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Mycoplasma Haemofelis

Por:   •  7/5/2018  •  Relatório de pesquisa  •  721 Palavras (3 Páginas)  •  332 Visualizações

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MICOPLASMOSE

  1. Agente

Mycoplasma haemofelis.

  1. Etiologia:

Mycoplasma sp era antigamente chamado de Haemobartonella sp. Porém estudos realizados através da análise de seqüenciamento genético, baseados na subunidade 16S do rRNA, demonstraram que os microrganismos classificados até então como Haemobartonella sp., deveriam ser realocados e renomeados, visto que são mais semelhantes às formas do gênero Mycoplasma (RIKIHISA et al.,1997).

  1. Epidemiologia

Sua epidemiologia é pouco compreendida; a doença pode ocorrer em gatos de qualquer idade, porém é mais prevalente em animais mais jovens, sendo que em 50 % dos casos estão presentes na faixa etária compreendida entre um a três anos. Aparentemente os machos estão sob maior risco que as fêmeas.

A transmissão pode ocorrer através de carrapato ou pulga infectada que, através de picadas, inoculará o microorganismo no animal, infectando as hemácias e causando uma anemia bastante séria. A transmissão pode ocorrer também por via placentária, da mãe para o feto, por mordidas ou transfusão de sangue.  A infeção iatrogénica pode ocorrer, tanto através de transfusões sanguíneas, a partir de sangue infetado, como através do uso de inapropriado de material hospitalar (ex: instrumentos cirúrgicos) sem limpeza e desinfeção adequadas, principalmente se está presente grande contaminação de sangue e os procedimentos não forem espaçados no tempo. Em caso de comprometimento de seu sistema imunológico, seja por vírus ou estresse, a bactéria voltará a se manifestar. Caso isso ocorra, a doença não atingirá os mesmos índices, pois seu organismo já terá criado certa imunidade contra a bactéria (PINTO et al., 2005 ). Estes organismos são considerados oportunistas, apenas desencadeando doença clínica quando estão presentes fatores predisponentes. Assim, os gatos positivos à infeção pelo FIV e vírus da leucemia felina (FeLV – feline leukemia vírus) apresentam maior predisposição à infeção. Alguns estudos referem uma associação entre a infeção por retrovírus e a hemoplasmose. Recentemente foi descrito que gatos infetados com M. Haemofelis apresentam uma predisposição seis vezes superior à infeção pelo vírus da imunodeficiência felina (FIV – feline immunodeficiency vírus), relativamente a gatos não infetados (Sykes et al., 2008; LOPES, 2013). A infeção por FIV está frequentemente associada a micoplasmose, uma vez que estes dois agentes podem ser transmitidos através das lutas entre gatos (dentadas e feridas) ou ainda devido ao efeito imunossupressor do FIV, que aumenta o risco de infeção secundária por Mycoplasma. O Mycoplasma spp. é susceptível aos desinfetantes de rotina e morrem rapidamente fora do hospedeiro.

  1. Fisiopatogenia

A patogenia da micoplasmose pode ser dividida em diferentes etapas, que incluem a incubação do parasita, parasitemia aguda e recuperação clínica ou estado de portador (Harvey e Gaskin, 1977; LOPES, 2013). No organismo, o parasita se adere, porém não penetra na superfície da hemácia. A fixação do Mycoplasma nos eritrócitos resulta em danos na membrana eritrocitária, diminuindo sua meia vida e causando hemólise. A hemólise eritrocitária pode ser intravascular, demonstrando uma resposta auto-imune do organismo e pelo aumento da fragilidade osmótica na célula. A hemólise extravascular ocorre em baço, fígado, pulmões e medula óssea. Macrófagos esplênicos podem realizar um processo denominado “esburacamento”, onde ocorre a retirada dos microrganismos dos eritrócitos, retornando eritrócitos não parasitados à circulação. Cerca de 50% dos gatos diagnosticados estão clinicamente doentes, enquanto os outros casos são detectados em gatos clinicamente normais durante exames de rotina. A variabilidade clínica depende da patogenicidade do agente, a variação na susceptibilidade do hospedeiro e quantidade inoculada (FOLEY, 2001). A infecção pode ser assintomática, com uma discreta anemia, ou ter os seguintes sinais clínicos observados: depressão, fraqueza, anorexia, perda de peso, palidez de mucosas, esplenomegalia e, em alguns casos icterícia. A febre também pode estar presente. A esplenomegalia e linfadenopatia presentes representam uma Hematopoiese extramedular. A icterícia ocorre devido à hemólise. Gatos portadores (FIV/FELV) são mais predispostos a desenvolver e demonstrar os sinais clínicos. A perda de peso é comum em animais cronicamente infectados, estes animais normalmente apresentam infecção subclínica e podem ter a manifestação dos sinais clínicos após situações de estresse.

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