TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

HISTÓRIA DA ENGENHARIA

Monografias: HISTÓRIA DA ENGENHARIA. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  8/11/2014  •  3.960 Palavras (16 Páginas)  •  251 Visualizações

Página 1 de 16

A HISTÓRIA DA ENGENHARIA

SEUS PRINCIPAIS MARCOS NO MUNDO E NO BRASIL

Desde suas mais incipientes manifestações, a engenharia exerceu uma mediação entre o homem e a natureza. Da energia do fogo à energia do átomo, em seu constante relacionamento com a natureza o homem foi aprendendo a desfrutá-la e a modificá-la segundo suas necessidades e conveniências. O aspecto mecânico e direto desse relacionamento levou à tecnologia; os conhecimentos acumulados ao longo desse relacionamento originaram a ciência; e a aplicação da ciência à natureza, seus materiais e fontes energéticas sistematizou-se na engenharia.

Conceituação

Contemporaneamente, denomina-se engenharia o conjunto sistemático de conhecimentos e técnicas aplicadas ao projeto, construção e manutenção de estruturas materiais, que podem ser edificações de natureza habitacional ou viária, funcional ou produtiva, máquinas (individualmente ou reunidas em séries e sistemas), instrumentos, veículos ou aparelhos. Dos primórdios da tecnologia até a constituição dos complexos urbanos e industriais modernos, o desenvolvimento da engenharia caminhou paralelamente ao dos meios de produção.

Fundada, assim, no dinamismo da infra-estrutura das sociedades, a engenharia evoluiu em estreita correlação com seus recursos de superestrutura, ao nível estético e artístico - aos quais se vincula por meio da arquitetura - e especialmente ao nível da ciência, de cujas contribuições se tornou a depositária e executora mais prática e imediata. Articulou-se, além disso, com todas as outras componentes superestruturais, servindo à política tanto na paz quanto na guerra, assim como aos mitos e religiões de cada povo e civilização, no traçado e no cálculo dos templos, na matemática dos espaços e meios materiais da transcendência.

Pode-se afirmar, pois, que a função da engenharia é atuar como principal mediadora entre a infra e a superestrutura da organização econômica e social. A partir de um estudo da maneira pela qual a engenharia - ou as atividades e técnicas que a precederam - foi progressivamente recebendo o influxo dos fatores econômicos (recursos naturais, trabalho, capital), estabelecendo-se a partir de condições concretas e especializando-se em ramos conectados com os setores da economia (agricultura, indústria, serviços), é possível fazer um levantamento histórico das tendências e transformações que definiram, em diferentes épocas, a estrutura organizacional das sociedades humanas.

Ramos da Engenharia

Todas as modalidades têm em comum a aplicação dos conhecimentos científicos quantificáveis a respeito de fenômenos naturais, sobre os quais se podem aplicar, com maior ou menor complexidade, os recursos das técnicas matemáticas.

Em função dos processos históricos em que se foi concebendo e praticando, a engenharia distinguiu-se, quanto ao uso, entre civil e militar. A engenharia militar foi a primeira a sistematizar a atividade e a adotar o nome - ligado a engenho, na acepção de máquina de guerra. A engenharia civil pode ser definida como a que projeta e realiza estruturas estáticas permanentes, o que a diferencia de outros ramos afins, como a engenharia mecânica, que trata de máquinas móveis, ou a elétrica, que utiliza as propriedades geradas pelo deslocamento de elétrons nos materiais.

As áreas do conhecimento pertinentes a ambos os ramos da engenharia - militar e civil - são geralmente muito semelhantes. Por exemplo, o desenvolvimento dos explosivos, vinculado inicialmente ao campo militar, revolucionou a engenharia civil e abriu um vasto leque de possibilidades na área das obras de grande porte, facilitando a desagregação e remoção de rochas, por meio de explosões controladas. Da mesma forma a tecnologia nuclear pode ter um duplo propósito, pois o reator onde são fabricadas armas nucleares também serve para a produção pacífica de energia elétrica.

Atividades precursoras

As atividades em que se esboça um conteúdo entre intuitivo e empírico do que mais tarde se chamará engenharia aparecem no final do período neolítico, levadas a efeito por sociedades que se foram tornando estáveis na razão direta de sua fixação à terra, por meio de uma economia crescentemente voltada para a agricultura e o comércio com outros povos. Esse comportamento deu origem a aglomerações humanas politicamente formalizadas, as cidades e impérios da antiguidade. Também marcou a transição entre a pré-história e a história da Europa, assim como em outras épocas e regiões em que o homem parou, se organizou, cravou alicerces, traçou suas ruas e caminhos regulares entre dois ou mais aglomerados. Nesse panorama sociocultural ganharam forma as atividades precursoras da engenharia, coincidindo com as primeiras modalidades da existência urbana e atendendo a necessidades objetivas de caráter econômico, social, político e geográfico.

Na antiguidade

Desde cerca de 4000 a.C., se delineiam, tanto no Egito como na Mesopotâmia, condições material e intelectualmente propícias ao exercício de atividades de engenharia agrícola e arquitetônica. Tais requisitos se consolidam entre 3500 e 2500 a.C., quando nas duas regiões se observa um apreciável progresso das matemáticas. Os egípcios do período anterior à IV dinastia estabeleceram os fundamentos da aritmética e da geometria: criaram o sistema decimal, calcularam a área do círculo (como a dos retângulos, triângulos e hexágonos), o volume da pirâmide, do cilindro e do hemisfério. Os sumérios, por sua vez, multiplicavam, dividiam, extraíam as raízes quadrada e cúbica, além de terem padronizado um sistema de pesos e medidas.

Seria, pois, descabido subestimar, na arquitetura descomunal das pirâmides, a prática de cálculos e projetos rigorosos, sem a qual pouca valia teriam a farta mão-de-obra (no caso da obra de Quéops, segundo Heródoto, cerca de cem mil homens em vinte anos) e os recursos tecnológicos existentes, que compreendiam a adoção de imensos planos inclinados e indiscutível perícia no uso de cunhas, brocas e alavancas. Consideração análoga deve ser feita a propósito dos templos sumérios com suas torres de diversos andares, erigidos quase sempre com tijolos secos ao sol, ou das tumbas reais e residências de Ur, onde se revelaram as invenções mais importantes da arquitetura suméria, sinal de seu adiantamento técnico: o arco, a abóbada, a cúpula e a coluna.

Os egípcios são responsáveis pelos primeiros empreendimentos no campo da engenharia agrícola. Com base no perfeito calendário solar

...

Baixar como (para membros premium)  txt (26.6 Kb)  
Continuar por mais 15 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com