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Gestão E Eficiência Energética Na Indústria Brasileira: Desafios E Possibilidades

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Por:   •  26/3/2015  •  3.643 Palavras (15 Páginas)  •  456 Visualizações

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GESTÃO E EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA INDÚSTRIA BRASILEIRA: DESAFIOS E

POSSIBILIDADES

Ericka Willeman Orben¹, Kátia Madruga²

Resumo: A proposta deste artigo de discussão é apresentar o panorama da gestão de energia e eficiência energética na indústria brasileira. Além disso, propõe-se apontar os desafios e as possibilidades existentes na referida área. O trabalho foi desenvolvido dentro da estrutura do projeto ‘Gestão e eficiência energética: uma amostra de empresas alemãs” (MADRUGA, ORBEN 2014). O estudo foi feito por meio de uma revisão bibliográfica e documental sobre o tema bem como uma análise prospectiva da realidade da indústria nacional. A principal conclusão é de que o país possui grande potencial de melhoria tanto na área de gestão da energia quanto da eficiência energética no setor industrial. Para isto será importante uma ampliação e interação de programas, além da implementação de ações de caráter informativo sobre as possibilidades e apoios a projetos da área. Tratam-se de ações importantes, considerando que os custos de energia se incluem nos de produção e, consequentemente, a melhoria na gestão energética implica em maior competitividade da indústria nacional. O tema de estudo é relevante no cenário atual em que tanto se discute sobre novas fontes de energia e eficiência energética.

Palavras-Chave: Eficiência energética, gestão de energia, indústria.

1 INTRODUÇÃO

Este artigo foi desenvolvido dentro do âmbito do projeto “Gestão e eficiência energética: uma amostra de empresas alemãs” (MADRUGA, ORBEN 2014). A metodologia empregada no projeto baseou-se no levantamento bibliográfico dos assuntos relacionados ao tema abordado e o método utilizado foi o de estudo de casos múltiplos. No estudo partiu-se da premissa que a Alemanha por ser um país que se destaca na área de eficiência energética e energias renováveis poderia oferecer alguns elementos que possam servir de referência para discutir a questão no Brasil. Em outras palavras, o estudo foi motivado pela perspectiva de buscar algumas possibilidades de ações e estratégias que possam ser aplicadas no cenário nacional.

Na primeira fase do projeto foi traçado o panorama do setor industrial na Alemanha. Nesta etapa, verificou-se que nesse país a preocupação com a gestão e a eficiência energética na indústria está diretamente relacionada a questões como custos da energia, em especial elétrica e térmica, e à proteção climática. Também se percebeu que há um alinhamento entre temas como programas políticos, legislação, programas para incentivos financeiros e sistemas de gestão da qualidade.

¹ Ericka Willeman Orben, graduanda do curso de Engenharia de Energia da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC . ericka.orben@hotmail.com

² Kátia Cilene Madruga , professora do curso de Engenharia de Energia da Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC . katia.madruga@ufsc.br

No presente artigo, considerando os temas mencionados, é apresentado o panorama de gestão de energia no setor industrial brasileiro. Além disso, discutem-se algumas possibilidades e desafios para a gestão de energética na indústria brasileira. O trabalho está dividido em quatro partes, incluindo esta introdução (1). A seguir, serão apresentados os seguintes temas: panorama da gestão de energia no Brasil (2), desafios e possibilidades (3) e comentários finais (4).

2 PANORAMA DA GESTÃO DE ENERGIA NO BRASIL

Nesta segunda parte será apresentada a matriz elétrica e energética brasileira e seus usos na indústria. Também serão apresentados os programas, as leis, os incentivos financeiros e sistemas de gestão da qualidade relacionados à eficiência.

2.1 Matrizes energética e elétrica

De acordo com o Balanço Energético Nacional – BEN, a matriz energética brasileira apresenta 42,4% da Oferta Interna de Energia - OIE proveniente de fontes renováveis. Os outros 57,6% são gerados a partir de combustíveis fósseis como petróleo (39,2%), gás natural (11,5%) carvão mineral e coque (5,4%) e urânio(5%). (BRASIL, 2013). Assim como a matriz energética, a matriz elétrica brasileira é também predominantemente de origem renovável. Conforme apresentado no BEN de 2013, 84,6% de toda a energia elétrica produzida no país no ano-base de 2012 foram provenientes de fontes renováveis. Dentre elas, destacam-se os 76,9% correspondentes à energia hidráulica, principal fonte de energia do país, como pode ser observado no Gráfico 1. (BRASIL, 2013). Contudo, embora hidroeletricidade seja renovável, a construção de barragens gera impactos negativos de grande importância, tanto ambientais, quanto sociais.

Gás

Petróleo Nuclear Carvão e

Natural 3,3% 2,7% derivados

Eólica 7,9% 1,6%

0,9%

Biomasa

6,8% Hidráulica

76,9%

Gráfico 1 - Oferta Interna de Energia Elétrica Fonte: BEN 2013 (BRASIL, 2013, p 16).

2.2 Usos de energia na indústria

O consumo de energia é o principal indicador de desenvolvimento econômico e de qualidade de vida da sociedade e está intimamente ligado à forma como se comporta o Produto Interno Bruto - PIB do país (BRASIL, 2008). O maior consumidor de energia no país é o setor industrial. A Tabela 1 apresenta a energia consumida por cada setor no período de 2008 a 2012. Nesse período percebe-se que a indústria continuou se apresentando como principal consumidor, ainda que em 2012 o consumo tenha caído de 43,5 para 42,1%. Essa diminuição culminou com a desaceleração da economia nacional, que como mencionado anteriormente, está intimamente ligada ao consumo de energia (BRASIL, 2013).

Tabela

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