O Controle de medicamentos do estoque da farmácia hospitalar com a utilização da curva ABC

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ESCOLA TÉCNICA EM SAÚDE NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE CURSO TÉCNICO EM GERÊNCIA EM SAÚDE

Controle de medicamentos do estoque da farmácia hospitalar com a utilização da curva ABC

                                                                                                                              Leonardo Feijó Gomes^[1]

                                                                                                                              Dóris Schroter Lazzari^[2]

Resumo: A farmácia hospitalar tem a função de organizar, distribuir e manipular todos os medicamentos e insumos a fim de garantir o perfeito funcionamento de determinada unidade hospitalar de alta complexidade. Para tanto a necessidade de controle sobre a produção (manipulação) e a aquisição (compra) depende da demanda de determinados medicamentos e, se tratando de medicamentos ofertados pelo serviço público de saúde este controle necessita ser mais eficiente. A utilização da ferramenta administrativa curva ABC tem o propósito de auxiliar os gestores da farmácia hospitalar a melhorar a prestação de serviços públicos ao ajudar na administração de seus estoques.

Palavras-chave: Farmácia hospitalar. Controle. Medicamentos. Serviço público. Curva ABC.  

1 INTRODUÇÃO

O estoque é um ponto critico de qualquer organização, nele além de conter o produto e\ou a material propriamente dito encontra-se a possibilidade de achar um diferencial competitivo da organização perante as organizações concorrentes. No caso de estoques vinculados aos serviços públicos, o que se leva de fato em consideração é a eficiência e a eficácia no fim da atividade.

Em setores públicos onde este estoque é de suma importância para o andamento da instituição, como no caso da farmácia hospitalar, a necessidade de controle é ainda maior. Levar em consideração a perecividade, a dosagem e, em alguns casos, a manipulação de determinados medicamentos chaves para instituição requer muita análise interna (recursos) e externa (indicadores sobre saúde). As farmácias hospitalares além de ser uma unidade clínica que é subordinada a direção do hospital e que é integrada com as demais áreas funcionais do hospital, tem características de unidade administrativa e econômica. Com isso tendo responsabilidade com os custos de manipulação, insumos utilizados e etc.

Para garantir à eficiência e a eficácia destes estoques a ferramenta curva ABC contribui muito no que diz respeito ao planejamento e, principalmente, o controle de medicamentos e insumos.

2 SERVIÇOS PÚBLICOS DE SAÚDE

Com a sanção da constituição federal de 88 a saúde no Brasil tornou-se um direito social, ou seja, acentuando-se a responsabilidade do Estado para tanto. Assim, foi criado um sistema cujo objetivo é garantir a saúde a todos os cidadãos brasileiros, o denominado Sistema Único de Saúde (SUS).  

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

 I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;

II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;

III - participação da comunidade.

O mesmo apesar de ser um advento na saúde pública brasileira e mundial sofre de diversos problemas. Seja pela vasta extensão territorial que contribui para uma complexidade de ações, seja pela má gestão dos recursos públicos.

3  FARMÁCIA HOSPITALAR

A farmácia hospitalar começou a ganhar notoriedade no meio a partir da estruturação do complexo médico industrial o qual tinha o objetivo de criar uma equipe multidisciplinar para melhor atender os clientes/pacientes do hospital. A inclusão da farmácia e do farmacêutico no âmbito hospitalar foi de suma importância para a própria instituição, bem como para os pacientes que necessitavam de seus cuidados específicos. De um lado garantem um conhecimento preciso sobre os medicamentos, inclusive a administração da dosagem para o paciente. De outro, asseguram uma economia considerável da instituição de saúde, como por exemplo, o uso correto do medicamento fracionado, bem como sua manipulação.

4  A GESTÃO DE ESTOQUE E A FARMÁCIA HOSPITALAR

A gestão de estoques é de total importância para o andamento de qualquer organização. A falta dos materiais mais importantes para o cotidiano da organização pode acarretar em prejuízo para a mesma.

Autores como Gianesi e Biazzi demonstram o quanto é recente os conhecimentos na área de gestão de estoques e como eram gerenciadas: a base de conhecimentos intuitivos e\ou empíricos. Ainda,segundo os autores,é muito recente a utilização de computadores para discriminação de produtos. Assim, sendo usados métodos de gestão que tratam de forma quase uniforme os itens do estoque.

A ideia de um relacionamento bom entre organização e fornecedor é importante para saúde financeira da organização, tendo em vista a menor quantidade de estoque que a mesma, por ventura, possa optar ter. Os modelos que se encaixam nesta ideia podem-se citar: o Just time (JIT) e o vendor managed inventory (VMI), esse, com o pensamento de deixar toda responsabilidade do estoque com o fornecedor. Em comparação aos serviços públicos e aos serviços de saúde a questão se modifica, haja vista que existem empecilhos como licitações (serviço público) e estoque adicional(área da saúde) para suprir eventuais emergências.