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A Prematuridade

Por:   •  10/11/2015  •  Relatório de pesquisa  •  2.238 Palavras (9 Páginas)  •  382 Visualizações

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  1. Introdução

O resultado esperado de uma gestação é a obtenção do recém-nascido (RN) sadio com o mínimo trauma para a mãe. Em algumas situações, isso não é possível, devido a complicações durante a gravidez ou parto, gerando riscos à integridade da saúde tanto da mãe quanto do concepto e estas complicações podem fazer com que a criança nasça antes do tempo previsto (prematuridade) e ás vezes, quando se há muitos prejuízos fisiológicos no RN, pode haver evolução para a morte do mesmo.

A prematuridade como causa de mortalidade infantil tem sido estudada em diferentes países, e tem sido constatado que inúmeras são as causas que levam um bebê a nascer prematuro. Esse nascimento fora do tempo previsto acarreta imaturidade no recém-nascido que pode levar à disfunção em qualquer órgão ou sistema corporal, e o neonato prematuro também pode sofrer comprometimento ou intercorrências ao longo do seu desenvolvimento. O recém-nascido, especialmente o prematuro, é mais vulnerável a lesões pulmonares, porque os sistemas antioxidantes (por exemplo a catalase e superóxido dismutase) ainda não se desenvolveram completamente. (SILVA, 1998) Com isso, pode haver o aparecimento de doenças crônicas, como por exemplo, a Displasia Broncopulmonar (DBP).

Em 1967, Northwayet al descreveu a Displasia Broncopulmonar (DBP) como uma doença pulmonar crônica que acometia recém-nascidos prematuros com síndrome do desconforto respiratório (SDR), ou submetidos à ventilação mecânica e boa parte deles era dependente de oxigênio por meses ou anos. A DBP deve ser considerada em qualquer neonato que permanece dependente de oxigênio em concentrações acima de 21% por um período maior ou igual a 28 dias. (CUNHA, 2003)

A ocorrência é rara em neonatos com idade gestacional superior a 34 semanas e esses pacientes que possuem a DBP, normalmente, são dependentes de oxigênio ou ventilação mecânica e muitos desses se tornam assintomáticos e livres do uso de oxigênio extra antes da alta hospitalar. (MONTE ET AL, 2005)

A presença de insuficiência respiratória crônica com dependência de oxigênio ou ventilação mecânica e um exame radiológico de tórax com hiperinsuflação e fibrose disseminada são suficientes para diagnosticar DBP. (PROCIANOY, 1998)

O tratamento clínico da Displasia Broncopulmonar deve ser preferencialmente feito por uma equipe multidisciplinar, incluindo o neonatologista e outros profissionais, como o médico pediatra, o pneumologista, o cardiologista e o neurologista, além de fisioterapeuta, nutricionista, fonoaudiólogo e eventualmente outros profissionais.

Como tratamento, o prematuro necessita receber suporte de oxigênio ou de ventilação mecânica para manter uma concentração sérica adequada de oxigênio. Devido a lesão pulmonar, é necessário o uso de diuréticos para redução da dificuldade respiratória, reduzindo o edema pulmonar e com isso, reduzindo a resistência vascular pulmonar. É necessário o uso de broncodilatadores para reduzir a chance de hipoxemia e para o controle dos sintomas respiratórios (tosse esibilância), o uso de antibioticoterapia devido à suscetibilidade a infecções respiratórias e o uso de corticosteróide para melhorar e promover a maturidadeda função pulmonar e com isso, reduzir o tempo com ventilação mecânica. (PROCIANOY, 1998)

Em relação à nutrição, as necessidades energéticas de um recém-nascido com DBP são 25% superiores às de um recém-nascido normal em função do trabalho respiratório aumentado que eles apresentam e o mesmo desenvolve um quadro de edema pulmonar que requer um controle hídrico muito restrito, sendo um desafio nutricional para hidratação, com isso, é comum a suplementação da fórmula utilizada com triglicerídeos de cadeia média ou com polímeros de glicose.  Freqüentemente, o seu ganho de peso é insuficiente, mesmo recebendo a quantidade de calorias suficientes para um recém-nascido a termo.

  1. Análise Fisiopatológica

A patogênese da DBP é multifatorial, podendo ser citada a imaturidade pulmonar, a ventilação mecânica, infecção pré-natal e inflamação pulmonar estão presentes para acontecer esta patologia.

Esse processo inflamatório ocorre pela agressão ao epitélio respiratório e ao endotélio capilar pulmonar, provocando liberação de mediadores pró-inflamatórios e citocinas quimiotáticas. Ocorre afluxo de células inflamatórias, principalmente de granulócitos, que potencializam a reação inflamatória com a produção de mais citocinas (interleucina-8, proteína inflamatória macrofágica-1, TGF-ß e outras) e liberação de enzimas (por exemplo, a elastase). Essas substâncias produzem aumento da permeabilidade vascular, que contribui para o edema intersticial, alveolar e da via aérea. É importante lembrar o fato de que a circulação pulmonar não só recebe todo o débito cardíaco, como também abriga um reservatório de neutrófilos. O pulmão, portanto, contribui para a circulação de células e mediadores inflamatórios para todo o organismo.

 A hipóxia crônica causa uma vasoconstrição da circulação pulmonar, acarretando o aparecimento de hipertrofia de ventrículo direito e, muitas vezes, um quadro de cor pulmonale. O exame eletrocardiográfico mostrará uma hipertrofia do ventrículo direito. (MONTE ET AL, 2005)

A agressão ao tecido pulmonar em desenvolvimento resulta em fibrose e desorganização do processo de amadurecimento normal.

  1. Identificação do Paciente:J.D.D.S.M., prematuro de 26 semanas.
  2. Diagnóstico Clínico:Prematuridade extrema.
  3. História da Doença Atual (HDA):Broncodisplasia e a criança permaneceu dependente de ventilação mecânica (VM) invasiva, tendo feito desmame da VM gradativamente, até que no dia da visita estava respirando completamente em ar ambiente.
  4. História Patológica Pregressa (HPP):Sepse com confirmação microbiológica.
  5. Pré-Natal:Sem informações.
  6. Exames Laboratoriais: Não havia exames bioquímicos no prontuário, entretanto havia diagnóstico de anemia.
  7. Sintomas Gastrointestinais: Sem informações.
  8. Exame Físico*

11/05/2015

Nível de consciência

LOTE

Cabelos

Sem alterações

Face

Hipocorada 1+/4+

Olhos e conjuntivas

Não foi possível avaliar.

Bola gordurosa de Bichat

Sem depleção

Musculatura temporal

Sem depleção

Lábios

Sem alterações

Língua

Sem alterações

Gengiva

Sem alterações

Dentição

Ausente

Região Supra e intraclaviculares

Preservadas

Membros Superiores

Sem alterações

Unhas

Sem alterações

Membros Inferiores

Sem alterações

* Informações retiradas do prontuário do paciente.

...

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