Mecanização assume o Comando.

Mecanização assume o Comando.
MORGAN, Gareth. Imagens da Organização. 2ª Ed. 4a reimpressão - São Paulo: Atlas, 2002.

O capítulo 2 do livro Imagens da Organização aborda o tema: A mecanização assume o comando.  Conforme Morgan a origem da organização mecanicista surge nas primeiras organizações formais, como as que construíram grandes impérios, igrejas e exércitos, contudo com a invenção da máquina, ficou mais enraizado. 
Segundo ele no início da Revolução Industrial, fez se necessário novas técnicas de trabalho, foi preciso transformar artesãos em operários exigindo dividir tarefas e treinamentos para operar as máquinas fazendo com que os operários aceitassem as novas e rigorosas rotinas da produção fabril.

O autor cita ainda: “As organizações são planejadas à imagem das máquinas, sendo esperado que os seus empregados se comportem como se fossem partes delas.”  Uma organização que atende ás exigências das maquinas mais que as do homem, onde coloca a sua ênfase na produção e o homem apenas como  parte do processo, acabam tornando-se mais parecidos com as maquinas.

O filme de Charles Chaplin, Tempos Modernos, aborda este contexto de Gareth Morgan onde mostra que com a evolução das máquinas, o meio organizacional teve adaptação á mecanização, operando em uma maquina uma única atividade em uma serie de movimentos repetitivos. A mecanização trouxe desenvolvimento industrial, mas também trouxe sérios problemas à saúde física e psicológica, devido ao esforço do operário para conseguir dar conta da produção.

Max Webber concluiu que, as formas burocráticas rotinizam os processos de administração exatamente como as máquinas rotinizam a produção. Sua preocupação era com as conseqüências sociais que o excesso das atividades poderiam ocasionar sobre o homem, “corroendo seu espírito e a capacidade de ação espontânea.”

Os teóricos clássicos, o francês Henry Fayol, o americano F. W. Mooney e o inglês Cel. Lyndall Urwick enfocaram suas atenções ao planejamento da organização total, assim os princípios básicos de seus pensamentos eram de que a administração é um processo de planejamento, organização, comando, coordenação e controle. O autor diz que as idéias desses teóricos eram reforçadas sob o a disfaçada administração moderna, já que na cabeça dos planejadores está fixado o pensamento mecânico. Taylor gostava de dizer aos trabalhadores: “Não se espera que vocês pensem. Há outras pessoas por perto pagas para pensar.” 

Conclui-se que as organizações são vistas como máquinas, e a burocracia e as diversas formas de organização mecanicista estão cada vez mais invadidas pelas consequências disfuncionais. O sistema mecanicista de uma organização limita, o desenvolver das capacidades humanas, moldando- as para servirem as condições que se impõem as organizações mecanicista, ao inves de construir uma organização em torno de seus pontos fortes e potenciais. As abordagens mecanicistas em parte têm  eficiência para o  desempenho de certas tarefas, mas por causa da sustentação de padrões de poder e controle com severas limitações, apresenta certa dificuldade de mudanças, pois, visam atingir objetivos predeterminados e não para a inovação. Situações de alteração pedem diferentes tipos de ação e de resposta. A organização mecanicista tem um resultado desestimulante sobre os empregados ela desencoraja a iniciativa, levando as pessoas a obedecerem a ordens e a conservarem a sua posição ao invés de buscarem por desafios e questionamentos ao que estão fazendo.
Perceber-se que muitos continuam com a mesma linha de pensamento mecanicista e não enxergam que existe uma extensão maior do que o ambiente interno da empresa. A visão pelo lucro excessivo faz com as empresas não vejam seus operários como parte importante do processo acreditando que são somente peças substituíveis. Todo o processo precisa ser adaptado a realidade de cada organização, envolvendo empresa e empregados no desenvolvimento racional das tarefas exigidas, buscando o melhor caminho para a vida saudável da empresa.

...