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Crise hídrica

Por:   •  1/3/2016  •  Trabalho acadêmico  •  2.040 Palavras (9 Páginas)  •  324 Visualizações

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Amostra Cultural

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Colégio 7 de Setembro – Sede EBS

Alunos: Matheus Candeiro

  Igor Santiago

  Felipe Feijão

  José Neto

Turma: 6º 5ª

Turno: Tarde

  1. INTRODUÇÃO

A expressão crise de água no Brasil vem sendo utilizada pela grande mídia para referir-se ao conjunto de acontecimentos que levou à escassez de água no país — não no território nacional por inteiro, mas sim em algumas localidades, especialmente na região Sudeste — e ao risco de extensão desse problema para outras regiões.

Embora a falta de água no Brasil tenha acontecido em outros períodos recentes e anteriores, com destaque para algumas áreas da região Nordeste, a crise hídrica que se instalou a partir do ano de 2014 é considerada a mais grave de todas em razão do grande número de pessoas atingidas. No caso, a cidade mais habitada e também a região mais populosa do país passaram a conviver com uma delicada situação de escassez nos seus principais reservatórios de abastecimento, levando a um inevitável racionamento de água. Essa ocorrência, de certa forma, representa uma grande contradição, pois o Brasil é considerado a maior potência hídrica do planeta.

  1. DESENVOLVIMENTO

As causas são inúmeras e variadas para a escassez da água. Todavia, vale destacar três fatores que levaram a está crise: Fatores naturais e Gestão dos Recursos Hídricos, Fatores econômicos e Fatores políticos.

  1. Fatores naturais e Gestão dos Recursos Hídricos
  1. Fatores naturais

O Brasil é considerado uma potência econômica mundial quando o assunto é a disponibilidade hídrica, haja vista que o território brasileiro concentra aproximadamente 12 % de todas as reservas de água existentes no mundo. Mas isso não significa que o país não passe ou nunca tenha passado por crises de falta de água. E a principal razão está relacionada com os fatores naturais, que é a questão da distribuição da água no Brasil e sua utilização.

Observa-se que as reservas de água encontram-se más distribuídas no país. A região Norte é a que apresenta a maior parte da disponibilidade, enquanto as regiões Nordeste e Sudeste apresentam um número menor dessas reservas, seguindo uma ordem inversamente proporcional ao número de habitantes dos respectivos lugares em questão. Observe a tabela 1 a seguir:

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Tabela 1. Quantidade de recursos hídricos disponíveis em relação ao número de habitantes.

Percebe-se que o índice per capta da disponibilidade hídrica, isto é, a quantidade de recursos hídricos disponíveis em relação ao número de habitantes, é maior em estados pertencentes à região Norte e Centro-Oeste do país (exceto o Rio Grande do Sul), pois essas áreas apresentam uma menor densidade populacional e bacias hidrográficas com maiores vazões.

Por outro lado, o consumo frente à disponibilidade conforme as regiões, mostrado no gráfico 1, chega-se a novas conclusões a respeito desse cenário:

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Gráfico 1. Distribuição de Água no Brasil.

Portanto, a região Norte, que concentra menos de 7% da população, possui aproximadamente 68% das reservas hídricas do país, enquanto o Sudeste e o Nordeste, regiões mais populosas, apresentam apenas 6% e 3% das reservas, respectivamente. Mas isso não significa, é claro, que as regiões mais abastadas de água estejam livres de uma crise de água, haja vista que, além da disponibilidade, são necessários planejamento, gestão e infraestrutura para garantir a distribuição desse recurso para todos os habitantes, o que nem sempre acontece.

Um exemplo disso é a própria região Nordeste, pois os problemas históricos relacionados com a seca não ocorreram nas áreas mais populosas, que se situam perto do litoral, mas sim na área do chamado polígono das secas, onde as densidades demográficas são menores. Isso nos revela que o problema da falta de água não necessariamente está relacionado com a quantidade de habitantes, e sim com questões políticas e administrativas que permeiam as diferentes esferas governamentais.

  1. Gestão dos Recursos Hídricos

Existem também as questões referentes à utilização e gestão dos recursos hídricos no país.

Pela Constituição Federal de 1988, cabe aos governos estaduais a missão de gerir e administrar a captação e distribuição de água, embora o governo federal também precise atuar por intermédio do fornecimento de verbas públicas e obras interestaduais. Nesse sentido, alguns governos, por questões administrativas ou até políticas, podem apresentar algumas falhas, principalmente no que se refere ao planejamento no manejo dos recursos hídricos.

No Brasil, atualmente, o estado que vem passando por maiores dificuldades é São Paulo, o que vem atraindo uma grande atenção da mídia, pois a capital paulista, que é a área mais povoada do país, é a protagonista desse cenário. Nesse caso, uma seca total pode afetar a vida de dezenas de milhões de pessoas. O reservatório do Sistema Cantareira, o principal da cidade, vem apresentando sucessivos recordes de baixas em seu volume, o que torna o contexto em questão ainda mais desfavorável.

Além da má distribuição dos recursos hídricos e dos problemas de gestão no território nacional, o problema da escassez de água no Brasil também perpassa pelas recentes secas que vêm afetando o país. Nos últimos anos, principalmente em 2014, os níveis de precipitação ficaram muito abaixo do esperado, por isso, os reservatórios em todo país mantiveram baixas históricas, principalmente na região Sudeste.

Vale lembrar, afinal, que a falta de água no Brasil não afeta somente a disponibilidade de água tratada nas residências. As indústrias e a agricultura (os principais consumidores) são os setores que mais poderão sofrer com o problema, o que pode acarretar impactos na economia como um todo – lembrando que a maior parte das indústrias do país está justamente na região Sudeste. Além disso, cabe a ressalva de que o principal modal energético do país é o hidrelétrico, que possui como ponto negativo justamente a dependência em relação à disponibilidade, de modo que uma seca extrema pode levar o país a um novo racionamento de energia, tal qual o ocorrido em 2001.

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