Engenharia Ambiental

Os grandes acidentes de origem tecnológica envolvendo substâncias químicas, ocorridos nas décadas de 70 e 80, motivaram os órgãos governamentais a promover diversos programas para o gerenciamento de riscos impostos por atividades industriais.

Assim, as técnicas para a identificação de perigos e estimativa dos efeitos no homem e no meio ambiente decorrentes de incêndios, explosões e liberações de substâncias tóxicas, já amplamente utilizadas nas áreas aeronáutica, militar e espacial, foram gradativamente adaptadas e aperfeiçoadas e passaram a ser incorporadas como “ ferramentas” para o gerenciamento de riscos em atividades industriais, em particular nas indústrias química e petroquímica.

Um dos acidentes de maior relevância já registrados ocorreu em fevereiro de 1984, em Cubatão, na favela Vila Socó, no Estado de São Paulo, um duto da PETROBRAS destinado ao transporte de gasolina causou o vazamento do produto, quando 700 mil litros de gasolina encontraram uma válvula fechada, em um dos cinco dutos da Petrobras que passavam sob as palafitas da favela.

A pressão excessiva forçou os canos corroídos pelo combustível, causando uma explosão seguida de um incêndio de grandes proporções. Uma área de mais de 2 quilômetros foi incendiada.

O número oficial de mortos é de apenas 93, enquanto o extra- oficial chega a 508 mortos (baseado no número de alunos que deixou de comparecer às escolas depois do acidente) com 1.200 barracos queimados e desabrigando 2.500 pessoas.

Esta foi uma das maiores tragédias do país, também é o acidente com maior número de mortos causado pela Petrobrás e o mais grave acidente químico do Brasil, segundo a Fundação Oswaldo Cruz.

Em decorrência desse e de outros constantes acidentes, e com a publicação da Resolução nº 1, de 23/01/1986, do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), a CETESB, que já atuava de forma corretiva, passou a incorporar os estudos de análise de riscos no processo de licenciamento ambiental, visando a prevenção de grandes acidentes.

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