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A Eletricidade

Por:   •  21/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.377 Palavras (10 Páginas)  •  387 Visualizações

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Episódio 1- Faísca

No início do século XVIII, na Sociedade Real de Londres, depois de anos ignorado, Isaac Newton assumiu sua liderança, após a morte do arquiinimigo, Robert Hooke. Ele trouxe seus apadrinhados para ajudar na sua nova função. O novo chefe do setor que demonstrações era

Francis Hauksbee. Registros de 1705 mostraram que ele criou experiências espetaculares para impressionar seus mestres. Em novembro, ele criou uma esfera giratória de vidro, sendo capaz de retirar o ar de dentro dela com uma nova máquina chamada bomba de ar. Na sua maquina ele girava a esfera através de uma manivela. Ele apagou as velas da sala, colocou sua mão sobre a esfera e dentro dela começou a surgir uma estranha luz etérea, em torno de sua mão. Na época, fenômenos como estes eram vistos como obra de Deus.

A doutora Patrícia Fara conta que, nesse período, mesmo na teoria de Newton, Deus intervinha na condução do mundo. Para muitos era mais fácil pensar nos fenômenos da natureza como atos de Deus. Por isso quando alguma pessoa normal interferia na obra de Deus ele não era compreendido. Hauksbee nunca entendeu a importância da sua experiência. Assim acabou perdendo o interesse por ela e passou o resto de sua vida criando experiências novas para Newton. Ele não percebeu que, mesmo involuntariamente acabou iniciando uma revolução elétrica.

Antes de Hauksbee, a eletricidade era só uma curiosidade. Os gregos antigos friccionavam o âmbar, que eles chamavam de elétron, para produzir pequenos choques. Até a rainha Elizabeth ficou maravilhada com o poder da eletricidade estática em erguer penas. Mas a máquina de Hauksbee passou a produzir eletricidade

pelo girar da manivela e podíamos vê-la. Sua invenção coincidia como surgimento do Iluminismo. Os intelectuais iluministas utilizavam a razão para questionar o mundo e seu maior legado foi a ciência. A máquina não foi logo aceita pelos intelectuais, e sim pelos mágicos de rua. Quem tinha interesse na eletricidade se autodenominava eletricista.

Em um jantar, que tinha como convidado um conde austríaco, um eletricista colocou algumas penas na mesa, depois eletrificou um bastão de vidro com um lenço de seda e espantou os convidados levantando as penas com o bastão. Depois ele se eletrificou com uma máquina de Hauksbee e aplicou choque nos convidados. A seguir, ele colocou um copo de conhaque na mesa, se eletrificou de novo e o inflamou com uma faísca na ponta do dedo.

O professor Simon Schaffer conta sobre um truque chamado beatificação elétrica, em que a pessoa sentava em uma cadeira isolada e uma coroa de metal era colocada em cima de sua cabeça, sem chegar a tocá-la e quando a coroa era eletrificada se obtinha uma descarga elétrica em torno dela que parecia uma auréola.

Os eletricistas passaram a fazer perguntas mais profundas, não apenas para melhorarem seus shows, mas também para saber como controlar o poder da eletricidade.

Na década de 1720, Stephen Gray, um tintureiro de seda da Cantuária, via faíscas elétricas saltarem da seda e isso

o fascinava. Um acidente o deixou incapacitado e encerrou sua carreira. Ele recebeu uma chance de vida nova em Charterhouse e tempo para realizar suas experiências elétricas. Lá ele construiu uma estrutura de madeira e na haste superior ele pendurou dois balanços usando corda de seda. Ele também tinha uma máquina de Hauksbee para produzir energia estática. Ele colocou um dos órfãos que viviam lá para se deitar entre os dois balanços, colocou algumas folhas de ouro na frente do garoto, gerou eletricidade com a máquina e o eletrificou com uma barra de ligação. As folhas de ouro saltavam para a mão do garoto. Para Gray, isso significava que a eletricidade podia se mover, da máquina para o corpo do garoto, através de suas mãos, mas a corda de seda a detinha. Isso o levou a dividir o mundo em dois tipos de substâncias: as condutoras, que permitiam que a eletricidade se propagasse como o garoto e o metal; e substâncias isolantes que detinham a propagação da eletricidade, como seda, vidro, cabelo, resina, etc. É uma distinção aplicada até hoje. Mas a experiência de Gray tinha um inconveniente frustrante. Por mais que ele tentasse não conseguia conter a eletricidade que gerava por muito tempo.

Em Leiden, na Holanda, o professor Pieter van Musschenbroek surgiu com uma invenção tida como a mais importante do século XVIII. Sua invenção surgiu de um

erro. Ele tentava descobrir um jeito de armazenar a eletricidade, conforme suas demonstrações. “Se a eletricidade é um fluido que corre como a água, então talvez pudesse ser armazenada da mesma forma que a água”. Ele foi para seu laboratório, tentando criar um aparelho que pudesse armazenar a eletricidade. Pegou uma jarra e encheu com água, depois inseriu dentro dela um fio condutor, que estava conectado pela parte superior a uma máquina de Hauksbee. Pôs a jarra sobre um isolante para ajudar a manter a corrente dentro dela. Depois, ele tentou inserir eletricidade dentro dela, produzida pela máquina e conduzida pelo fio até dentro da água. Independente do que ele tentava a corrente não ficava dentro da jarra. Então, por um dia por acidente, ele se esqueceu de colocar a jarra sobre o isolante e a eletrificou enquanto ainda estava em sua mão, e pôs o dedo na parte de cima da jarra. E recebeu um choque tão grande, que quase foi jogado no chão. Com um material condutor ele tocou a parte de cima do da jarra e conseguiu extrair um pouco de faísca dela. A força da eletricidade foi maior que tudo já visto anteriormente e a jarra podia conter a eletricidade por horas, até dias. Em homenagem a cidade, a jarra recebeu o nome de “jarra de Leiden” e sua fama se alastrou pelo mundo. Mas ninguém sabia como ela funcionava.

Dentro de 10 anos, em Londres, Benjamin

Franklin resolveu usar a razão para explicar o que muitos achavam mágico: o raio. Ele propôs uma experiência, que era empinar uma pipa em uma tempestade, para provar que o raio é elétrico, mas ele não a realizou. Os franceses adoravam Franklin e fizeram sua experiência do raio, sem ele. Em 1752, George Leclerc, conhecido como conde de Buffon e seu amigo, Thomas Dalibard, ergueram uma haste de 12m de metal, sustentada por três aduelas de madeira, na porta da casa de Dalibard, num vilarejo de Paris. A extremidade inferior da haste estava dentro de uma garrafa de vinho vazia, A grande ideia de Franklin é que a haste atrairia o raio, que desceria por ela e seria armazenado dentro da garrafa. Então, em 23 de maio, houve uma tempestade e um trovão muito alto foi ouvido, enquanto o raio atingia o topo da haste. Um assistente pegou na garrafa e uma faísca saiu entre o metal e seu dedo com um barulho alto e cheiro de

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