poliédricos ,ambos envelopados, e são rusticamente esféricos. Exemplo, Influenza virus

Vírus complexos: possuem estruturas complicadas e estruturas adicionais

Exemplo, bacteriófago

Para um vírus se reproduzir e multiplicar, ele precisa invadir a célula hospedeira e tomar conta de sua “maquinaria” metabólica. Um único vírus pode originar, em uma única célula, desde alguns até milhares de partículas virais semelhantes. Esse processo pode alterar drasticamente a célula hospedeira, podendo levar a “máquina” à morte.

Como a própria definição estabelece, os vírus são muito pequenos sendo visível apenas com o auxílio de um microscópio eletrônico, podendo ser comparado com as menores bactérias existentes, possuem entre 20 e 1.000 nm.

A classificação dos vírus ainda não foi estabelecida, isso porque fora das células ele se torna inerte, ou seja, sem vida, classificando-se como morto. Mas por outro lado quando penetram em alguma célula hospedeira, seja ela viva ou morta (comentarei mais adiante), o ácido nucléico do vírus se torna ativo, fazendo com que ocorra a multiplicação do vírus, assim tornando-se viva.

O vírus tem uma capacidade especial, a capacidade de ressuscitar células. Como? Muito simples. O vírus se une à célula morta em processo idêntico à união em células vivas e ao mudar o material genético da célula hospedeira ela reativa todas as organelas, o maquinário, fazendo com que haja estímulo para o funcionamento, que antes não havia, multiplicando-se.

Há dois tipos de infecções que os vírus podem causar, são eles:

Infecção viral latente: Nesse tipo de infecção o vírus fica alojado em seu hospedeiro por um longo período de tempo, às vezes, por muitos anos, sem produzir nenhuma patologia. Os Herpesvirus humanos permanecem na célula hospedeira no individuo por toda a vida. Quando elas são acionadas por estímulos, a infecção resultante pode ser letal. A infecção da pele causada pelo vírus do herpes, causadora do herpes labial, é o exemplo mais comum de uma infecção viral latente. Esses vírus se instalam em células nervosas, mas só causam danos quando for ativado por um estímulo como febre ou queimaduras, daí o termo herpes febril.

Infecção viral persistente: As infecções virais persistentes são mortais. São doenças que se prolongam por um longo período de tempo. Exemplos:

Doença Efeito Primário Vírus causador

Encefalite progressiva Deteriorização mental rápida Vírus da Rubéula

(Rubivirus)

Penencefalite esclerosante subaguda Deteriorização mental Vírus do sarampo

(Morbilivirus)

Doenças causadas por Vírus

Raiva

A raiva é uma doença transmitida por um vírus que acomete todos os mamíferos, inclusive o homem, e causa um quadro de encefalite fatal. No Brasil o cão é considerado o principal portador da doença para humanos. Alguns morcegos são importantes transmissores da raiva para bovinos e eqüinos. Os morcegos insetívoros e frutívoros também podem transmitir a doença.

O vírus da raiva pertence à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus e se apresenta em forma de bala de revólver com 75 nm de diâmetro e comprimento variando entre 100 e 300 nm. O genoma viral é composto de uma fita simples de ácido ribonucléico (RNA) negativo e não segmentado que codifica as cinco proteínas virais: matriz, nucleoproteína, glicoproteína, fosfoproteína e polimerase.

O vírus está presente na saliva de um animal doente e através da mordida, arranhadura ou lambida, é transmitido a outros animais e ao homem. Após de um período de multiplicação no local da infecção, o vírus penetra nas células do sistema nervoso periférico e migra até o sistema nervoso central (cérebro, medula e cerebelo).

O período de incubação, compreendido entre o dia da infecção e o aparecimento dos sintomas varia de acordo com o local e a gravidade da mordida e em média é de 1 a 3 meses. Uma vez no sistema nervoso central, o vírus se multiplica nos neurônios e migra para outros órgãos sempre através de terminações nervosas.

Dessa forma atingem as glândulas salivares onde será eliminado pela saliva no ato da mordida, disseminando assim a doença.

Os primeiros sintomas são febre, dores de cabeça e mal estar.

Com o avanço da doença, começam os sintomas nervosos como ansiedade, agitação, confusão mental, alteração comportamental, paralisia, convulsões. Após o aparecimento dos sintomas não há tratamento possível e a morte ocorre em até 10 dias.

Tratamento

A raiva pode ser controlada vacinando cães e gatos anualmente. A captura e eutanásia de animais errantes e a castração de animais domiciliados como forma de controle populacional auxiliam não apenas no combate à raiva mas também de outras doenças comuns aos homens e animais.

Para evitar a raiva dos herbívoros (bovinos, eqüinos, caprinos e ovinos) devem-se vacinar anualmente os rebanhos em áreas de ocorrência da doença e controlar a população de morcegos hematófagos.

A vacinação anti-rábica pós-exposição é realizada logo após a pessoa ser mordida por um animal raivoso e é um método eficiente para evitar o aparecimento da doença. Deve ser iniciada a critério médico, o mais rápido possível. Se você foi agredido por um animal suspeito de raiva, lave imediatamente a ferida com água e sabão e procure um médico imediatamente.

