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Práticas, representações e significados: (re)construindo vivências cotidianas através das sociabilidades

Por:   •  9/1/2017  •  Pesquisas Acadêmicas  •  6.961 Palavras (28 Páginas)  •  325 Visualizações

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Representações e Sociabilidades Organizacionais em um Clube de Corrida em Vitória/ES

Identificação:

                        Grande área do CNPq: Ciências Sociais Aplicadas

                        Área do CNPq: Administração

                        Título do Projeto: Práticas, representações e significados: (re)construindo                         vivências cotidianas através das sociabilidades organizacionais

                        Professor Orientador: Doutora Letícia Dias Fantinel

                        Estudante PIBIC/PIVIC: Anderson Leite Nunes

Resumo: Este subprojeto objetiva examinar as representações sociais que circulam em um clube de corrida da cidade de Vitória/ES acerca das sociabilidades organizacionais nele existentes. Trata-se de uma pesquisa etnográfica que tem como objetivos específicos: (1) identificar as representações sociais sobre sociabilidades organizacionais que circulam no clube estudado, externadas por frequentadores, e, também, (2) externadas por profissionais que trabalham na organização; (3) identificar homogeneidades e heterogeneidades nas representações sociais acerca das sociabilidades organizacionais. A corrida de rua é uma atividade que vem crescendo em termos do número de praticantes, de eventos e de investimentos nos últimos anos (BASTOS ET AL, 2009). A opção pela prática deste tipo de esporte reside, dentre outras coisas, em razões psicológicas e sociais, entre elas, a interação e socialização em determinados grupos (ARAÚJO, 2009). Considerando-se que o esporte de lazer carece de um olhar sociocultural (STIGGER, 2007) e que o esporte seria uma representação social em “miniatura” do ambiente ao qual pertence, verifica-se nesta pesquisa novas perspectivas de análise, como: acompanhamento; mundo das corridas; competição e desempenho; fora dos muros; e companheirismo. Como contribuição final deste trabalho defende-se que novas práticas de gestão sejam pensadas e exploradas de forma mais abrangente, em cada ambiente organizacional.

Palavras chave: representações sociais; sociabilidade organizacional; esporte; corrida.

  1. Introdução

        Fenômeno tipicamente urbano (RODRIGUES, 2003), o esporte pode ser mecanismo de fomento de benefícios físicos, psicológicos e sociais (ARAÚJO, 2009). Dentro desse cenário, a corrida de rua, esporte que vem crescendo em número de praticantes, eventos e montante de investimentos (BASTOS ET AL, 2009), pode ser considerada também um instrumento de sociabilidade e interação (ARAÚJO, 2009), especialmente através da formação de grupos especificamente para este fim, os chamados clubes de corrida.

        Estima-se que haja aproximadamente cem mil associados a clubes de corrida nas principais cidades brasileiras, número que não chegava a um mil há cerca de dez anos (ROMANINI, 2009). Muitos desses clubes são destinados à preparação de corredores para provas de rua, que, ocorridas, em sua maioria, em finais de semana, pela manhã ou à noite, mobilizam centenas ou até milhares de amadores, que podem escolher entre os cerca de 600 eventos do gênero ocorridos anualmente no País (ROMANINI, 2009). E o crescimento dessa prática esportiva pode ser explicado pelo baixo custo financeiro que os praticantes dessa atividade possuem, e também, pela grande acessibilidade para qualquer pessoa apta a isso. Já para o grande aumento na quantidade de associados a grupos de corrida a socialização aparece como a principal explicação (ROMANINI, 2009).

        Práticas esportivas podem ser compreendidas não apenas como produto, mas como processo social, a partir da dinâmica revelada através das sociabilidades que as sustentam, vinculadas às interações entre os indivíduos (STIGGER, 2007). Partindo-se da ideia de que clubes de corrida são fenômenos organizacionais contemporâneos que envolvem diversos aspectos relacionados a uma funcionalidade específica (manutenção da saúde, estética, lazer, etc), além de uma utilidade social (convivência, interação, sociabilidade), torna-se relevante um olhar sociocultural (STIGGER, 2007) e também multidisciplinar, notadamente, a partir da área da Administração e dos Estudos Organizacionais. Assim, estabelecem-se relações sociais intermediadas pelo consumo.

         Evidenciam-se, pois, elementos a partir dos quais se constroem os cotidianos da organização estudada, especialmente através da lente das sociabilidades organizacionais, apreendidas nesta pesquisa a partir das representações sociais que circulam entre os integrantes da organização, sejam eles profissionais que lá trabalham ou clientes, que utilizam seus serviços e participam de suas atividades. Ou seja, a partir de certos impulsos ou propósitos (SIMMEL, 1983) de seus integrantes, que se assemelham e se misturam, esses grupos ou clubes de corrida são formados. Nesse sentido, cada clube possui suas próprias características, que, ao mesmo tempo, revelam e limitam as características de seus membros, tornando-os “iguais” dentro de seus próprios grupos, dentro dessa micro sociedade” (SIMMEL, 1983).

        O estudo das representações acerca da sociabilidade organizacional em tais formas institucionais reveste-se de importância na medida em que, conforme argumentado, são fenômenos organizacionais recentes, que galgam sucesso contemporaneamente, podendo ser compreendidos à luz de um cenário mais amplo, que concebe uma nítida e cada vez maior união entre lazer, cultura e consumo (TASCHNER, 2000). Ademais, ressalta-se que, para além da problematização acadêmica de um fenômeno contemporâneo, ao compreender que a sociabilidade faz parte do negócio principal dos clubes de corrida, é possível aprender a partir da gestão desse tipo de organização. Isso reforça o pressuposto de que tomar as sociabilidades organizacionais como referentes importantes para a tomada de decisão é fundamental para essa e outras organizações, considerando a presença cada vez mais significativa dessas sociabilidades na sociedade contemporânea (FANTINEL, 2012).

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