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RESUMO CRÍTICO: A ciência do olhar atento

Por:   •  7/5/2020  •  Resenha  •  978 Palavras (4 Páginas)  •  317 Visualizações

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REFERÊNCIA: FERRARA, Lucrécia D'Aléssio. A ciência do olhar atento. Trans/Form/Ação,  Marília ,  v. 9-10, p. 01-07,  Jan.  1987 . Disponível em: . Acesso em 01 de Setembro de 2019.

TEXTO: A CIÊNCIA DO OLHAR ATENTO

AUTOR (A): LUCRÉCIA D’ALÉSSIO FERRARA

PÁGINAS: 1-7

RESUMO CRÍTICO

TEMA: A distinção entre conhecimento científico e ciência como coisa viva, ciência da experiência. A dimensão científica das categorias de Peirce: dedução, abdução, indução. Pragmatismo Peirceano.

PALAVRA-CHAVES: Ciência; conhecimento científico; indução; dedução; abdução; experiência; lei; experimentação.

ASSUNTO DISCUTIDO: Pelo olhar atento de Lucrécia Ferrara, fazer ciência consiste em desenvolver uma atitude diante do objeto; para ela, o comportamento e o planejar tornam-se primordiais, vindo antes mesmo do saber. As noções utilizadas por Peirce sobre “A classificação das Ciências” são norteadas pela ciência como coisa viva (produção desautorizada e nova informação) e não como uma mera definição abstrata, relacionada com a experiência da própria linguagem. A informação possui duas válvulas reguladoras: a adaptação informacional, que supõe uma redução ou tradução de informações de um repertório mais alto, para outro mais baixo e a inovação ou informação nova, tida como quase signo novo, uma quase novidade, que deve reverter a rotina, deve ser desautomatizante. Para isto, toma-se como partida a chamada “crise” ou “dúvida”, que se projeta sobre o argumento dedutivo dando-lhe certo indeterminismo como elemento básico da produção de conhecimento. Assim, é necessário que a dedução se aproxime da experiência, da coisa viva e sofra o impacto da abdução; a lei, a terceiridade encontra seu elemento corretivo na abdução sugerida pela experiência, na possibilidade da primeiridade e, ambas, dedução e abdução, constituem dois dos pilares do raciocínio que sustentam o pragmatismo peirceano. Para a abdução, ciência e experiência estão interconectadas, são dependentes entre si, supondo a necessidade de que um corpo de conceitos gerais seja, dinamicamente, reconceituado dentro de um amplo corpo de experiências que estabelece, entre as ideias, um novo sistema de relações. A combinação entre os dois aspectos, dedução e abdução, nos leva à informação nova, ou seja, "associar o que nunca, antes, pensáramos associar". Portanto, o caminho da descoberta é seguido sem receitas, sem fórmulas, em que cada pesquisa encontra sua própria ciência. Dedução e abdução se observam, reflexão e refração mútuas que nos levam da experiência para a construção de teorias e leis que orientam nossos hábitos de conduta e nossas crenças: da primeira para a terceiridade, da abdução para a dedução. A secundidade encontra-se entre a primeira e terceiridade, tendo a indução como etapa necessária de controle entre a experiência e a expectativa da geração de uma lei. Assim, a abdução é produtora de ideias, a indução tem a função de testá-las e falar sobre elas, à dedução cabe o papel de transformá-las em teorias ou leis. A secundidade pode ser compreendida como o território do aqui e agora, da experiência realmente vivida com seus impactos de ação e reação, concretizada pela mediação dos índices. A partir da identificação dos sinais controlados, sugestivos para formulação de lei, o processo indutivo permite a correlação das experiências, procurando transformar uma hipótese apenas possível, em necessária. Os elementos que nutrem a secudidade são: atenção, comparação, coligação e observação. Preparam o caminho da inferência: “Os três elementos essenciais da inferência são, coligação, observação e o juízo do que observamos”. Por aí, o aqui e agora busca ao tempo passado e à história, compreensão do repertório, que pode ser entendido como a memória perceptiva dos indivíduos, famílias, grupos, povos, pautada nos sentimentos das experiências. Desta forma, a experiência de hoje busca no passado um padrão de conduta, um hábito decorrente de ações e reações sedimentadas. Através do repertório informacional consegue-se ver e interpretar a experiência, encontrando nos juízos perceptivos uma possibilidade de representação indutiva ou das hipóteses abdutivas. As informações armazenadas são responsáveis pela associação inusitada que conduz a descoberta do novo, à criatividade indutiva, outra forma de entender a questão da metodologia em ciência. Por fim, a ciência da experiência pode ser traduzida como aquela do olhar atento: o exercício científico como desenvolvimento de uma capacidade do homem: olhar para ver.

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