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A Abadia de Cluny

Por:   •  8/6/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.063 Palavras (9 Páginas)  •  1.441 Visualizações

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Abadia de Cluny

[pic 1]

Guilherme, o piedoso, conde de Auvérnia e duque de arquitania, fundou em 910 o Mosteiro de cluny. Este mosteiro estava destinada a promover e a propagar a ordem beneditina, começado por bento de Ansiano. O número de abadias filhas de Cluny não cessou de aumentar tanto em França como na Alemanha como na Inglaterra.

A primeira construção da igreja abacial, em 910, não se distinguiu pela sua importância nem pelas suas dimensões. Era uma espécie de capela com uma única nave e tinha a leste, uma estrutura em forma de torre. O desenvolvimento continuo do mosteiro em breve exigiu a sua reconstrução.

Durante um século a abadia de Cluny e os seus priorados contribuíram de forma decisiva para a evolução da nave principal. Em 948, poucas décadas após a conclusão da primeira igreja abacial, os monges de Cluny iniciaram a edificação de uma segunda e maior igreja (Cluny II).

As várias dificuldades na construção leva a que só fosse consagrada em 981. A sua forma é conhecida a penas através de escavações arqueológicas e de fontes documentais. A igreja era de planta longitudinal de três naves, com um transepto saliente e, pela primeira vez, com um coro escalonado. Até hoje n se sabe de forma clara a função de cada uma destas zonas. O coro escalonado de Cluny II era constituído por sete absides dispostas de forma simétrica- as três do meio, ligeiramente escalonadas entre si, tinham uma cabeceira semicirculares e os seus profundos presbitérios, provavelmente cobertos com abóbada de canhão, comunicavam entre si por colunatas. De ambos os lados existiam, apenas um pouco recuadas, uma sala retangular fechada e, na parte exterior, uma pequena abside adossada à parede do transepto. O alçado do corpo da igreja devia ter dois pisos, sobre as arcadas nascia uma abóbada de canhão, desprovida de arco reforço, em que na base se abriam pequenas janelas. Este é o primeiro modelo conhecido de uma igreja cuja abóbada de berço era dotada de lunetas.

No ano 1000 estavam já definidos os dois elementos arquitetónicos que caracterizavam a arquitetura românica, o deambulatório com absidíolas e a abóbada de canhão com lunetas, ainda que a construção desta ultima estivesse muito no início, tendo sido constantemente melhorada e aperfeiçoada ao longo do século seguinte. Só cerca de vinte anos depois, esta abóbada de canhão será substituída por outras formas de abobadamento, que depressa conduzem aos princípios do modo gótico.

[pic 2]

Em 1001, Guilherme de Volpiano, o abade de Saint-Bénigne de Dijon, decide substituir a enorme basílica, erguida em 535. A abadia de Cluny fora reformada em 989 e pode admitir-se que guilherme de Volpiano chegou a conhecer e a apreciar a recém-concluída basílica abobada. Assim, nasce uma enorme basílica com um corpo de cinco naves, transepto e um coro escalonado com cinco capela. A abside central foi substituída por uma poderosa rotunda, levantada sobre a cabeceira, esta rotunda foi o único elemento que se conservou do edifício traçado nos alvores do traçado do século XI, porque a nave foi danificada em 1137 e 1271 e cada reconstrução seguiu o estilo dominante de cada época.

A rotunda apresenta três andares e três naves, e no núcleo central abre-se, no topo, um óculo. Oito colunas rodeiam este espaço central, e elas correspondem a dezasseis colunas, entre o primeiro e o segundo deambulatório, e vinte e quatro semi-colunas adossadas na parede exterior. Os dois deambulatórios são cobertos com abobadas de berço, mas o exterior tem uma abóbada de aresta anular ritmada de três em três tramos. No último piso, há apenas um deambulatório largo coberto com uma abóbada de quarto de canhão. A norte e a sul, tores semicirculares com escada de comunicação estão adossados ao exterior da rotunda. A leste, acrescentou-se uma pequena capela que deve remontar ao século VI e ter origem no cemitério gálio-romano.