Hepatite A

A hepatite A é uma doença causada pelo vírus da hepatite A, que produz inflamação e necrose do fígado. Uma pessoa infectada com o vírus pode ou não desenvolver a doença. A hepatite A ocorre em todos os países do mundo, inclusive nos mais desenvolvidos. É mais comum onde a infra-estrutura de saneamento básico é inadequada ou inexistente. A infecção confere imunidade permanente contra a doença. Desde 1995, vacinas seguras e eficazes estão disponibilizadas, porém o custo ainda se mantém alto.

O ser humano é o único hospedeiro natural do vírus da hepatite A. A principal forma de transmissão do vírus é de uma pessoa para outra. A transmissão é comum entre crianças que ainda não tenham aprendido noções de higiene, entre os que residem em mesmo domicílio, ou seja, parceiros sexuais de pessoas infectadas. Dez dias depois de uma pessoa ser infectada, desenvolvendo ou não as manifestações da doença, o vírus passa a ser eliminado nas fezes durante cerca de três semanas. O período de maior risco de transmissão é de uma a duas semanas antes do aparecimento das manifestações. A transmissão pode ocorrer através da ingestão de água e alimentos contaminados por pessoas infectadas, que não obedecem normas de higiene, como a lavagem das mãos após uso de sanitários. O consumo de frutos do mar, como mariscos crus ou inadequadamente cozidos, está também associado à transmissão, uma vez que esses organismos concentram o vírus por filtrarem grandes volumes de água contaminada. A transmissão através de transfusões, uso compartilhado de seringas e agulhas contaminadas é pouco comum, ao contrário das infecções pelo HIV e pelo vírus da hepatite B.

O Brasil possui grande risco de contaminação da hepatite A, em razão de condições deficientes ou inexistentes de saneamento básico, nas quais é obrigada a viver grande parte da população, inclusive nos grandes centros urbanos.

A infecção pelo vírus da hepatite A pode ou não resultar em doença. Em cerca de 70% das crianças com menos de seis anos de idade, a infecção não produz qualquer manifestação. A infecção, causando ou não manifestações, produz imunidade permanente contra a doença.

As manifestações, quando surgem, podem ocorrer de 15 a 50 dias após o contato com o vírus da hepatite A (período de incubação). O início é, em geral, com febre baixa, fadiga, mal estar, perda do apetite, sensação de desconforto no abdome, náuseas e vômitos, podendo ocorres diarréia. Após alguns dias, pode surgir icterícia (olhos amarelados). As fezes podem, portanto, ficar amarelo-esbranquiçadas e a urina de cor castanho-avermelhada. A evolução da doença em geral não ultrapassa dois meses. Em cerca de 15% das pessoas, as manifestações podem persistir de forma discreta por até seis meses, com eventual reaparecimento das manifestações clínicas. A recuperação é completa e o vírus é totalmente eliminado do organismo. Não há desenvolvimento de doença hepática crônica ou estado de portador.

Tratamento

A hepatite A não tem tratamento específico. As medidas terapêuticas visam reduzir o incômodo das manifestações clínicas. No período inicial da doença pode ser indicado repouso relativo, e a volta às atividades deve ser gradual. As bebidas alcoólicas devem ser abolidas. Os alimentos podem ser ingeridos de acordo com o apetite e a aceitação da pessoa, não havendo necessidade de dietas.

Curiosidades

Vírus mutagênico

O vírus do HIV tem uma elevada taxa de mutação, sendo que por dia cerca de 10 bilhões de partículas virais são produzidos em cada paciente infectado. Todas essas partículas tem pelo menos uma mutação em seu código genético. Isso é um problema, pois mutações podem deixar o vírus mais resistente à anti-retrovirais, mas esse número é muito baixo ainda no Brasil.

De acordo com o infectologista Marco Antônio Vitória, assessor do Programa Nacional de DST-Aids do Ministério da Saúde, a resistência do vírus HIV é um fenômeno esperado, por ser um microorganismo com alta taxa de mutação.

Exemplos de doenças humanas provocadas por vírus: hepatite, sarampo, caxumba, gripe, dengue, poliomielite, febre amarela, varíola, AIDS e catapora.

Os antibióticos não servem para combater os vírus. Alguns tipos de remédios servem apenas para tratar os sintomas das infecções virais. As vacinas são utilizadas como método de prevenção, pois estimulam o sistema imunológico das pessoas a produzirem anticorpos contra determinados tipos de vírus.

Bibliografia

Tortora, G.J. et al. Microbiologia edição 8 Porto Alegre: Artemed, 2005

http://www.cevisa.ibiuna.sp.gov.br/Arquivos%20para%20baixar/artigoparaositeversaofinalraiva.pdf

http://www.cives.ufrj.br/informacao/hepatite/hepA-iv.html

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4062&ReturnCatID=59#Vírus%20em%20Mutação

http://www.suapesquisa.com/cienciastecnologia/virus.htm

...

Baixar como  txt (11.6 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »