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Resumo um olhar comunitário sobre a cidade

Por:   •  5/10/2018  •  Resenha  •  783 Palavras (4 Páginas)  •  408 Visualizações

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SÍNTESE DE "MÍDIA LOCAL E SUAS INTERFACES COM A MÍDIA COMUNITÁRIA NO BRASIL" DE CICÍLIA M. KROHLING PERUZZO

Por Rafaela Barreto

O texto de Peruzzo reflete sobre o conceito de mídia local, pensando-o diante das suas diferenças em relação a mídia comunitária- a qual o conceito se dedica boa parte do texto- e reflete também sobre a posição dessa mídia diante da globalização.

A autora inicia abordando a problemática da dificuldade de diferenciar um conceito do outro- o que ela entende ocorrer por conta do esforço necessário para "separar as práticas comunicativas" de seus conteúdos e simbologias, assim como a dificuldade de traçar o local de forma realmente demarcada. Além disso, ela já aponta o problemático uso do termo "comunitário", o qual ela mais tarde no texto desenvolve: o problema do uso do termo nas mídias está no fato de ele desviar a articulação e mobilização comunitária, desmobilizando pessoas e organizações de forma que elas passam a confiar mais nessa mídia, criando assim uma relação de dependência dos mecanismos de comunicação, além da alienação.

Para entender melhor essa diferença então, propõe o entendimento da mídia local através da listagem das características da mídia comunitária, entendo-a primeiramente, visando separá-las enquanto conceitos e até para poder entendermos os riscos que o discurso "comunitário" vindo da mídia local acarreta.  

Para autora, as características de uma mídia são: o protagonismo de pessoas da comunidade nos processos (vozes de cidadãos, não especialistas), que tem como objetivo a divulgação de assuntos específicos das comunidades que normalmente não encontram espaço convenciona. Isso feito de forma autônoma (em relação ao governo e outros grupos de interesse) e horizontal (receptor pode ser emissor e vice-versa), visando contribuir para a conscientização e desenvolvimento comunitário como forma de ampliar o exercício da cidadania e superar a desigualdade. Tem alcance limitado e fins não lucrativos.

Essas características se opõem fortemente a mídia local, que pretende reproduzir a lógica dos grandes meios de comunicação- o que por si só já impacta na forma de ser gerida e na sua posição em relação aos interesses em jogo. Os conceitos se confundem principalmente porque vemos na mídia local o propósito de fazer conhecer assuntos locais que não tem notoriedade na grande mídia (e então contribuindo para a "comunidade")- mas esses assuntos estão suscetíveis a corresponder ao interesse econômico, assim como político, de empresas e outra organizações da região. Isso ocorre porque a mídia local é comercial: tem interesses mercadológicos e pretende ser rentável. A audiência e o apoio de organizações grandes e empresas são então essenciais para que isso ocorra.

A mídia local é confundida como comunitária por ter interesse em contribuir para a ampliação da cidadania também, mas o faz de forma que conflua com seus interesses comerciais. Não é um espaço aberto de fato, uma vez que há o controle de dirigentes e a priorização da fala de especialistas; tudo isso gerido de forma burocrática.

O interesse na produção de conteúdo "comunitário" gera, por vezes, resultados positivos, uma vez que tratam com seriedade os temas. E a ideia de "ligado a comunidade" é positiva para resultados de audiência. Mas há também produtos que acabam por extrapolar suas funções, deixando de ser um canal de externalização e se colocando na posição de ator e protagonista, acarretando na desarticulação e dependência já abordada antes.

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