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Síndrome Metabólica

Por:   •  6/6/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.435 Palavras (6 Páginas)  •  440 Visualizações

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Síndrome Metabólica

O que é?

A síndrome metabólica pode também ser denominada síndrome da resistência insulínica, diabesidade, síndrome X, quarteto da morte, síndrome plurimetabólica e tri-síndrome metabólica. O uso do termo síndrome metabólica foi recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a partir de 1999.

Pode ser definida como o conjunto de sinais clínicos e/ou laboratoriais, acompanhado ou não de sintomas decorrentes de anormalidades metabólicas, nem sempre expressas clinicamente, que podem promover o desenvolvimento conjunto de hipertensão arterial essencial, diabetes mellitus tipo 2, dislipidemias e doença arterial coronariana.

Qual o histórico da síndrome metabólica?

No final da década de 1950, Vague enfocou as diferenças de formas de obesidade entre homens (androide) e mulheres (ginecoide), ressaltando que possíveis mecanismo hormonais poderiam estar envolvidos nesses tipos de distribuição. Em 1979, evidenciou em diversas publicações associação entre a prevalência de intolerância à glicose com consequente hiperinsulinemia e aumento de incidência das doenças cardiovasculares, principalmente a doença arterial coronariana.

Em 1988, Reaven propôs a denominação de síndrome X para associação de distúrbios clínicos e metabólicos que englobavam hipertensão arterial, intolerância à glicose, alteração no metabolismo lipídico e resistência insulínica. Dando ênfase ao papel da resistência à ação da insulina como fator preponderante na fisiopatologia desta síndrome.

Quais os critérios para diagnóstico da síndrome metabólica?

Segundo definição do Terceiro Painel de Tratamento em Adultos do Programa Nacional de Educação em Colesterol , a síndrome metabólica é diagnosticada quando o indivíduo apresentar três ou mais das seguintes características: alteração da circunferência abdominal (maior que 102 cm e 88 cm em homens e mulheres respectivamente); aumento da concentração de triglicérides (maior ou igual a 150mg/dl), diminuição da concentração de HDL- colesterol (menor do que 40mg/dl e 50mg/dl para homens e mulheres, respectivamente); elevação da glicemia (maior ou igual a 110mg/dl) e aumento da pressão arterial (maior ou igual a 130mmHg e 85mmHg para pressões arteriais sistólica e diastólica, respectivamente).

Segundo a Organização Mundial da Saude (OMS, 1999) os critérios de diagnósticos da síndrome metabólica incluem a presença de intolerância a glicose, diabetes mellitus e/ou resistência insulínica associados a pelo menos dois dos seguintes fatores: elevação da pressão arterial sistêmica (pressão arterial sistólica maior que 140mmHg e diastólica maior que 90mmHg), aumento da trigliceridemia (superior a 150mg/dl), redução da concentração de HDL- colesterol (inferior à 35mg/dl e 39mg/dl para homens e mulheres, respectivamente), obesidade abdominal pela relação cintura/quadril (superior a 0,90 e 0,85 para homens e mulheres, respectivamente) e presença de microalbuminúria (maior ou igual a 15mg/min ou relação albumina/creatinina urinárias superior a 30mg/l).

Segundo a classificação da Associação Americana de Endocrinologistas Clínicos, são definidos como critérios mais importantes: resistência a insulina (definida por hiperinsulinemia basal em relação às concentrações de glicose) ou acantosis nigricans, obesidade central (circunferência da cintura maior que 102cm e 88cm para homens e mulheres, respectivamente); dislipidemias (HDL- colesterol inferior a 35mg/dl e 45mg/dl para homens e mulheres, respectivamente, e/ou triglicérides acima de150mg/dl); hipertensão arterial, hiperglicemia de jejum e hiperuricemia. Os critérios definidos como menos importantes são: hipercoagubilidade, síndrome de ovários policísticos, disfunção vascular endotelial, microalbuminúrica e doença arterial coronariana. Segundo este critério não há definição e número de características necessárias para a confirmação diagnóstica.

Há concordância nas classificações quanto aos componentes principais, como intolerância à glicose, obesidade abdominal, hipertensão arterial e dislipidemia, diferindo nos valores de normalidade e no número de características consideradas no diagnóstico.

O Colégio Americano de Endocrinologia, nas suas diretrizes, discute que a definição precisa de síndrome metabólica não é possível e nem necessária, além de argumentar que a obesidade não deveria ser incluída na síndrome porque seria um fator, causal da resistência à insulina e não consequência da mesma. Também há duvidas se indivíduos portadores de diabetes mellitus deveriam ou não ser incluídos na definição da síndrome metabólica.

Portanto, ocorrem controvérsias na classificação da síndrome metabólica, mesmo entre os especialistas. Em termos de praticidade, a definição do ATP III   (NCEP, 2001) é mais simples, requerendo apenas alguns dados do exame físico do paciente e medidas de concentrações plasmáticas de glicose e de lipídios em jejum. Dessa forma, é dispensada a realização de teste oral de intolerância à glicose e até mesmo de técnicas como o  “clamp” euglicêmico que seria padrão ouro para verificação de intolerância à glicose.

Qual a prevalência da síndrome metabólica?

Aproximadamente 47 milhões de norte-americanos (quase um em quatro adultos) se enquadram nos critérios diagnósticos da síndrome metabólica. Tal dado inclui 10 a 15 milhões de portadores de diabetes mellitus Tipo 2. Nos Estados Unidos, a prevalência de síndrome metabólica em adultos é comparável à da hipertensão arterial (24%). Conforme ocorre o envelhecimento, as taxas de prevalência se elevam chegando a 50% nos idosos (Ford e cols., 2002).

Dados recentes mostraram que aproximadamente 30% dos adolescentes que se encontram acima do peso preenchem os critérios para síndrome metabólica (comparados com 6,8% dos adolescentes com índice de massa corporal abaixo do percentil 85). Baseando-se neste dado estatístico, calcula-se que aproximadamente 910.000 adolescentes norte-americanos são portadores de síndrome metabólica. (Cook e cols., 2003).

Há na literatura nacional esparso dado sobre a prevalência de síndrome metabólica. No Brasil, em estudo desenvolvido na cidade de Botucatu (SP) com 398 indivíduos acima de 40 anos, participantes voluntários de projeto de extensão universitária, visando à mudança de estilo de vida, a prevalência de síndrome metabólica foi de 32% sendo maior nas mulheres e naqueles acima de 55 anos. Neste estudo, o componente da síndrome metabólica mais prevalente foi a adiposidade abdominal, seguida de redução do HDL- colesterol e hipertrigliceridemia. Houve influência da idade, em ambos sexos, na adiposidade abdominal, concentrações de HDL- colesterol e trigliceridemia, sendo estas alterações mais prevalentes nos indivíduos acima de 55 anos.

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