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Por:   •  3/1/2016  •  Artigo  •  1.904 Palavras (8 Páginas)  •  243 Visualizações

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A FORMAÇÃO DO PROFESSOR – PESQUISADOR[1]

MARILDA PASQUAL SCHNEIDER[2]

  “Os homens são sábios, não pelo que lhes  ensinam, mas por sua capacidade de negar o que lhes ensinam”.

(Millôr Fernandes)

INTRODUÇÃO

O processo de formação do professor – pesquisador diz respeito às competências que o professor deve adquirir enquanto profissional que provocará a elaboração/reconstrução do conhecimento em seus alunos.

A concepção de pesquisa enquanto processo educativo, que será abordada neste texto, procura romper com a idéia de que o professor é aquele que “dá aulas”, buscando resgatar sua função de orientador que vê no aluno um parceiro de trabalho, conforme preceitua DEMO(1998).

A pesquisa educativa supõe a busca de estratégias de mudança da realidade, sendo que a atitude diária do professor em sala de aula é que deverá provocar transformações no processo de ensinar e aprender. Neste contexto, não há espaço para a neutralidade e imparcialidade do professor que passa a ser considerado um intelectual transformador.

A pesquisa sempre pressupõe uma indagação, por isso a investigação constante e o questionamento tornam-se ingredientes necessários à formação do professor – pesquisador que deverá adotar a postura reflexiva em relação à sua prática em sala de aula.

Vista sob este aspecto, a pesquisa é, antes de tudo, uma postura a ser adquirida pelo professor em relação ao conhecimento. Postura esta que exigirá dele competência formal e política para levar seu aluno à emancipação.

A ação de pesquisar, no professor, tem a ver com sua prática enquanto docente e objetiva melhorar seu trabalho junto ao educando, permitindo que também o aluno cresça ao transformar a aula em momentos de reflexão e ação sobre os conhecimentos e informações presentes no cotidiano.

 A AÇÃO REFLEXIVA DO PROFESSOR

A formação do professor – pesquisador está diretamente relacionada à sua capacidade de reflexão, uma vez que o modelo de pesquisa que defendemos é aquele que diz respeito ao cotidiano da sala de aula.

A ação reflexiva do professor permite que ele avalie seu próprio trabalho, atuando como agente ativo que participa das discussões e da produção de novos saberes, deixando de lado a condição de técnico que apenas toma conhecimento do que foi produzido por especialistas e o repassa a seu aluno sem questionar sua validade.

É importante, neste contexto, que o professor observe e atue ativamente sobre vários pontos de vista, indagando-se sobre que conteúdos trabalhar, como trabalhá-los, para quem, ou seja, identificando o perfil do seu aluno, e, ainda, questionar-se sobre o porquê trabalhar determinado conteúdo. Estes questionamentos possibilitarão ao educador mudar sua própria prática, trabalhando conteúdos realmente significativos com seu aluno.

Buscando teorizar suas ações e refletindo sobre sua prática, o professor adquire maior competência e torna-se um orientador do processo de reconstrução do conhecimento, deixando de lado o autoritarismo e a imposição naturais de profissionais com parco domínio sobre o conteúdo que se propõem a trabalhar com o aluno.

São características do professor reflexivo:

  1. Indaga-se sobre por que ensina, para que e para quem ensina e como ensina;
  2. Esboça hipóteses;
  3. Envolve-se na mudança do currículo;
  4. Assume a responsabilidade por seu desenvolvimento pessoal;
  5. Trabalha em grupo.

O trabalho em grupo constitui-se num forte recurso para a reflexão no professor, proporcionando sair do individualismo e da luta travada, muitas vezes, solitariamente pelo educador. A interação permite o crescimento do grupo e de cada um de seus membros e proporciona momentos ricos para troca de experiências entre os professores

Assim, consideramos que a ação reflexiva do professor constitui-se em pressuposto fundamental para o desenvolvimento da pesquisa, pois o professor reflexivo examina criteriosamente todas as alternativas que a ele se apresentam como viáveis e aquelas que parecem mais distantes da solução e estabelece novas construções a partir do que já existe.

O professor que não realiza reflexões acerca de seu trabalho, de sua prática ou se nega a fazer este exercício de retorno às suas teorias com o intuito de avaliar e melhorar a qualidade da sua intervenção, será facilmente manipulado e aceitará de forma passiva o que outras pessoas definiram por si.

Ao longo dos tempos, percebeu-se uma maior valorização dos aspectos administrativos em detrimento das questões pedagógicas na escola. Isto proporcionou que o trabalho de pensar, tomar decisões e entender os objetivos da educação fosse relegado a terceiros, muitas vezes alheios ao que acontece na sala de aula. Por isso, a formação do professor - reflexivo e, por conseqüência, do professor - pesquisador, vem propor o resgate da responsabilidade do professor sobre a qualidade do seu ensino e, com isso, conferir-lhe maior autonomia para gerenciar sua aula.

 A PESQUISA ENQUANTO PRÁTICA COTIDIANA

Uma das importantes tarefas do professor consiste em motivar seu aluno para a aprendizagem. A motivação no aluno surge a partir de um desejo que, por conseqüência, gera uma necessidade. Assim, do ponto de vista cognitivo, a necessidade gerada através de um desejo será provocada no aluno por meio de problemas que o toquem, ou seja, problemas que o impulsionem a querer resolvê-los.

Portanto, para que ocorra a aprendizagem efetiva no aluno, o professor deve apresentar-lhe vários problemas e propor-lhe a resolução. Ao desejar resolvê-los, o aluno reorganizará os elementos teóricos que entram em ação nesta tarefa e dar-se-á conta de novas necessidades, lançando-se, então, à pesquisa para tentar resolver os seus problemas.

É importante que o professor possa apresentar diferentes problemas aos alunos, pois o desejo é algo individual e o desafio de um problema apenas não atingirá o universo dos alunos.

Desta forma, o professor irá desencadear o processo de pesquisa no aluno, não pela exposição ou explicação dos conteúdos já estruturados, mas encaminhando o modo de atender às necessidades explicitadas nos problemas apresentados e propiciando que cada aluno construa originalmente suas soluções.

Como a pesquisa pressupõe um questionamento acerca de um assunto, ao tentar resolver o problema o aluno busca alternativas de solução. Estas alternativas possibilitam a construção de novos conceitos os quais geram novos conhecimentos e solidificam aqueles já internalizados.

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