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Trabalho Bariátrica na Adolescência

Por:   •  30/10/2019  •  Pesquisas Acadêmicas  •  2.078 Palavras (9 Páginas)  •  185 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA – UniCEUB

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO E SAÚDE

CURSO DE NUTRIÇÃO

AUTONOMIA E CIRURGIA BARIÁTRICA NA ADOLESCÊNCIA

Brasília, 2019

  1. Introdução

Na última década, a prevalência de obesidade vem aumentando entre crianças e adolescentes. Com isso, aumenta o risco de doenças cardiometabólicas, o que pode ser comprovado por meio de alterações em indicadores como colesterol total, HDL, LDL, triglicerídeos, PA, hemoglobina glicada e glicemia.

SKINNER, A. C. et al. (2015) realizou um estudo transversal com 8579 crianças e adolescentes entre 3 e 19 anos com IMC acima do percentil 85, sendo que 46,9% dos mesmos apresentavam sobrepeso; 36,4%, obesidade I; 11,9%, obesidade II e 4,8%, obesidade III. Foi concluído ao final do estudo que, quanto maior o IMC, piores os marcadores do indivíduo, principalmente entre aqueles do sexo masculino.

Em crianças e adolescentes, esses dados podem ser verificados por meio dos valores de percentil ou escore Z, conforme a tabela a seguir:

Valores críticos

Diagnóstico nutricional

Magreza acentuada

≥Percentil 0,1 e < Percentil 3

≥Escore Z -3 e < Escore Z -2

Magreza

≥Percentil 3 e ≤Percentil 85

≥Escore Z -2 e ≤Escore Z + 1

Eutrofia

>Percentil 85 e ≤Percentil 97

> Escore Z + 1 e ≤ Escore Z + 2

Sobrepeso

>Percentil 97 e ≤ percentil 99,9

> Escore Z + 2 e ≤ Escore Z + 3

Obesidade

>Percentil 99.9

> Escore Z + 3

Obesidade grave

Fonte: WORLD HEALTH ORGANIZATION - WHO. 

  1. Contextualização
  1. Cirurgia Bariátrica em Adolescentes Obesos Mórbidos

O risco de vir a óbito por alguma causa relacionada à obesidade aumenta de 6 a 7% a cada 2 anos vividos com obesidade. A realização da cirurgia bariátrica precocemente previne que as comorbidades se tornem irreversíveis e reduz o risco de complicações cirúrgicas. (PAULUS, G. F. et al, 2015)

A obesidade está associada com problemas neurológicos, endócrinos, cardiovasculares, pulmonares, gastrointestinais e musculoesqueléticos, além de exacerbar dificuldades psicossociais, como baixa autoestima, ansiedade, depressão e marginalização social. (GEELEN, S. M.; BOLT, L. L. E.; SUMMEREN, M. J. H., 2010)

Em caso de pacientes com obesidade grave e com problemas metabólicos, o tratamento clínico tradicional pode falhar, de modo que, nesses casos, a cirurgia Bariátrica pode ser vista como uma opção. (GODOY, C. M. A. et al., 2015)

Em 2013 foi publicada a portaria nº 424 pelo Ministério da Saúde do Brasil liberando a cirurgia Bariátrica a partir dos 16 anos, seguindo os mesmos critérios de adultos. Ou seja, IMC acima de 35 kg/m² com comorbidades ou acima de 40 kg/m² sem necessidade de apresentar comorbidades. Esses critérios foram definidos pelo IPEG (International Pediatric Endosurgery Group), e são os mesmos definidos para adultos pelo Ministério da Saúde do Brasil. Porém, no caso dos adolescentes, as epífises de crescimento devem estar consolidadas. (MASSABKI, L. H. P. et al., 2016)

Por maiores que sejam as indicações, MASSABKI, L. H. P. et al (2016) afirmam que: “A cirurgia bariátrica é um tratamento agressivo e controverso nessa faixa etária, principalmente devido às alterações de desenvolvimento físico, psicológico e metabólico.”

  1. Saúde mental de adolescentes antes e depois da Bariátrica

Estudo de revisão de HERGET et al. (2014) concluiu que, antes da cirurgia, um terço dos adolescentes sofriam de depressão moderada a severa, um quarto de sintomas de transtorno de ansiedade e um número substancial de sintomas de transtornos alimentares. Os níveis de depressão melhoram significativamente após a cirurgia, enquanto os dados relativos à melhora na ansiedade e nos distúrbios alimentares não foram encontrados.

  1. Segurança e efetividade da cirurgia Bariátrica em adolescentes

Adolescentes com obesidade grave compõem um grupo de alto risco. Os mesmos podem sofrer prejuízos globais na qualidade de vida; no funcionamento emocional, social e físico; altos níveis de comorbidades somáticas e psiquiátricas e mortalidade. (LENNERZ, B. S., 2014)

Assim como em adultos, a cirurgia apresenta baixas complicações de curto prazo. Entretanto, a falta de estudos a longo prazo não permite estabelecer uma conclusão final sobre efetividade e segurança duradouras. São necessários ensaios clínicos com programas de acompanhamento estruturado para verificar a segurança e a efetividade da cirurgia em adolescentes. (LENNERZ, B. S., 2014)

  1. Manutenção do peso a longo prazo

É fato que a cirurgia bariátrica provoca uma perda de peso acentuada. Porém, os resultados de manutenção do peso a longo prazo em adolescentes ainda são desconhecidos. (Ryder J. R et al., 2018)

Em pesquisa realizada por Ryder J. R et al. (2018) com 50 adolescentes, foram comparados um grupo de adolescentes que realizou a bariátrica e outro que não realizou a cirurgia. A seguir foram separados em mais dois grupos: um daqueles que conseguiram manter o peso por longo prazo e outros dos que reganharam o peso, a fim de comparar os fatores que poderiam contribuir para esse cenário.

Houve uma redução de 38,5% do IMC após 1 ano, com manutenção da redução de 29,6% após 5 anos entre os adolescentes que realizaram a bariátrica. Enquanto entre aqueles que não realizaram a cirurgia, houve um aumento aproximado de 10,3% no IMC.

  1. Fatores de reganho de peso pós Bariátrica

É comum a ocorrência de um reganho ponderal após 2 anos da cirurgia, devido a diversos fatores, tais como: hábitos alimentares inadequados, dilatação da bolsa gástrica, redução da atividade física, adaptações hormonais e atividade laboral relacionada à alimentação. (BASTOS, E. C. L. et al., 2013)

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