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Características Físicas do Solo

Por:   •  16/8/2021  •  Resenha  •  2.708 Palavras (11 Páginas)  •  198 Visualizações

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Características físicas, químicas e biológicas em solos altamente intemperizados

 Características físicas:

O solo é o principal substrato no qual as plantas se desenvolvem e de onde dependem todos os organismos vivos. É um dos principais receptores de uma grande quantidade de elementos, o solo é definido como uma mistura de materiais inorgânicos e orgânicos, formados a partir de uma série de processos intempéricos operantes na superfície terrestre que provocam a decomposição de rochas e minerais primários, graças à ação de agentes físicos, químicos e biológicos. Desta forma, sua produtividade é diretamente afetada tanto por condições ambientais quanto pelas atividades que nele se desenvolvem. Muitos solos exibem capacidade de assimilar, neutralizar ou reduzir por meio de inúmeros fenômenos físicos, químicos e bioquímicos que ocorrem naturalmente nos solos. Tais fenômenos incluem reações de oxidação e redução, hidrólise, reações ácido-base, precipitação, coprecipitação, degradação química e bioquímica, entre outros.

O intemperismo físico caracteriza-se pela atuação de fenômenos físicos sobre o material de origem, promovendo a pulverização da rocha, sem que haja alterações químicas na mesma. Para isso atuam a temperatura, a variação do volume de cristalização de alguns sais, a pressão exercida pelos sistemas radiculares dos vegetais superiores, a ação antrópica, entre outros. Estes fatores provocam, inicialmente, rachaduras na rocha de origem que, com a ação do tempo, favorecem a formação de partículas cada vez menores e, em função do aumento da área superficial, agilizam a atuação dos intemperismos químico e biológico. Os solos durante sua formação são influenciados por diversos fatores, tanto naturais como antrópicos. Sendo considerados os principais fatores de formação do solo, na sequencia material de origem (MO), clima (CL), organismos (O), relevo (R) e tempo (T).

  1. Clima

O clima assume uma importância bastante grande, uma vez que o solo, sendo produto do intemperismo do material de origem, apresentando propriedades e características diferenciadas em função do clima. Assim é que solos formados sob clima tropical são solos bastante intemperizados, enquanto aqueles formados sob clima temperado são bem menos intemperizados. Quanto mais quente e úmido o clima, maior a lixiviação de minerais, inclusive de bases, tornando o solo mais pobre e mais ácido. Os principais elementos ativos climáticos que influenciam são: a precipitação pluviométrica, a evapotranspiração, a temperatura, os ventos, a insolação e a orientação de encostas e a umidade do ar.
A precipitação pluviométrica, atua diretamente no intemperismo, além de processos de erosão, lixiviação , transporte de nutrientes e também entrando como constituinte de minerais e matéria orgânica, sua atuação está condicionada ao balanço hídrico, ou seja, à diferença entre precipitação e evapotranspiração. Quanto maior a precipitação e menor a evapotranspiração, isto é, havendo excedente hídrico, maior a atuação da água nos processos, e desta maneira tendem a formar solos mais profundos e menos férteis quimicamente, em regiões de baixa declividade.
 As taxas de intemperismo são aceleradas em áreas de alta temperatura e umidade. A temperatura influencia em propriedades como:

  • Cor - quanto maior a temperatura, maior a tendência de formação de solos de coloração vermelha, devido à desidratação de óxidos de ferro, produzindo hematita;
  • Textura - solos das áreas mais frias, onde o intemperismo é menos intenso, normalmente apresentam teores mais baixos de argila quando comparados aos das áreas mais quentes;
  • Profundidade - um mesmo material de origem, quanto maior a temperatura mais intenso o intemperismo e, portanto, maior a profundidade dos solos, comparando-se áreas de características topográficas semelhantes;
  1. Material de origem

A rocha intemperizada previamente (saprolito) é a principal fornecedora de elementos para o solo, caso não seja uma área onde prevaleça acúmulo de material transportado. Um solo jovem tende a apresentar, de forma mais evidente, a presença de elementos vindos da rocha matriz. O intemperismo muito acelerado tende a alterar as propriedades do material inicial.

  1. Relevo

O relevo influencia o solo resultante condicionando a penetração de água no solo, e com isso interferindo na intensidade de intemperismo. Em áreas planas, na parte alta do relevo ocorre penetração de grande quantidade de água, com pequena formação de enxurrada, ocasionado uma lixiviação interna bastante grande, com a formação de solos profundos, altamente intemperizados, bastante ácidos e pobres em nutrientes. Já em áreas declivosas, a penetração de água é menor, com formação de mais enxurrada, ocasionando uma lixiviação menos intensa, e formando solos mais rasos, menos intemperizados, menos ácidos e com mais nutrientes. Em áreas de baixada, ocorre ganha de material, seja por meio da enxurrada, seja através do lençol freático, sem ocorrência de lixiviação, formando solos rasos, não muito intemperizados, porém não muito ácidos e normalmente ricos em nutrientes. Rhue e Walker (1968) propõem um modelo de segmentação da paisagem:

[pic 1]

Fonte: Adaptado de Rhue e Walker (1968)

  • Topo - refere-se à parte mais elevada da paisagem, constituindo também num divisor de águas, podendo formar solos mais profundos, isto é quando o topo é suavemente ondulado ou plano forma solos mais rasos, quando se constitui numa crista;
  • Ombro - refere-se à parte onde o declive é maior, de característica convexa, ocorrendo muito escoamento superficial, e normalmente formam-se solos rasos do tipo litólicos;
  • Encosta - é uma área declivosa e onde há muito escoamento superficial, tendendo à formação de solos rasos. Mas quanto maior a cobertura vegetal, menor o escoamento e maior a infiltração, favorecendo a formação de solos mais profundos;
  • Pedimento - assumi formato côncavo, o que contribui para a acumulação de material erodido do ombro e da encosta, com tendência a formação de solos mais profundos;
  • Planície aluvial - formada por material transportado pelos rios (planície aluvial) ou de material retirado do ombro e encostas e depositado (planície coluvial).
  1. Organismos

Os organismos influem na formação do solo, considerando-se que são fornecedores de matéria orgânica, contribuem com determinados compostos orgânicos que podem promover diferenciação entre alguns solos.  Apresenta também destacada participação no intemperismo de materiais, influenciando na formação dos solos.

  1. Tempo

O tempo é um fator formador de solo, uma vez que essa formação é resultado de reações químicas , bem como da ação das forças físicas de atração de partículas, que demandam tempo para se manifestarem. Em geral, solos muito profundos indicam um longo tempo de atuação de fatores intempéricos. Wysocki, Schoeneberger e LaGarry (2000) afirmam que solos bem intemperizado, bem desenvolvidos e maduros são termos empregados ao solo relacionados ao tempo de sua formação, mas atentam para o fato de que o estágio de desenvolvimento depende também da intensidade do intemperismo e do estado dos minerais nas rochas de origem.

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