[pic 3]

Dijon (côte-d’or), igreja abacial de Saint-Bénigne. A partir de 1001. Reconstrução da nave principal e secção na rotunda (em cima),da rotunda (em baixo).

O ambiente nesta rotunda é o de uma cripta gigantesca, a sensação de espaço, em consequências das múltiplas e naves e dos múltiplos andares, é mística e desconcertante. O piso térreo da rotunda correspondia aproximadamente a uma vasta cripta que se estendia pelo transepto e por metade da nave central. Encontrava-se aqui um lugar proeminente, no limite entre o transepto e coro, a sepultura de São Benigno.

O corpo da igreja era de três andares, grandes arcadas suportadas por pilares quadrados, tribunas, claraboias, cobertura plana. Este tipo de nave, de princípio, também não conheceu seguidores. A segunda igreja de Cluny tinha demostrado que era possível rasgar aberturas nas abóbadas de berço, desde que se limitasse a largura das naves centrais e que as janelas fossem muito pequenas. Foi preciso esperar ainda muitas décadas até que Cluny ousasse erguer um poderoso berço sobre as cinco naves de Cluny III ousasse erguer um poderoso berço sobre as cinco naves de Cluny III, a sua imponente terceira igreja.

Os modelos para a terceira igreja de Cluny

Em 1506, o conde de Nevers fundou um mosteiro que tinha uma situação privilegiada, no caminho de santiago. Há notícias de consagração de uma primeira igreja construída de acordo com o modelo de Cluny II e com a renovação segundo Cluny III. De origem medieval apenas se conservam o transepto e a cúpula de trompas, as quatro absides exteriores do antigo coro escalonado de sete absides, um deambulatório com absidíolos e uma torre ocidental. Conhecendo-se os edifícios que se construíram sob influência de Cluny ao longo do século XI e, para alem disso, conhecendo o conceito do abade Hugo para Cluny III, estes fragmentos são suficientes para reconstruir a planta da antiga igreja.

A segunda igreja de Cluny foi sem dúvida o modelo de La Charité. A planta do corpo da igreja. Que provavelmente teria cinco naves e se estendia por oeste em dez tramos, apresenta-se claramente, pelo seu tamanho, como percursora direta de Cluny III. Também com Cluny III, La Charité já tinha que ter desde o início, um alçado de três andares de arcadas, trifório cego e janelas. Até agora, isto havia sido tomado erroneamente por uma construção da primeira metade do século XII, relacionando-se com a consagração 1135.

Em Nevers, perto de La Charité, foi erguida, a partir de 1603, a igreja abacial de Saint-Étienne, consagrada em 1097. Nevers era também uma importante etapa para o Caminho de Santiago e um priorato de Cluny. Assim, não é de espantar que também tenha surgido em Neversum edifício que se afasta do modelo de Cluny II. Com um transepto saliente, cruzeiro quadrado, uma abside semicircular em cada lado, e um deambulatório com três capelas axiais, unem-se num corpo de três naves com sei tramos. O alçado é de novo, de três andares: sobre arcadas relativamente baixas, situam-se arcos de tribuna aproximadamente da mesma altura. A fila de janelas da nave é constituída, em cada tramo. Por uma janela não muito grande com um peitoril ingreme. Os pilares são cruciformes e foram colocadas colunas semicirculares nas quatro faces do seu núcleo quadrado, que projetam os arcos torais na nave central e nas colaterais, e, nas arcadas, formam a base das vigas mestras. As colaterais estão cobertas por abóbadas de aresta, as tribunas, por seu turno, possuem abobadas de quarto de canhão que se apoiam na parte alta das paredes da nave. Os braços do cruzeiro estão separados por uma arcobotante mais baixo que os arcos do cruzeiro. Uma arcatura de cinco arcos atravessa a pede superior a eles. Do outro lado deste arco, duas filas de janelas rompem as paredes do transepto. O coro é de três pisos, embora as tribunas altas tenham sido substituídas por arcos cegos consideravelmente baixos. Colunas pequenas enquadram as janelas altas. A torre do cruzeiro é baixa e octogonal, as duas torres ocidentais ruíram durante a Revolução Francesa.

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